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Levi Vasconcelos

Por Levi Vasconcelos

ACERVO DA COLUNA
Publicado domingo, 18 de fevereiro de 2024 às 5:40 h | Autor:

Brola, na peleja pelo recorde mundial da longa vida: 123 anos

Confira a coluna de Levi Vasconcelos deste domingo, 18

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Bráulio Celestino dos Santos, o Brola
Bráulio Celestino dos Santos, o Brola -

Segundo Guiness Book, ou o Livro dos Recordes, o recorde mundial de longevidade é da francesa Jeanne Calment. Ela morreu em 4 de agosto de 1997 com 122 anos e 167 dias.

Será essa a verdade absoluta? Claro que o Guiness estuda outros casos, a exemplo da sul-africana Johana Maziguko1, mas como é rigoroso, até agora não deu recibo, prevalece Jeanne.

Se assim o é, quem entra na fila é o baiano Bráulio Celestino dos Santos, o Brola, morador do povoado de Rapa Tição, distrito de Serra Grande, em Valença. Ele exibe uma carteira de identidade emitida pelo Cartório do 2º Ofício de Itabuna, LV 010 FL 136 RT 2771 segundo a qual nasceu em Nazaré dia 29 de março de 1901. Ou seja, está em vias de completar 123 anos. Melhor, hoje ele faz exatos 122 anos e 325 dias, faltam 41 para fechar 123.

Controvérsias —Pergunta ao próprio Brola: e a idade é essa mesmo?

— Sei lá. Só sei que há muito tempo já perdi a conta.

Brola nasceu em Nazaré e ainda bebê o levaram para Serra Grande, passou a vida trabalhando nas fazendas de ca cau de Itabuna e cercanias.

De Nazaré, nada a lembrar: ‘Nunca mais voltei lá’. Casou com D. Dirce Ribeiro, falecida a mais de 30 anos, com quem teve 10 filhos, um falecido, mais oito mulheres e um homem com 23 netos e 5 bisnetos.

Também há mais de 30 anos está casado com D. Maria das Graças Assis Medina, a Gal, 70 anos. Mas dentre os mais chegados há quem duvide da idade. Maria da Conceição, a filha mais velha, puxa a fila.

— Não vou compactuar com uma mentira. Eu mesmo oficialmente tenho 68 anos, mas na real são 66.

Zé de Florindo, 80 anos, da família em que Brola se criou, também duvida:

— O correto seria ir em Nazaré pegar a certidão de batismo. Sem isso, não dá.

Prazer —Brola diz que está cego e quase surdo. mas gosta muito de viver. E o que mais gostou da vida?

— Sambar e namorar.

E como namorava. Espalhou filhos por onde andou, principalmente em Itabuna. E Zé de Florindo ressalva:

— O apelido dele é Bocage. Bocage é o poeta português que ganhou fama pelos conteúdos eróticos e pornográficos. E afinal, quantos são os filhos fora do casamento?

— Não sei. Alguns são meus, outros disseram que eram meus. Não separei.

Na vida, Brola sempre seguiu duas regras. É devoto de Nossa Senhora de Santana. A outra é ensinamento: ‘Não desejar nada de ninguém, o que é seu é seu, o que é meu é meu’. Ana, outra das filhas, professora em Itabuna, atesta:

— Isso ele nos ensinou. E cobrava com rigor.

D. Gal, a mulher, atesta:

— Sempre foi assim. E vai morrer assim.

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