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Esporte A TARDE

Por Angelo Paz | Jornalista | [email protected]

ACERVO DA COLUNA
Publicado sexta-feira, 29 de outubro de 2021 às 6:02 h | Autor:

Resenha rubro-negra - Vitória da democracia

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A semana começou com uma vitória da democracia. No palco do Teatro Castro Alves, menos de três quilômetros a pé da Baixa do Sapateiros, onde cresceu o baiano Carlos Marighella, Wagner Moura enfim conseguiu lançar no Brasil, com dois anos de atraso, o esperado filme Marighella. O longa de cerca de três horas de duração retrata parte da vida do grande líder da esquerda revolucionária e inimigo número um da Ditadura Militar, pesadelo real vivido ao longo de 21 anos pelos brasileiros entre 1964 e 1985.

Perseguido e fuzilado numa tocaia armada pelos militares em São Paulo no mês de novembro de 1969, o soteropolitano também foi condenado a morte cívica, uma espécie de eliminação da memória coletiva ao ser enterrado como indigente. Seus restos mortais só chegaram a Salvador dez anos após o assassinato.

Por essa breve contextualização, fica mais fácil perceber o real motivo de todos os empecilhos impostos pela Ancine para o lançamento de um filme muito necessário para a cultura nacional e já elogiado no Festival Internacional de Cinema de Berlim de 2019.

Voltemos ao palco do TCA para, enfim, falar de futebol. Caso você não saiba, Marighella era Vitória e, como não poderia ser diferente, os integrantes da Brigada Marighella, que se autointitula como a torcida antifascista do Leão, estava presente no evento e também no palco, a convite de outro rubro-negro, o diretor do filme, Wagner Moura, que em entrevista ao jornalista Pablo Reis, seu contemporâneo da Faculdade de Comunicação da UFBA (Facom), revelou ter dois objetivos políticos no momento: “Um é derrubar Bolsonaro e o outro é que Franciel [Cruz, também jornalista] seja presidente do Vitória”, disse, para depois completar: “O Vitória é o microcosmo do Brasil”. Em outras palavras, seria como uma versão reduzida de algo maior.

Caos político

Esta é uma crítica direcionada às mesmas figuras políticas que se sucedem na presidência do clube, que segue em crise institucional e já está com o seu terceiro presidente apenas neste ano de 2021. Com o pedido de licença de Luiz Henrique Viana para tratar da saúde e a prorrogação do afastamento de Paulo Carneiro por 60 dias, coube a Fábio Mota, presidente do Conselho Deliberativo, a missão de assumir a presidência do Conselho Diretor do clube pelos próximos 30 dias. Não custa reforçar que Mota integrou a chapa de Paulo Carneiro nas eleições de 2019.

Fora esse vaivém de figuras conhecidas na presidência, o clube amanhã viverá um outro ato político no Barradão, com a eleição para recomposição do Conselho Fiscal, desmantelado dias antes do primeiro afastamento de Paulo Carneiro. Uma das chapas inscritas, inclusive, é a Frente Popular Vitória, grupo que o jornalista Franciel Cruz pediu para Wagner Moura apoiar. Essa efervescência política do Vitória está longe de acabar e, atrelada a ela, o clube tenta se salvar do rebaixamento à Série C.

E amanhã é dia de mais uma decisão. Em um despertar inesperado nas últimas duas rodadas, quando venceu e convenceu, sobretudo na goleada do último sábado sobre o Brasil de Pelotas, o Rubro-Negro vai pegar a Ponte Preta, em Campinas. Uma vitória ainda mantém o Leão na zona de rebaixamento, mas o coloca com o mesmo número de pontos do Brusque, que já jogou na rodada e hoje ocupa a 16ª colocação. É acreditar. Além dos últimos jogos, uma boa recordação vem da delirante vitória obtida pelo Rubro-Negro por 3 a 2, no Moisés Lucarelli, na última rodada da Série A 2017, que garantiu a permanência na Série A. Ou caso prefiram, os jogadores podem muito bem se inspirar no Leão Carlos Marighella, que jamais se permitiu deixar desistir. Que o final da Série B do Vitória seja como essa importantíssima obra dirigida por Wagner Moura: de Vitória, apesar de todas as dificuldades do percurso.

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