Bolsonaro, Trump e os baianos, as coincidências nem tanto 100%
Confira a coluna de Levi Vasconcelos
A propósito da visita de Jair Bolsonaro a Salvador, Juvenil Pereira, o Juve, do Imbuí, bolsonarista não radical, ressalva do próprio, pergunta: a trajetória de Bolsonaro tem muitas coincidências com a de Donald Trump, ex-presidente dos EUA, que agora pode voltar. E será que em 2026 Bolsonaro volta?
O que Juve cita como ‘coincidências’ de fato são. Os presidentes na mesma época, ficaram amigos, afinados ideologicamente, ambos colocaram suspeitas sobre o sistema eleitoral, lá invadiram o Capitólio (o Congresso) e cá teve o 8 de janeiro.
Mas meu caro, num ponto, a origem das candidaturas, nada a ver. Trump foi candidato do tradicional Partido Republicano, o mais conservador lá dos EUA. Já Bolsonaro nunca ligou para partido, era do nanico PSL, e foi turbinado a 30 dias das eleições por uma facada que o deixou recebendo as atenções de todas as mídias, 24 horas por dia e por motivo justo, sem abrir a boca.
Tiroteio —Quando Trump perdeu a reeleição em 2020, Bolsonaro deu a sensação de que entrou em depressão. Ficou cinco dias sem abrir a boca para reconhecer a vitória de Joe Biden.
Teve que engolir, a contragosto, da mesma forma que engoliu a derrota dele cá. Trump pode até ganhar lá, e com certeza os bolsonaristas ganharão um alento. Daí a dizer que Bolsonaro, cada dia mais enroscado com a fracassada tentativa de golpe, vai reconquistar as condições competitivas para 2026, convém lembrar: a única semelhança de final é a dos dois derrotados. 2026 pode não ser tão parecido.
PGE comemora a conquista de R$ 3,5 bilhões para a educação
A Procuradoria Geral do Estado da Bahia (PGE-Ba) está soltando foguetes. Festeja como uma conquista com DNA próprio o acordo assinado anteontem, no Dia Nacional da Advocacia Pública, entre MEC e o Estado da Bahia, que garante mais de R$ 3,5 bilhões para a educação.
O acordo é o desfecho de uma ação movida pela PGE, que tramitava há mais de 20 anos no Supremo Tribunal Federal (STF). O foco era as diferenças de repasses do antigo Fundef, que existiu entre 1998 e 2007.
A procuradora geral, Bárbara Camardelli, ressalta que a petição inicial foi feita pelo procurador Sílvio Avelino Pires, que trabalhou com o colega Luís Paulo Romano.
— Eles acompanharam todo o processo e agora a execução. E assim a Bahia conseguiu esse importante repasse para educação.
Os ausentes esquecidos
No almoço com Bolsonaroontem estavam o deputado federal Capitão Alden e os estaduais Leandro de Jesus e Diego Castro, além de João Roma, o presidente estadual do partido de todos eles, o PL, além do pastor Átila Brandão e da médica Raíssa Soares, que em 2022 disputou o Senado.
Segundo um acompanhante, nada se falou sobre os ausentes do partido, os deputados estaduais Raimundinho da JR Vítor Azevedo.
Homenagem a Michelle passou no embalo geral
Se na Assembleia da Bahia a bancada governista é amplamente majoritaria, com 42 deputados entre 63, como a homenagem a Michelle Bolsonaro foi aprovada?
Simples. Comendas e títulos de cidadania na Alba geralmente passa por acordos entre as bancadas, algo em que a regra geral é nunca questionar os indicados dos colegas.
Mas o deputado Leandro de Jesus (PL), o autor da Comenda para Michelle, também protocolou outro projeto, o que declara Lula “Persona non grata” na Bahia. Comentário de um deputado governista com lins evangélicos:
— Leandro ficou maluco, é? Será que ele está pensando que a Bahia virou Israel?