Bolsonaro criou fato político, mas se livra da cadeia? Eis a questão
Confira a coluna de Levi Vasconcelos desta terça-feira, 27
Gente teve na Av. Paulista. Também, Bolsonaro estava em casa. Em 2022 venceu em 547 dos 645 municípios paulistas. No conjunto, teve 55,24% dos votos contra 44,76% de Lula. E lá ele carimbou com plateia a favor o que já vem tentando, politizar as investigações sobre o golpe dizendo-se vítima de perseguição.
Terá ele força para fazer valer a sua falácia? Parece que fora da Av. Paulista a coisa não é bem assim. Um levantamento feito pela Torabit, plataforma especializada em monitoramento digital mostra que nas redes onde tanto surfou en 2018, quando ganhou, perdeu.
Entre a zero hora de sábado e 10h30 de domingo, houve 47.579 postagens no Face, X (antigo Twitter), Instagram, sites e blogs, 46,2% contra, 27,5% a favor e 26,2% neutros. Ele perde aí, mas na situação em que está, acuado por todos os lados, ganha pelo menos um alento.
Anistia —No seu discurso, Bolsonaro pediu anistia para os acusados do 8 de janeiro, os grupos que invadiram o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF, segundo ele, ninguém armado, como se invadir as sedes dos três poderes para vandalizar inclusive destruindo obras de arte, fosse coisa pouca.
Sem contar os processos que brotarão a partir das investigações sobre as articulações do golpe que não aconteceu, Bolsonaro já responde a quase 600 processos. Já está inelegível, mas a pergunta agora é: escapa da cadeia? E se for preso, haverá manifestações para libertá-lo?
Com as manifestações de sábado ele ganhou um discurso. E só. A cadeia esta aí.
Banana e mandioca com meio ambiente saudável, veja a saída
Sobre a matéria que publicamos domingo a respeito da Cooperativa dos Produtores Rurais de Presidente Tancredo Neves (Coopatan), o leitor Jerônimo Barnabé, de Gandu, pergunta: como o engenheiro Norberto Odebrecht aceitou o plantio de mandioca e banana, duas lavoura que exigem desmatamento, se ele brigava pela preservação ambiental?
No caso em apreço, acertou-se com o próprio Odebrecht plantar mandioca em áreas já desmatadas.
Ele queria triturar o caule da mandioca para prensar e vender na Europa como lenha para larreira, mas foi convencido a deixar os resíduos da planta na própria terra para servir de adubo no revezamento, nas mesmas áreas, com o plantio da banana.
Juscelino Macedo, presidente da Coopatan, diz que foi tudo combinado.
— E deu certo. O próprio Dr. Norberto aplaudiu.
O certo por linhas tortas
O deputado Raimundinho da JR (PL) discursava ontem na tribuna da Assembleia defendendo Jerônimo, no caso da aprovação de aluno que perdeu uma só matéria.
— Eu não estudei, meus pais eram pobres, não tinham dinheiro para pagar banca.
Adolpho Menezes (PSD), o presidente, completou:
— Deus escreve certo por linhas tortas, deputado. Talvez se o senhor estudasse não seria o milionário que é hoje.
Enfim, Olindina ganha a sua Câmara de Vereadores
A Câmara de Vereadores de Olindina, desde que o município foi emancipado, em 1958, desmembrado de Itapicuru, a 66 nunca teve sede própria. Sempre funcionou em prédios emprestados pela Prefeitura ou alugados.
Enfim a história muda. Amanhã, o prefeito
Luiz Alberto (PSD) vai inaugurar a sede própria da Câmara, com um gabinete para cada vereador. Bem avaliado e candidato a reeleição, ele tem a unanimidade dos 11 vereadores aplaudindo o projeto, claro.
Lá, a Câmara vai homenagear D. Iva Gomes, 88 anos. O mérito dela: enquanto teve boa saúde tinha como hábito frequentar as sessões da Câmara. Não perdia uma, dizem lá.