Compaixão e amor aos bichos definem quem opta pelo veganismo | A TARDE
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Compaixão e amor aos bichos definem quem opta pelo veganismo

Para os adeptos, os ingredientes na gastronomia podem ser substituídos sem que haja perda de sabores

Publicado sábado, 30 de abril de 2022 às 06:49 h | Atualizado em 30/04/2022, 08:33 | Autor: Isabel Oliveira
O sushi Califõrnia é um dos queridos do Japa vegano
O sushi Califõrnia é um dos queridos do Japa vegano -

Compaixão. Talvez seja esta a palavra que melhor define aqueles que, por convicção, preferem não comer carne. Para os veganos, esta ideologia busca o fim da exploração e da crueldade com os bichos. Por isso, quando se assumem veganos, não consomem nenhum produto de origem animal.

Para além de serem veganos, são ativistas. Assim, além dos alimentos, também não usam roupas e calçados de couro e outras peles, cosméticos, produtos de higiene, limpeza, empreendimentos que envolvam animais com fins para o entretenimento, como as atividades do circo, dentre outros tipos de empreendimentos que usam animais. 

O veganisno me ensinou e me ensina a ter essa visão mais ampla de compaixão e amor por todos os animais e não somente pelos nossos pets Ana Paula Paixão,
  

Foi por piedade que Ana Paula Paixão optou por ser vegana. Há cerca de 12 anos, ela iniciou um curso de meditação com orientações para não comer carne e assim colher vários benefícios. A partir desse episódio, começou assistir a documentários e foi gradativamente abraçando a causa vegana.

“Excluí todos os ingredientes de origem animal e adotei outro estilo de vida, excluí da minha vida qualquer coisa que envolvesse a exploração animal. O veganisno me ensinou e me ensina a ter essa visão mais ampla de compaixão e amor por todos os animais e não somente pelos nossos pets. Então, a questão ética, moral, compaixão, respeito é o que fica mais forte, que faz nos tornarmos veganos pelos animais, pela natureza e por nós mesmos”, afirma.

Evolua é um espaço dedicado à divugação da opção vegana
Evolua é um espaço dedicado à divugação da opção vegana |  Foto: Evolua/ Divulgação
  

Ativista há alguns anos, Carolina Domenico é idealizadora do espaço Evolua, criado com o propósito de disseminar o veganismo. “A ideia é poder mostrar que não há uma perda de sabores em uma substituição de ingredientes e insumos para que a gente deixe de ser conivente com a crueldade existente nas indústrias de exploração animal”, afirma.

Carolina diz que por volta de 2011 começou a assistir a documentários sobre o veganismo e o que viu conseguiu deixá-la triste e indignada pela forma como os bichos eram maltratados com o objetivo de se obter o produto final, em qualquer segmento, da alimentação aos artefatos pessoais.

A opção vegana tem mesmo conquistado cada vez mais o público brasileiro. Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira, uma pesquisa do Ibope Inteligência, realizada em 2018, mostrou o crescimento rápido no interesse por produtos na população de um modo geral. Segundo a publicação no site da Sociedade, “mais da metade dos entrevistados (55%) pelo Ibope declarou que consumiria mais produtos veganos se estivessem melhor indicados na embalagem ou se tivessem o mesmo preço que os produtos que estão acostumados a consumir (60%). Nas capitais, esta porcentagem sobe para 65%”, publicou. 

A coxinha de jaca é uma das grandes curiosidades do restaurante Nana. Veg
A coxinha de jaca é uma das grandes curiosidades do restaurante Nana. Veg |  Foto: Kika/ Divulgação
 

Ilze Santos Heckert, chef de cozinha, começou a se interessar pelo veganismo durante sua caminhada com os amigos veganos. Para onde ia a comida estava lá, à espreita e à espera para ser mordida e conquistada. Algum tempo depois, definitivamente, os alimentos de origem animal passaram a não combinar com ela. 

A chef de cozinha conta que a mudança começou aos poucos, mas que chegou até mesmo ao restaurante de que é proprietária. “Antes vendia outro tipo de comida, trabalhava com congelados, com salgados, almoços. Em 2020, abri um restaurante no do Rio Vermelho, o @nana.veg. É aquela comida de mãe, aquela que você vai dizer: Ai que saudade de comer isto”, diz.

