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Com o tempero da novela, no cacau tempo bom voltou, mas nem tanto

Confira a coluna de Levi Vasconcelos desta sexta-feira, 16

Publicado sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024 às 05:40 h | Autor: Levi Vasconcelos
ECONOMIA
Queremos que a Bahia se reconheça como produtora e consumidora dos produtos gourmet e artesanais da agroindústria do estado”, afirmou o coordenador geral da Origem Week Feira de Negócios, Marco Lessa, sobre o evento que movimenta o Centro de Convenções, em Salvador, de 09 a 12 de junho.

Dentro da feira acontecem eventos relevantes como o Salão do Café e a primeira edição do ‘Chocolat Salvador Festival’.
Fazenda de cacau
NA FOTO: cacau
FOTO: Divulgação
ECONOMIA Queremos que a Bahia se reconheça como produtora e consumidora dos produtos gourmet e artesanais da agroindústria do estado”, afirmou o coordenador geral da Origem Week Feira de Negócios, Marco Lessa, sobre o evento que movimenta o Centro de Convenções, em Salvador, de 09 a 12 de junho. Dentro da feira acontecem eventos relevantes como o Salão do Café e a primeira edição do ‘Chocolat Salvador Festival’. Fazenda de cacau NA FOTO: cacau FOTO: Divulgação -

Até parece que a novela Renascer, da Globo, que tem como pano de fundo o cacau, caiu como uma luva para vitaminar o alto astral do pessoal do cacau. O preço da arroba está nas alturas. Em 2022 era R$ 165, agora é R$ 450 e há quem diga que vai subir mais.

Mas o céu não é tão lindo quanto parece. Vanuza Barroso, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cacau (ANPC), diz que até gostaria que o bom momento perdurasse, mas é algo sazonal.

— A questão é que a Costa do Marfim, na África, enfrenta muitos problemas climáticos, como secas e cheias. E é a Costa do Marfim a baliza dos preços na Bolsa de Nova Iorque. E quando tudo voltar ao normal, como é que fica?

Ou seja, é resultado da desestabilização climática que causa estragos no planeta.

O xIs da questão —E é justamente na Costa do Marfim que está o grande problema do cacau no Brasil. É lá que o preço é definido pela Bolsa de Nova Iorque, fato que Vanessa considera absurdo a ponto de travar uma luta nacional contra a importação.

— O xis da questão é que a Costa do Marfim usa mão de obra escrava e também o trabalho infantil. Aí a concorrência fica desleal.

Ela diz que a indústria chocolateira luta para deixar tudo como está. Após uma audiência pública na Assembleia da Bahia e duas em Brasília, na Câmara dos Deputados, o pessoal até conseguiu via o deputado baiano Zé Neto (PT) um Projeto de Decreto Legislativo que limita as importações. Não deu e a briga agora tem outro viés. Ou seja, nem tudo é sorriso no cacau.

Paulo Rangel e Marcelo Nilo chegam na frente de olho no TCM

Ontem, no primeiro dia do prazo para as inscrições de quem postula a vaga de Fernando Vita no TCM, dois interessados cravaram os nomes lá, o deputado Paulo Rangel (PT) e o ex-deputado Marcelo Nilo.

O mínimo de assinaturas necessário para quem quer se inscrever é de 13. Rangel apareceu com 38 e Marcelo Nilo com 18. Outros dois postulantes declarados são os também deputados Fabrício Falcão (PCdoB) e Rogério Andrade (MDB), mas o prazo de inscrições só termina dia 27, tempo de sobra para eles e outros.

No plenário o escolhido deverá ter maioria, ou 32 dos 63 deputados. Se ninguém atingir, haverá até três votações entre os dois mais votados e se ainda assim nenhum atingir o quórum, o processo se encerra e abrem-se novas inscrições. É o que a lei prevê, mas isso nunca aconteceu.

Contrabando de ararinhas

Marlene Alves, que pilota a Associação Jardins Ararinha Azul de Lear, em Euclides da Cunha, e já se disse assustada semana passada com a PRF flagrando uma ucraniana contrabandeando ovos da ave, que é nativa do sertão de lá, ontem levou novo choque: 12 ararinhas azuis de lear e 19 micos leões dourados foram apreendidos na África.

— Infelizmente eles estão contando com colaboradores aqui. Que triste.

E os cacauicultores estão pedindo socorro ao MPF

Vanuza Barroso diz ter se defrontado em Brasília com uma situação absolutamente exótica. O PDL apresentado por Zé Neto enfrenta resistência dentro da Frente Parlamentar da Agricultura, na Câmara dos Deputados.

— Imagine, o PDL de Zé Neto está sendo contestado por um deputado de Santa Catarina (Rafael Rezenti – MDB) que nada tem a ver com cacau. A Frente que deveria nos defender, fica contra. E o Ministério da Agricultura que deveria fazer a mesma coisa, se omite. Claro que os chocolateiros entraram na parada. Tivemos que recorrer ao Ministério Público Federal.

Ela conta que está na expectativa. O MPF está ouvindo todas as partes para entender o caso.

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