Do leite materno à refeição, a comida afetiva traz belas lembranças
Dia das Mães transformou-se em data festiva como pretexto para reunir a família em volta da mesa e da “mama”

Nem é preciso muito para perceber a felicidade de uma mãe em fazer uma comidinha especial para os “pioios”, seja lá qual for a ocasião, principalmente para quem tem seus “fiotes” criados. O tradicional ritual de reunir à mesa todos em volta da “mama” é, para muita gente, resgatar as melhores lembranças e emoções.
Os laços de amor pela comida afetiva já nascem a partir do peito da mãe, que oferta o leite ao filho. O ato está para além da simples façanha de alimentar. É também uma forma de proteção. A partir deste primeiro laço, desenvolve-se todo um processo que fica gravado nas melhores lembranças dos pimpolhos, criando memórias afetivas.
“A gente estabelece a primeira conexão através do alimento e é poderoso! Veja o bebê, quando ele mama, ele dorme. O prazer dele é tão grande, o relaxamento dele é tão grande, que ele dorme ao se alimentar. Então, comprovadamente a comida tem uma relação com as nossas emoções”, explica Emanuele Nascimento, chef do restaurante The Butcher Bar.
Conta a lenda que alguns prisioneiros condenados à morte nos Estados Unidos, ao pedir a última refeição, solicitam aquelas que os remetem à infância. Verdade ou apenas lenda, o fato é que a comida ajuda a nos recordar, quase sempre, de nossas melhores lembranças.
Uma das recordações de infância mais marcantes para Rosa Guerra, do Bistrô Larri, está ligada a um doce, o “puxa”. Ela consegue detalhar o passo a passo de todo processo para fazer a guloseima.
“Para mim, o que me marcou, era feito com cana. Ela [a mãe] vinha com aquelas rapaduras no tacho. Ficava aquela pasta enorme. Cada um pegava um pedaço como se fosse fazer um brigadeiro. A gente não fazia bolinha, a gente tinha que puxar. Faz aquele pedaço na sua mão e vai puxando, puxando, esticando, volta, estica, abre. Como se tivesse com uma massa elástica na mão. Cada vez que você vai puxando, puxando, puxando, voltando, puxando, vai se transformando num tom belíssimo”, conta, hipnotizada pela lembrança.
Aquela comida era a forma de unir, era a forma de demonstrar amor, de guardar esses momentos
A chef de cozinha Gabriela Santana é outra que se emociona quando resgata da infância belas lembranças da avó. “Um dos pratos que faço lembra muito da minha avó. Aquela sobrinha do frango, um ensopadinho, uma carninha... ela sempre fazia uma frigideirinha que era o melhor prato da minha vida! Fazia aquele recheio, depois vinha com o ovo batido e colocava umas rodelinhas de tomate e de cebola. Não é um prato bonito, mas é um prato saboroso! Estou emocionada de verdade porque eu lembrei da minha vozinha”, conta, saudosa.
Rosa, Gabriela e Emanuele, chefs que entendem muito de comida afetiva, não são diferentes da maioria dos humanos, e dos bichos também, que buscam proteção e cuidados da mãe.
Esta emoção tão genuína foi aproveitada de uma forma mais comercial no mundo contemporâneo, mas nada que tire o brilho da data simbólica. Para tirar o ranço que celebra as mães do ponto de vista comercial, vai aí uma história talvez pouco conhecida sobre a origem do Dia das Mães, que tem como pano de fundo o ativismo social.

Nos Estados Unidos, a ativista Ann Jarvis se dedicava a ajudar outras mães e a comunidade. Ela acabou fundando o Clube de Trabalho do Dia das Mães com outras mulheres. O clube fornecia assistência e educação com finalidade de reduzir as doenças e a mortalidade infantil do local onde moravam, na Virgínia. Com a Guerra Civil americana, a atuação do clube foi ampliada e as mães passaram a atender aos soldados feridos.
Como o conflito ainda perdurava no pós-guerra, Jarvis e membros do clube planejaram um encontro que passou a se chamar o Dia da Amizade das Mães com o intuito de encorajar as mulheres a participarem da política e promoverem a paz. Tempos depois, a efeméride transformou-se no Dias das Mães.
Em que pese o apelo comercial, a data é um pretexto para as tradicionais reuniões de família em torno da “mama” neste dia festivo! As conversas jogadas fora, a alegria de estarem reunidos, e o “gran finale”: A comida da mamãe!