No Nana, a comida é diversificada, mas tem um cardápio misto. “Você encontra coxinha de jaca, pastel de cogumelo; na sexta tem comida baiana; todo sábado tem feijoada, e no domingo você vai encontrar pizza. Pela tarde, você ainda pode tomar um cafezinho com chantili e um pãozinho de povilho, o nosso pãozinho de queijo vegano”, contou em meio aos suspiros de quem estava com água na boca.

A opção vegana tem conquistado cada vez mais o público brasileiro
A opção vegana tem conquistado cada vez mais o público brasileiro |  Foto: Cátia Martins/ Divulgação
  

Já Ana Paula passou a ter contato com outras empreendedoras e criou o projeto @sonhoamana. Hoje participa de uma Feira Vegana junto com o grupo que frequenta. Trabalhando com comida japonesa, ela usa praticamente todos os ingredientes desta culinária, mas substitui os peixes. Para isso, a comida é feita com alga, arroz temperado, dentre outros ingredientes que deixam a iguaria praticamente igual ao sabor da comida japonesa.

“O que muda mesmo são os recheios, ingredientes. A gente utiliza frutas, como a manga, o abacaxi, o abacate; com relação aos legumes a gente usa muito abobrinha, tomate, cenoura, brócolis, e vai fazendo a composição de sabores e texturas. Também usamos muito cogumelo, como o shitake o shimeji, e as combinações ficam muito saborosas. Mas o que dá mesmo o gostinho de sushi, e alguns clientes relatam isso, é a alga”, conta.

E emenda: “Há alguns clientes que não gostam de comer peixe cru, mas gostariam de experimentar a comida japonesa”, diz.

  • Depois de cozinhar1/2 cenoura, corte em fatias de cerca de um centímetro; corte a manga e o pepino
    Depois de cozinhar1/2 cenoura, corte em fatias de cerca de um centímetro; corte a manga e o pepino |
  • Sempre umedeça a mão para manipular o arroz
    Sempre umedeça a mão para manipular o arroz |
  • Pegue a alga nori e preencha com arroz; coloque a cenoura, o pepino e a manga
    Pegue a alga nori e preencha com arroz; coloque a cenoura, o pepino e a manga |
  

Relativamente fácil e saborosa, a comida japonesa tem lugar garantido entre os soteropolitanos, adeptos da iguaria. Aos poucos a comida vegana, que vem ganhando o coração dos brasileiros cada vez mais, tem espaço para os adeptos com um toque made in Japan e da comida vegana.

E nesta edição da coluna Histórias & Sabores, vamos experimentar o que há de bom no Sushi Califórnia vegano!

Sushi Califórnia

(A quantidade do arroz faz, em média, cinco rolinhos)

Ingredientes:

250g de arroz para sushi*

250ml de água

1/2 xícara de vinagre de arroz*

1 colher (sopa) de açúcar

1/2 colher (sopa) de sal

1 cenoura

1 manga

1 pepino

5 folhas de alga nori*

*Os ingredientes podem ser adquiridos em lojas de produto de comida japonesa 

Modo de preparo:

Lave bem, mas com cuidado, 250g de arroz próprio para sushi.

Coloque uma panela para cozinhar com 250ml de água. Quando secar, desligue e deixe por mais 15 minutos com a tampa. Passado esse tempo, despeje o arroz em uma vasilha e acrescente o molho su (veja abaixo o preparo)*. Abane até enfriar. Esse é o truque para que o arroz fique bem temperado e no ponto. Cubra com um pano e prepare o recheio.

Cozinhe ½ cenoura e corte em fatias de mais ou menos 1cm. Corte a manga e o pepino nesta mesma espessura.

Montagem:

Pegue a alga nori e preencha com o arroz, deixando uns 2cm livres. Coloque a cenoura, o pepino e a manga e enrole com a ajuda de uma esteira própria para sushi.

Depois de enrolado, corte em oito a dez pedaços.

Coma com shoyu e raiz forte.

Dica: Sempre umedeça a mão para manipular o arroz

*Molho su: Em uma panela, coloque 1/4 xícara de vinagre de arroz, 1 colher (sopa) de açúcar e 1/2 colher (sopa) de sal. Não deixe ferver, aqueça apenas para ajudar a diluir o açúcar e o sal. Espere esfriar antes de colocar no arroz.

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American Cookies é especializada em cookies americanos tradicionais e recheados |  Foto: Divulgação

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