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Esporte A TARDE

Por Leandro Silva | Jornalista | [email protected]

ACERVO DA COLUNA
Publicado quinta-feira, 02 de dezembro de 2021 às 6:10 h | Autor:

Caldeirão de aço - Combates de cinema

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“Não se trata de quão forte você pode bater e sim de quão forte você pode ser atingido e continuar seguindo em frente. É assim que o triunfo é conquistado”. O discurso motivacional traduzido livremente e adaptado para a situação do Bahia foi proferido pelo eterno Rocky Balboa, o lutador de calções tricolores interpretado nos cinemas por Sylvester Stallone, e que guarda muitas semelhanças com o Esquadrão nessas temporadas 2020 e 2021. Nos filmes, ele era famoso por apanhar bastante em suas lutas e, quando ninguém mais acreditava, conseguir reviravoltas incríveis. Ótima inspiração para o Bahia nesse momento. É isso que precisa acontecer novamente com o Tricolor nessa reta final de Brasileiro, a começar por hoje, contra o Atlético.

É pancada atrás de pancada, fazendo sempre crer que tudo está perdido. Mas em 2021 o Bahia já conseguiu absorver os golpes e tirar forças de sua torcida e de suas potencialidades internas para reverter situações que pareciam irreversíveis. Uma delas foi na decisão da Copa do Nordeste, quando o Esquadrão encarava o Ceará, que vinha de longa invencibilidade nos confrontos diretos. Depois de perder a partida de ida, com um gol no final, veio um triunfo redentor no tempo normal, levando a definição no Castelão para os pênaltis, quando Teixeira brilhou e garantiu o título.

Mas bem antes disso, o Bahia já tinha se inspirado em Rocky, na reta final do Brasileiro passado, que aconteceu em 2021. Afinal, naquela ocasião, o time chegou desesperado às três rodadas finais com três pontos a menos do que a pontuação de hoje e, incrivelmente, fez sete pontos nos três compromissos derradeiros. Na 36ª rodada, o Tricolor também encarou o Atlético e arrancou um empate sofrido, por 1 a 1, fora de casa, vencendo os compromissos seguintes contra Fortaleza e Santos.

Vale lembrar que o Bahia encerrou o Brasileiro passado com 44 pontos, mas já havia ficado livre de qualquer risco quando fez 41, algo impossível nas circunstâncias atuais já que o primeiro time fora da zona é o Athletico, que tem 42, dois acima d Esquadrão. Ao contrário de 2020, o Bahia provavelmente precisará mais do que de um empate contra o Galo para aumentar as chances de permanência na elite.

Para seguir na Série A, o Bahia terá que buscar feitos que não andam muito recorrentes na competição. Os três oponentes restantes, por exemplo, estão entre os 10 melhores da tabela e o Tricolor só conseguiu vencer Ceará e Fortaleza em 17 confrontos contra essas 10 equipes. Somou mais seis empates e perdeu nove vezes. Pelo menos, já venceu nessa temporada o Atlético, adversário de hoje, pela Copa do Brasil, o que aumenta a confiança de que a façanha possa se repetir.

Por mais que eu acredite, e siga com esperanças de que o Bahia apronte mais uma das suas e consiga a permanência, não dá para fechar os olhos e acreditar que o clube está pela segunda temporada consecutiva passando por situação tão complicada, correndo tão alto risco de queda, apenas por obra do acaso.

Em 2020/2021, a má campanha poderia ser atribuída a um acidente de percurso, que foi corrigido a tempo, motivado principalmente pelas mudanças provocadas pela paralisação e pela pandemia, que alteraram planos e prejudicaram os resultados dentro de campo. Lembrando que o clube vinha de três Brasileiros consecutivos sem correr riscos nas retas de chegada. Mas repetir o drama em 2021 mostra que o problema já é crônico. A questão é que se, durante todo o campeonato, a torcida queria um desempenho diferente, agora só resta torcer para que o desfecho da temporada passada se repita. Com a emoção característica dos combates de cinema e com final feliz, hoje, domingo, contra o Flu, e quinta, contra o Fortaleza.

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