É da comida, principalmente da avó, que Emenuele, emocionada, lembra-se. “Aquela comida era a forma de unir, era a forma de demonstrar amor, de guardar esses momentos e isso foi o maior marco da minha vida. Foi um marco tão grande que quando eu dei por mim eu percebi que minha cozinha profissional era cem por cento espelhada na minha avó”.



Para homenagear as mamas, a chef Emanuele vai nos presentear com uma suculenta carne malassada de encher os olhos e o estômago de afetividade.
“A malassada acaba sendo o prato de maior referência porque são as duas mulheres [mãe e avó] referências na minha vida”, afirma.

Massalado
Ingredientes:
500 g de alcatra
1 cebola roxa média
1 tomate
1/3 de pimentão vermelho
1/3 de pimentão amarelo
5 dentes de alho
30 ml de vinagre
50 ml de polpa de tomate
50 ml de água
50 g de bacon
Sal
Pimenta e cominho
Coentro
Modo de fazer:
Amasse os dentes de alho com sal, pimenta e cominho. Faça uma pasta homogênea no pilão.
Tempere a carne cortada em bifes com 3 cm de altura, esfregando o tempero. Reserve
Corte a cebola, o pimentão, e o tomate em rodelas. Separe algumas rodelas de cada para decorar depois de pronto.
Corte o bacon em cubinhos. Aqueça uma frigideira, coloque um fio de óleo, e frite o bacon até ficar bem crocante. Retire o bacon e frite os bifes de alcatra temperados.
Depois da carne já frita, coloque a cebola, os pimentões e o vinagre na frigideira.
Após evaporar metade do vinagre coloque o tomate, a polpa e a água. Deixe cozinhar até encorpar o molho. Regule o sal, se necessário.
Sirva a carne numa travessa com o molho e por cima decore com as rodelas de tomate, pimentões e cebolas já reservadas. Coloque coentro a gosto.
NOTA COM HISTÓRIAS & SABORES
AMERICAN COOKIES LANÇA COMBO ESPECIAL PARA A DATA PARA O DIA DAS MÃES

Para presentear as matriarcas no Dia das Mães (14/05), a American Cookies, rede especializada no cookie americano, acaba de lançar um combo especial para a data. Disponível em uma caixa com uma ilustração exclusiva e temática, a opção de presente gourmet da marca aposta em uma promoção de “compre 6 e leve 7 cookies”. Na oferta, os clientes poderão escolher entre os mais de 20 sabores disponíveis no cardápio da rede para montar o seu o próprio kit, todos assinados pela sócia fundadora Francielle Faria. A American Cookies está no Salvador Shopping. Av. Tancredo Neves 3133 - Ed. Salvador Shopping, loja 0102 - Caminho das Árvores, Salvador/BA
CLÁSSICOS PARA ENCOMENDA E PRESENTES EXCLUSIVOS NO DIA DAS MÃES DO PASTA EM CASA

As unidades do Pasta em Casa, no Rio Vermelho, e a recém-inaugurada Alphaville, estarão abertas normalmente para o almoço e jantar de Dia das Mães. No Rio Vermelho, ainda há a opção de começar o dia com um café da manhã ou brunch servido ao ar livre na calçada pet friendly do Pasta. O restaurante também traz um menu de encomendas montado pelo chef Celso Vieira com uma seleção de clássicos que vão de massas e lasanhas às sobremesas carros-chefe. O Garimpo do Pasta, a loja de presentes do Grupo, está abastecida de uma seleção fina de presentes criativos, exclusivos e feitos à mão que podem compor caixas personalizáveis
Pasta em Casa Alphaville na Avenida Alphaville, 522 - Edf Alpha Fitness Business, loja 2 - Alphaville 1 e bPasta em Casa Rio VermelhoRua Profa. Almerinda Dutra, 67 - Rio Vermelh
LAR CAFÉ BISTRÔ APOSTA EM EXPERIÊNCIAS AFETIVAS NA PITUBA

O novo Lar Café Bistrô, que ocupa o casarão de nº 104 da Rua das Margaridas, na Pituba, está aberto ao público em soft opening, mas apenas sob reserva. Aos sábados e domingos será servido café da manhã e durante a semana diferentes cardápios, assinados em colaboração pelos chefs Adailton Jr. e Jota Moraes, que receberão o cliente para almoço, happy hour ou jantar, com vinhos e drinks num bar exclusivo.O Lar Café Bistrô, em soft opening, funcionará de quarta a sexta-feira, das 14h às 22h e aos sábados e domingos, a partir das 8h, para o brunch. Siga @lar.cafebistro