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July

Por Alexandra Isensee

Uma das mais tradicionais colunas sociais do jornalismo brasileiro, publicada ininterruptamente em A TARDE desde o final dos anos 1960.
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Publicado quinta-feira, 28 de novembro de 2024 às 12:28 h | Autor: Alexandra Isensee

Mais importante coleção privada sobre a Bahia chega a Salvador

Instituto Flávia Abubakir soma mais de 50 mil itens

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Flávia e Frank Abubakir vêm reunindo sua coleção há mais de duas décadas
Flávia e Frank Abubakir vêm reunindo sua coleção há mais de duas décadas -

A maior e mais importante coleção privada do país reunindo a iconografia baiana, entre os séculos XVII e XIX, chega ao público neste mês de dezembro, em volume publicado pela Capivara, com organização de Pedro Corrêa do Lago.

São raros e importantes óleos, uma longa série de aquarelas, sketchbooks, gravuras, livros ilustrados - muitos dos quais existem apenas poucos exemplares no mundo - e alguns dos primeiros mapas do Brasil. A coleção está sob a salvaguarda do Instituto Flávia Abubakir. O patrocínio é da Unipar, através da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal.

Primeira capital da colônia, de 1549 a 1763, Salvador, ponto estratégico no processo de ocupação português, despertou a cobiça de navegadores de outros países. Mesmo antes da chegada da família real portuguesa em1808 e a abertura dos portos, a Bahia já havia sido visitada por artistas, navegadores e exploradores, basicamente holandeses, que reproduziram paisagens e personagens. A partir de 1808, a iconografia cresce, especialmente pelo encanto com as paisagens locais.

O recorte escolhido para o livro enfatiza a diversidade de interesses dos artistas estrangeiros pelas terras e populações baianas. Os textos são de autoria de sete historiadores/professores/arquitetos.

As apresentações de cada uma das seções trazem textos do professor, historiador e consultor, mestre e doutor em História pela Universidade Federal da Bahia, Daniel Rebouças. “Essa é uma obra de grande peso, um marco para iconografia sobre a Bahia e sobre o Brasil de modo geral”, afirma ele.

Flávia e Frank Abubakir vêm reunindo sua coleção há mais de duas décadas, no desejo de contribuir para a memória, a pesquisa e a preservação da arte que retrata a Bahia, democratizando e ampliando o conhecimento sobre o Brasil e as terras alcançadas pelos portugueses em sua pioneira globalização.

O Instituto Flávia Abubakir soma mais de 50 mil itens, a maioria dos quais com acesso digital pelo site Instituto Flávia Abubakir (institutoflaviaabubakir.org), que disponibiliza o acervo para consulta.

Entre os documentos bibliográficos referenciais estão, por exemplo, o livro Jornada dos Vassalos, narrando a reconquista de Salvador aos holandeses, em1625, escrita pelo jesuíta português Bartolomeu Guerrero; o clássico Rerum per Octennium in Brasilia, de Caspar Barlaeus – conhecido como “o Barléu” - e a primeira edição inglesa do famoso livro sobre piratas, de Alexandre Olivier Exquemelin (c.1645 – c.1707), com o curioso retrato de Rocky Brasiliano, pirata holandês que atuou como corsário na Bahia.

Das raridades cartográficas da coleção destaca-se o mapa (ao lado) elaborado por Joos Coecke, engenheiro holandês, durante a ocupação de 1624. Os holandeses tomaram Salvador por um ano, até serem expulsos pelos portugueses. Esse mapa tem impressionante precisão, a ponto de corresponder à cartografia atual da cidade.

Na mesma seção, o grande mapa de parede de Georg Marcgraf, de 1647, na sequência da ocupação de Pernambuco por Maurício de Nassau: uma peça de grandes dimensões que mostra o Nordeste brasileiro, com vinhetas de Frans Post.

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