Bruno Reis dá largada festiva em Salvador, ou ‘o ninho da oposição’
Confira a coluna de Levi Vasconcelos
Bruno Reis (UB) virou candidato oficial a prefeito de Salvador já ditando o tom da reza: não vai se candidatar nos próximos seis anos. Ou seja, em 2026 está fora e fica até o fim do mandato em 2028.
O recado foi para os que especulavam sobre a possibilidade dele largar o mandato para disputar o governo em 2026. E também garante o conforto do amplo leque de alianças que formou.
Ele larga com o apoio de 13 partidos, dois a menos que em 2020, mas com larga vantagem em tempo de rádio e tevê tendo como principal adversário Geraldo Jr (MDB), ex-aliado que virou vice-governador e agora é opositor, e também com a administração bem avaliada e liderando as pesquisas.
Desafio —Salvador é o principal ninho da oposição, a base que projetou ACM Neto. O PT nunca governou a capital baiana, agora abdicou para centrar fogo em Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia, que também nunca governou, apostando no deputado Zé Neto.
E já que a capital é o ninho da oposição, cai nas mãos de Geraldinho um tremendo desafio, que passa também pelo futuro dele próprio.
Na banda governista, a chapa governamental para 2026 tem quatro vagas, duas já ocupadas, a de governador com Jerônimo e uma de senador com Jaques Wagner, que já se declarou pretendente. Restam duas vagas, outra de senador e a de vice, que ele ocupa, indicado pelo MDB. A permanência dele tem a ver com o desempenho este ano. Se perder, mas não tão mal, se credencia. Se não...
Colaborou: Marcos Vinicius
Nos 20 maiores, os governistas não se afinaram em quatro
Dado o start para a peleja de 2024, os partidos alinhados do governo se entenderam bem em 15 dos 20 maiores municípios baianos, mas em cinco a coisa está embaralhada ou dispersa.
Em Salvador, Feira, Vitória da Conquista e Camaçari, os quatro maiores, tudo definido, mas no quinto, em Juazeiro, é onde está a grande incógnita sobre quem vai enfrentar a desgastada prefeita Suzana Ramos (PSDB), já que, Isaac Carvalho, do PT, está inelegível e vai desistir no último minuto possível, o que deixa a base governista atordoada.
Em Itabuna a base do governo segue rachada com o petista Geraldo Simões apoiando o deputado Pancadinha (UB) e em Ilhéus, o prefeito Marão (PSD) foi escanteado com o seu candidato, Bento Lima (PSD) enquanto o PT com Adélia Pinheiro segue o seu curso. Para o governo, nos palcos da região do cacau, está complicado.
Feira pára na Festa de Santana
Hoje é dia de Nossa Senhora de Santana, a padroeira de Feira de Santana, quando todos os políticos vão acompanhar a procissão e pedir proteção.
Se na semana passada Zé Ronaldo (UB) ganhou a mídia na união com Pablo Roberto (PSDB), Zé Neto (PT) levou lá Jerônimo domingo e ontem (para receber o título de Cidadania na Câmara), mas ainda não anunciou o vice. Ao que dizem, vai ficar entre PSB, MDB e PP. A questão: quem?
Em Dias D´Ávila, aliança PL e PT minguou, em parte
Dias D’Ávila, vizinhaode Camaçari e do Polo Petroquímico, é um dos poucos municípios em que a união entre PL e PT era possível, mas a ideia minguou. Lá, o deputado Raimundinho da JR se elegeu pelo PL em 2022, mas sempre foi aliado do governo. Agora ele já tinha o apoio do PL e do SD e se aliava a Rose Requião, petista, que em 2022 puxou a barca de Lula e Jerônimo.
A ex-prefeita Jussara Márcia, que era do PT, mas vivia afastada, reapareceu em cena. É a candidata. Rose saiu do partido, se filiou ao PSD de Otto Alencar, levou o Agir, e vai ser a vice de Raimundinho contra a própria Jussara e o prefeito Alberto Castro (PSDB). Lá, o jogo é trincado, com a base do governo dividida.