Aliados de ACM Neto apostam na estadualização do debate em 2022
Um deputado aliado de ACM Neto, habituado a fazer pesquisas nos quatro cantos da Bahia, avalia que o ex-prefeito de Salvador vai muito bem na mira do Palácio de Ondina em 2022. A última delas, num município de 40 mil habitantes, deu Neto 42% contra 20% de Jaques Wagner.
Mas também deu Lula 55% contra 16% de Bolsonaro. E Rui Costa como bem avaliado. Na opinião do referido, Wagner é visto como o velho, coisa do passado. E Neto, o novo, num cenário que permeia de ponta a ponta.
E na questão federal, como fica Neto? Com Ciro Gomes, uma tentativa de terceira via, num cenário que tende à polarização entre Bolsonaro e Lula? Na avaliação do deputado em apreço, o cheiro do novo, da renovação, se sobrepõe a isso.
2006 — Traduzindo o que ele está dizendo, o foco do debate será estadual. Só para ressaltar, na mesma pesquisa acima citada, Lula vai muito bem e Rui Costa também, dois pontos positivos para Wagner, a quem interessa de cabo a rabo a federalização do debate, com o amigo Lula contra o inimigão Bolsonaro.
Seria possível imaginar um cenário sem que a questão federal influencie a estadual? Não há precedentes. Aliás, em 2006, ACM, o velho, muito ajudou Jaques Wagner contra o governador Paulo Souto ao federalizar o debate, disparando contra Lula tudo o que o petista queria. Agora, é Lula de novo na parada e ACM, o neto, querendo se sair disso.
Jacó corre atrás da BA-284
Diz o deputado Jacó (PT) que o topo da lista de prioridades dele para Rui Costa engordou. Anteontem ele fez uma reunião virtual com 50 lideranças de Itamaraju para discutir problemas de lá. Pedida geral: o asfaltamento da BA-284, que liga a cidade a Jucuruçu, no extremo sul.
Os 35 km entre o povoado de Pau D’Alho e Itamaraju, segundo o ex-vereador Isaac Super Gil, prejudica tudo, da saúde à educação.
Amargosa na disputa 2022
Amargosa, no Vale do Jiquiriçá, palco de uma das maiores festas de São João da Bahia, completa hoje 130 anos de emancipação política. O de sempre é a parte cívica embolar com o forró, mas este ano só tem a política. Rui Costa vai lá hoje inaugurar obras ao lado do prefeito Júlio Pinheiro (PT).
Amanhã quem vai é João Roma, marcar presença. Será recebido pelo ex-prefeito Rosalvinho Sales, também amigo de ACM Neto.
Euclides e o chega pra lá
No encontro da executiva do PDT desta semana teve até momentos para o bom humor. Quando o deputado Félix Mendonça convidou Ana Paula, a vice-prefeita de Bruno Reis em Salvador, para se candidatar ao Legislativo em 2022, o deputado estadual Euclides Fernandes gritou:
– A deputada federal, né?
O ano de 2022 é o primeiro das eleições sem coligações, o que causa intensas ebulições internas nos partidos.
PDT tenta arrumar a casa e até Ciro Gomes, tudo bem
O PDT baiano tem nos seus quadros o deputado federal Alex Santana, que é evangélico ligado à Igreja Assembleia de Deus, que na Bahia abriu os braços para receber Bolsonaro. E também três estaduais, Roberto Carlos, Euclides Fernandes e Samuel Júnior, este último, também evangélico ligado à Assembleia de Deus.
No encontro que o deputado Félix Mendonça, presidente do partido no estado, fez anteontem, tentou botar ordem unida na casa: a prioridade do partido é Ciro Gomes presidente e ponto.
Sem celeumas. Mas ainda vêm novos rounds por aí, na questão estadual. Dos três estaduais, Euclides e Roberto Carlos simpatizam mais com a ideia de fechar com Rui. E se ACM Neto apoiar Ciro, eles ficam?
POLÍTICA COM VATAPÁ
Fantasminha
Fantasmas no serviço público, aqueles que só recebiam sem ir lá, era coisa normal até 1988, quando a Constituição obrigou a realização de concursos (o que não resolveu o problema, muitos fazem de tudo para driblar a obrigação de trabalhar), e conta Sebastião Nery que Luiz Antônio Santos, compositor de Barracão, Lata d’água na cabeça e outras joias da música popular brasileira, trabalhava no Ministério da Guerra (hoje do Exército), no Rio, mas não ia lá. Ou melhor, só aparecia no fim do mês para pegar o contracheque.
Era queridíssimo, e a cúpula da caserna até curtia, chamava ele de ‘Gasparzinho, o fantasminha camarada’. E tiravam sarro da situação dizendo que vez ou outra o bom Luiz Antônio dava um telefonema:
– Alô?
– Pois não?
– É do Ministério da Guerra?
– É.
– E tem guerra?
– Não.
– Tá bem. Quando tiver eu apareço.
E nunca aparecia.