Com Boquira, Navarro desnuda chumbo que inferniza Sto. Amaro

Santo Amaro da Purificação, uma das joias do período colonial esbanjando a cultura que produziu Caetano Veloso, Maria Bethânia, Jorge Portugal, e outros arautos das boas causas, também usou a poesia para protestar, como Caetano em Purificar o Subaé. O começo:

Purificar o Subaé/Mandar os malditos embora/Dona da água doce quem é/Dourada rainha senhora.

O fim:

O horror de um progresso vazio/Matando os mariscos, os peixes do rio/Enchendo meu canto de raiva e de pena.

É justamente sobre o motivo da indignação do artista que o jornalista Carlos Navarro lança amanhã (18h) na Biblioteca Municipal de Santo Amaro, o livro ‘Boquira’, relatando o drama da população com a herança maldita da Cobrac (leia-se Penarroya), a contaminação do solo por chumbo.

Romance — Navarro, jornalista que no tempo em que a mídia impressa dividia os louros da audiência com a televisão (ela perde para as redes) foi diretor da sucursal do jornal O Estado de São Paulo em Salvador, depois diretor em todo o Nordeste da Agência Estado, fez o livro porque profissionalmente sempre acompanhou o drama e acha que está na hora de dar uma relembrada porque o problema está lá.

— Eu não me preocupei com datas. Preferi romancear, contando várias histórias.

Ele homenageia o jornalista Dailton Mascarenhas e o fotógrafo Agliberto Lima, o Bel, pioneiros na história da Penarroya, que arrancava chumbo em Boquira e processava em Santo Amaro com o nome de Cobrac.

Resultado: mais de 1.200 mortos, muitos doentes, processos judiciais que nunca acabam.

Segundo Bira Coroa, os índios do CAB lutam por causas justas

Aliado dos índios que estão acampados no Centro Administrativo, na 4ª marcha a Salvador (estava interrompida por conta da pandemia), o deputado Bira Coroa (PT) diz que muitas das pautas agora colocadas foram atrasadas pela própria pandemia em áreas como saúde, infraestrutura e educação, mas dois fatos ele relata como sobressalentes:

— Primeiro, lá em 2010 e 2011 tramitou um projeto do qual fui relator, reconhecendo a profissão de professor indígena. Acontece que de lá para cá muitos índios fizeram mestrado e doutorado e permanecem iguais. Segundo, queremos que eles tenham também o piso nacional dos professores. É o mínimo.

Os índios, que ontem desfilaram para chamar a atenção, ficam lá até sexta.

Agora Sidônio com Lula lá

O deputado Robinson Almeida (PT), que nos governos de Jaques Wagner foi secretário de Comunicação, disse não entender porque alguns estranharam o nome do publicitário Sidônio Palmeira como marqueteiro de Lula:

— Sidônio comandou quatro campanhas vitoriosas na Bahia, as duas de Jaques Wagner e as duas de Rui Costa. Tem pedigree.

No TJ, vaga de Lourival sobra com muita falação

Presidente do Tribunal de Justiça da Bahia até janeiro deste ano, o desembargador Lourival Trindade se aposenta oficialmente no próximo dia 5 É quando ele completa 75 anos e aí cai na aposentadoria compulsória, que nos bastidores jurídicos e políticos chamam de “expulsória”.

A vaga de Lourival é do quinto constitucional da OAB-BA, que elege seis, manda para o TJ que elege três e manda pra o governador que elege um Também nos bastidores se diz que tem gente interessado em atrasar o processo a fim de deixar a escolha para o próximo governador. Se for ACM Neto, as preferências mudam.

REGISTROS

Níquel tem futuro 1

O preço do níquel disparou tão rápido esta semana que chegou a forçar uma parada da London Metal Exchange, a bolsa de valores dos minérios, em Londres. Mas em Itagibá, onde fica a mina da Atlantic Nickel, ao invés de preocupar, a alta alegra. Lá se diz, na brincadeira, que o níquel virou ouro.

Níquel tem futuro 2

Itagibá produz níquel sulfetado, componente essencial na produção de baterias para carros elétricos. A Bahia lidera a produção nacional, que ano passado vendeu para Europa e Ásia mais de 80 mil toneladas, ou R$ 800 milhões. Por isso dizem que o níquel está incluso no time dos ‘minerais do futuro’.

Dia da caatinga

Hoje, 28 de abril, é o Dia Nacional da Caatinga, bioma de 800 mil metros quadrados envolvendo cinco Estados (Bahia, Sergipe, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte e norte de Minas), mas Stephan Silva, sergipano, queixa-se que a data não é reverenciada como deveria.

Dia da caatinga 2

Pois que o pessoal da caatinga (mais os ambientalistas), se conformem: 22 de abril também é o Dia da Terra e os moradores da Terra nem tchum.