Aos 77 anos, Nilo Coelho está em cena. Quer reconquistar Guanambi

Em 2016 Nilo Coelho, ex-governador, tentando o quarto mandato de prefeito de Guanambi, sua terra, pagou um mico: no dia da eleição já estava com trio elétrico pronto enquanto o adversário, Jairo Magalhães (PSD), apadrinhado do então prefeito Charles Fernandes (hoje deputado federal), já escondido na fazenda. Urnas abertas, a surpresa, deu Jairo. Jairo teve 23.989 (50,85%) contra 23.187 (49,15%), ganhou por 802 votos. Agora, aos 77 anos, em plena pandemia, Nilo está em campanha pelo DEM para enfrentar este mesmo Jairo, hoje prefeito. Será que vai dar?
– Não sei. Sei que os sinais são muito bons.
OPÇÃO ÚNICA — E vale correr esse risco, aos 77 anos, em plena pandemia? – Olha, eu já sou contaminado por outro vírus, o da política. E esse não tem vacina, morre com a gente. E, além disso, sou uma pessoa bem-sucedida na vida. A esta altura eu teria duas opções, passear ou fazer política. Como passear não pode, estou aqui. Se o senhor diz que não tem precisão e nem outras ambições, por que o risco? – Tenho o vírus da política e paixão pela minha terra. É minha razão de viver. No time dos contra ele, além do deputado federal Charles Fernandes, está a estadual Ivana Bastos. Lá é um dos casos em que o duelo dos governistas é com a oposição, e Rui Costa tem lado, de Jairo, ou contra Nilo. Por conta de Nilo, Guanambi está nos holofotes.
Em São Francisco, quem espera por Bolsonaro é Santo Antônio
Diz Átila Santana, radialista, sanfranciscano da gema, que a terra-mãe, São Francisco do Conde, é curiosa: – A cidade é São Francisco, a Paróquia é de São Gonçalo, o Convento é de Santo Antônio, a maior festa religiosa é Conceição da Praia, cuja igreja está de fundos para o mar. A cidade que compõe o relicário da herança colonial no Recôncavo baiano clama pelo Convento de Santo Antônio, cenário da novela Velho Chico. A causa ganhou o reforço do frei Rogério Rodrigues, que veio de Triunfo, Pernambuco, onde pilotou a recuperação do Convento de São Boaventura. Segundo Átila, que integra o comitê de recuperação, o telhado foi recuperado e ficou faltando o projeto executivo, que deveria sair em março, mas Kátia Bogéa deixou o Iphan em dezembro e tudo parou. Ou seja, lá se reza para São Francisco, São Gonçalo, Santo Antônio e Nossa Senhora da Conceição, mas faltam fiéis para São Bolsonaro.
Novo normal em dose dupla
Os sites da Chapada Diamantina estrilaram semana passada: Pré-candidato a prefeito promove aglomeração e população chama a polícia. O pré-candidato em apreço seria o advogado Afonso Mendonça (PSDB), principal adversário do prefeito Ediclay Barreto (PSD), o Cafu, que não só desmentiu como ainda diz ser vítima de duplo crime: numa fake acusado de aglomerar. Como a sociedade em rede acelerou, aí a banda podre do novo normal.
Em Madre, um atentado embola polícia e política
A polícia está devendo uma rigorosa apuração para o atentado que o prefeito Jailton Santana (PTB), de Madre de Deus, diz ter sofrido esta madrugada. Por um detalhe: nas redes sociais da área petrolífera, a desconfiança é geral. O caso: Jailton era o vice de Jeferson Andrade (PP), afastado em abril, com quem estava rompido. Apoiava o opositor Dailton Filho (PSB), junto com a esposa Jadiane, que é vereadora. Ele assumiu o mandato, tomou gosto, virou candidato e aí a curta experiência executiva dele, iniciada em plena pandemia, ganhou dois tempos, de saída tudo bem, agora, nem tanto, e na medida que a proximidade da eleição avança, ele piora. Jailton é da PM. Tem a faca e o queijo para pedir apuração rigorosa. Ele se livra da dúvida.