Baixo Sul dá o start para acabar os lixões
Confira a coluna de Levi Vasconcelos deste sábado
Consórcio Intermunicipal do Mosaico das Asas do Baixo Sul, ou simplesmente Ciapra. Bom anotar, porque está fazendo história. É a entidade que os 15 municípios do Baixo Sul, 360 mil habitantes, entre o sul do Recôncavo e a banda norte da região cacaueira. Esse é o palco de um novo tempo sobre o destino do lixo nosso de cada dia.
Em clima de entusiasmo os prefeitos do Ciapra assinaram o ato de delegação do Projeto Parque do Sol, pioneiro na Bahia, elaborado pelo jovem Igor Torres, pós-graduado em PPPs e Concessões da empresa Torres, que prevê a coleta e tratamento do lixo com aproveitamento de tudo e o aterramento dos resíduos inúteis.
Isso acontece um dia depois do secretário André Joazeiro (Ciência e Tecnologia) ter anunciado a parceria com a Shift Energy Holdings, que desenvolveu uma tecnologia que transforma o lixo em biocombustíveis.
Na Bovespa —Pergunta a Leo de Neco (Avante), prefeito de Gandu e presidente do Ciapra: tem conexão?
— Nós dialogamos muito bem com o governo.
E o que significa esse projeto para tanta euforia?
— A pauta ambiental é mundial. E temos uma grande contribuição para nos livrarmos de um problema crônico.
O projeto foi submetido a Marcus Cavalcanti, ocupante da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos da Casa Civil da Presidência da República, que adorou.
O projeto é da Torres, mas não quer dizer que é ela quem vai executar. Marcus quer levá-lo a leilão na Bovespa, segundo Leo de Neco, ainda este mês haverá nova audiência pública para liberar. As prefeituras nada gastam. A empresa vencedora paga o projeto para a Torres.
Na Bovespa —Fala Kitty Guimarães (PP), prefeita de Taperoá, que anfitrinou o encontro de ontem:
— É a construção de um futuro melhor para todos.
Fala Jaqueline Oliveira (UB), prefeita de Nilo Peçanha:
— Nossa região é a mais bonita. Merece ser a primeira a dar uma lição de preservação.
Igor Torres levou dois anos e oito meses para aprontar o projeto e percorreu todos os 37 lixões do Baixo Sul, região que ele escolheu porque a avó é de Nilo Peçanha:
— Isso é o start para a construção de um novo tempo, o tempo em que o normal será natureza limpa.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Bem lembrado
O velho sonho de Santa Maria da Vitória e São Félix do Coribe era a construção de uma ponte ligando as duas cidades, separadas apenas pelo Rio Corrente. A ausência dela forçava uma caminhada de seis quilômetros com muitos atropelos.
Lá um dia João Leão, então deputado federal, reunido com um grupo de aliados em Santa Maria, anuncia pomposamente:
— Eu vou fazer a ponte.
Nery Batista, ex-prefeito, se animou:
— Se o senhor fizer vai ficar na história! Será sempre lembrado, como o homem que trouxe o Correio para cá!.
— E quem foi que trouxe o Correio?
— Foi... Foi... Foi... Ô Edson (também ex-prefeito), como é mesmo o nome do homem?
— Esqueci...
— Como é, Careca?
— Rapaz, o nome está na ponta da língua...
— Como é, Cadu (ex-prefeito de Coribe).
— Rapaz, tá na cabeça, mas não tô lembrado.
Era Manoel Novaes. Leão fez a ponte e ainda é lembrado. Por enquanto.