De Moçambique para a Bahia, com entreposto em Lisboa
Nayara vai concluir o doutorado em Estudos Africanos no ISCTE-IUL, em Lisboa
E já que estamos no mês da Consciência Negra, veja essa. A baiana Nayara Homem, 38 anos, atriz, escritora e produtora cultural, resolveu escrever o livro, As Tintas do Riso - Maquiagem e Palhaçaria, expondo as raízes das pinturas que enfeitam palhaços e afins.
Ela achou DNAs indígenas e europeus, mas e os africanos? “Pensei, aí tem um buraco na pesquisa”. Correu atrás, o livro saiu e ela se apaixonou pelo assunto. Hoje, está fazendo doutorado pelo Instituto Universitário de Lisboa e se mandou para Moçambique, a fim de desenvolver a tese sobre o Gule Wamkulu, dança ritualística moçambicana que se tornou Patrimônio Imaterial da Humanidade desde 2008.
3ª etapa –Nayara vai concluir o doutorado em Estudos Africanos no ISCTE-IUL, em Lisboa, dentro de um ano e meio ou dois anos. Tem como orientador o professor português Paulo Raposo e como co-orientador o professor Bas’Ilele MaloMalo, do Congo, que trabalha na Unilab/Recôncavo. Ela tem o projeto de se articular com os baianos para fazer a conexão cultural entre Bahia e Moçambique, do outro lado da África.
– Moçambique e Brasil são pátrias irmãs, sobretudo quando falo de Bahia. Me senti em casa lá, há muitas semelhanças com o povo baiano. Posso destacar o amor e a facilidade na dança. Quero estreitar esses laços.
Diz Nayara que na cultura Nyau, objeto do estudo dela, o estilo de vida chama-se Gule Wamkulu, que significa “a grande dança”. As pessoas trajam-se de animais sobrenaturais e até em velórios fazem humor.
– É impressionante as similaridades ente baianos e moçambicanos.
Nayara é casada com o arquiteto Marcos Nunes, que a acompanha em Maputo, Lisboa e Salvador.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Pablo e Iolanda
No rol dos ídolos do nosso tempo que foram abruptamente retirados do nosso convívio neste novembro de 2022 está, entre Gal Costa, Rolando Boldrin e Erasmo Carlos, o cubano Pablo Milanés, o autor da inesquecível ‘Iolanda’, estourada no Brasil por Simone.
Conta o jornalista Walter Xéu, o baiano que virou meio cubano, que Pablo, amigo pessoal dele, compôs ‘Iolanda’ quando estava em turnê pela Europa e a mulher, Iolanda, grávida em Cuba.
Sucesso total o tempo todo em todos os lugares. E eis que o tempo seguiu e Pablo separou-se de Iolanda. Adiante, casou com outra chamada Sandra.
Pablo contava que levou Sandra no primeiro show que fez após começar a namorar com ela. E lá chegando, por respeito ao novo amor, cantou, cantou e cantou, mas não cantou ‘Iolanda’.
No fim do show, quando ele começou a despedir-se sem cantar ‘Iolanda’ a plateia em coro bradou:
— Iolanda! Iolanda! Iolanda! Iolanda!
Sandra teve que engolir.