Bolsonaro, do sonho com Trump ao contragolpe que melou tudo
Confira a coluna de Levi Vasconcelos
Um amigo bolsonarista, que se autodeclara direitista racional, diz que, do ponto de vista dele cai como uma luva evocar aquela velha frase atribuída a Magalhães Pinto, ex-governador mineiro: ‘Política é como nuvem. Você olha tá de um jeito, olha de novo já mudou’.
Ele falou para configurar o novembro do ponto de vista dos bolsonaristas: na primeira quinzena deste mês, esperanças positivas renovadas com a vitória de Donald Trump nos EUA. Agora, na segunda quinzena, a notícia sobre o planejamento do golpe e assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.
Alguns bolsonaristas dizem que foi de propósito, o golpe para contrapor Trump, você acha?
– Não sei. Mas é uma investigação que já vinha e só agora estourou?
Xandão –O fato é que a acusação é da pesada. E tem 37 implicados, inclusos generais. E Bolsonaro culpa Alexandre de Moraes, ministro do STF, ou Xandão para os bolsonaristas. E qual é a queixa, Xandão inventou?
– Não, mas fica estranho, muito estranho, que ele seja o juiz do caso, ordenou a investigação da PF, aparece como uma das potenciais vítimas e continua o juiz. Por isso eu digo que sou bolsonarista racional. Uma grave acusação partindo de um potencial adversário, ainda que seja real, cheira mal.
E com tudo isso ainda dá para Bolsonaro em 2026?
– Já era difícil, porque se fosse aqui, o Trump nem candidato seria. Agora ficou pior.
Enquanto isso Lula lá diz que em 2022 celebrou a vitória, mas agora celebra estar vivo.
Colaborou: Marcos Vinicius
Uva, a alegria no Velho Chico
O Vale do São Francisco, Juazeiro à frente, e a Chapada Diamantina entraram em festa com a notícia do acordo entre Brasil e China para os chineses importarem uvas brasileiras. Segundo o deputado João Leão, só em Barra do São Francisco mais de 30 vinícolas estão em implantação.
– Há mais de quatro anos estamos brigando por isso. Além da uva, aqui já estamos produzindo vinhos mundialmente premiados.
Dora Kramer diz o que falta
Dora Kramer, jornalista de política, hoje colunista da Folha de S. Paulo, postou nas redes sociais: ‘Gostaria de saber em que momento os golpistas de palácio jogaram a toalha. Isso ainda não foi contado. Bem como a razão de Bolsonaro se mandar para a Flórida. Deve estar tudo contado nas 884 páginas do relatório da PF’.
De fato, se essas duas questões forem esclarecidas como sugere Dora, Bolsonaro se arrebenta de vez.
Segundo Roma é perseguição
João Roma, presidente do PL na Bahia, soltou nota sobre a tentativa de golpe de Estado articulado por Bolsonaro e cia, segundo a PF. Seguiu a mesma linha que os bolsonaristas estão adotando: ‘é perseguição’.
Roma, tal e qual Tarcísio Freitas, governador de São Paulo e ex-colega de Ministério, diz que os governistas ‘construíram uma narrativa que carece de provas’. Ou seja, inquérito virou narrativa.
Wagner diz que não mete o bico na área de Jerônimo
Embora se diga que Jaques Wagner e Rui Costa travam uma luta de bastidores por espaços no governo, no embalo da reforma que Jerônimo está articulando, em conversa com jornalistas Wagner o negou categoricamente.
– Eu não estou disputando nada, e nem acredito que Rui esteja. Quem tem a caneta na mão é Jerônimo e é ele quem decide.
Claro que é Jerônimo quem manda, mas já é certo que André Curvelo deixa a Secretaria de Comunicação para ir comandar a comunicação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mas também muito se diz que o sucessor dele será o publicitário André Ferraro, pessoa do apreço de Wagner. Aliás, a pedida é boa.