A liberação de armas ajuda contra o crime? O tiro saiu pela culatra
Confira a coluna de Levi Vasconcelos desta quinta-feira
Nestes tempos de crescimento da violência, Lula voltar a restringir o acesso a armas não é tirar a possibilidade das pessoas se defenderem?
A pergunta aí vem do leitor amigo Jones Ralf, morador do Campo Grande, em Salvador, a propósito da decisão de Lula de puxar o tapete na liberação de armas da era Bolsonaro.
Meu preclaro, para começo de conversa a ciência política dita que saúde, educação e segurança são os três mais sublimes papéis de Estado. E do nosso ponto de vista Bolsonaro esculachou com os três. Na saúde, brigando com a Covid, teve quatro ministros, na educação cortou verbas e na segurança mandou a gente comprar um fuzil. Ou seja, abdicou do papel e orientou cada um a se virar.
Piora —Os defensores da liberação de armas não contam que além da possibilidade de incidentes domésticos aumentar, tem também outro estímulo para os criminosos, o de atacar para tomar as armas.
Esta semana, quando Lula baixou o decreto da restrição, o próprio Bolsonaro foi ao Twitter e escreveu: ‘Entregue sua arma, os vagabundos agradecem’.
No contraponto, análises feitas pelos técnicos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que o estímulo ao armamentismo, a partir de 2019, com a liberação de armas e a explosão de registros de caçadores, atiradores e colecionadores, agravou os problemas.
Dizem eles que teria havido 6.379 homicídios a menos. E o número de feminicídios aumentou em 1.200% entre 2019 e 2022. Em síntese, se o propósito era aumentar a segurança, saiu pela culatra.
Cortejado por Bruno, o PL de João Roma quer fazer bonito
Ponderando que tamanho de partido se avalia pelo número de deputados federais, o que define o volume de dinheiro e tempo de rádio e tevê, partido de presidente da República que disputa a reeleição sempre vira o maior.
Assim o é que o maior de hoje é o PL de Bolsonaro, com 99 deputados federais, seguido da federação PT-PCdoB-PV, com 80.
É nessa condição que João Roma, o presidente do PL na Bahia, vem nadando. No início da semana ele reuniu os seus aliados de legenda para estabelecer as diretrizes das eleições do ano que vem.
— Queremos revelar novas lideranças e construir um novo projeto para a Bahia.
O foco é óbvio, eleger o maior número de prefeitos. E é também pela boa posição que ele vem sendo bastante cortejado por Bruno Reis (UB), o prefeito de Salvador que vai tentar a reeleição
Wilson Falcão será a solução?
No imbróglio da briga entre o prefeito Colbert Martins e o MDB eis que surge o nome do empresário Wilsinho Falcão, filho do jornalista João Falcão, hoje secretário de Desenvolvimento Econômico, como alternativa para o partido lançar candidatura própria.A ideia que corre no tititi resolveria o problema do MDB, mas seria ruim para o ex-prefeito Zé Ronaldo (UB), de quem Colbert é aliado. Wilsinho está calado.
Cruz demite em massa e cancela festa do aniversário
Ednaldo Ribeiro (Republicanos), prefeito de Cruz das Almas, anunciou ontem o cancelamento da festa de aniversário do município, com a justificativa: ‘Meu coração está partido, estou muito triste’.A tristeza é compreensível. Ele foi obrigado a demitir quase 800 funcionários para cumprir decisão judicial a partir de ação do Ministério Público após denúncia de alguns vereadores.O clima na cidade ontem foi de intenso rebuliço, com os demitidos acusando políticos pelo desfecho. Pior: na convocação de concursos, como quer o MP, 60% dos aprovados são de fora. Ednaldo vai tentar a reeleição e tenta jogar o abacaxi para os adversários.