E Bruno repete o padrão: a vida (ou a briga) segue após o Carnaval
Confira a coluna de Levi Vasconcelos desta quarta-feira, 8
Dizem, não de agora, que a vida na Bahia, especialmente em ano eleitoral como é o caso de 2024, só começa depois do Carnaval e anteontem no A TARDE Cast, Bruno Reis manteve a tradição.
Deus e o mundo sabe que ele é candidato à reeleição, mas o próprio não admite explicitamente. ‘Se eu fosse decidir hoje, seria candidato’. A lamentar, ressalva do próprio, é o Carnaval do ano que vem ser no início de fevereiro. Se fosse no fim, mais tempo.
Tudo nos conformes. Hoje ele é o prefeito, se abrir a boca para dizer-se candidato, dá o start na campanha, do ponto de vista dele, e ficaria difícil administrar a cidade e a candidatura.
Partidos —Mas Bruno não apenas é candidato, é candidatão. E seja lá quem for o adversário, terá muito trabalho para derrotá-lo. No mix das boas avaliações tem um detalhe importante: ele está entrando no apoio a incursões do Movimento Negro, um segmento tradicionalmente da esquerda,
Bruno também ganha tempo para arrumar a sua base, que inclui 32 dos 43 vereadores de Salvador, todos postulando a reeleição. Ele diz que vai equacionar o problema de uma forma que harmonize os atuais e os sem mandato. Ou seja, a pretensão é chegar em março com a base tranquila.
É um desafio. Em 2020 ele teve 14 partidos no apoio. Alguns, como MDB e PV, mudaram para a oposição. Hoje conta com UB, o dele, PP, PDT, PSDB, Republicanos e muito provavelmente o PL.
E Ana Paula, a vice, que é do PDT, fica? A decisão também fica para março, mas tudo indica que sim.
Sisal e piaçava perdem para o polietileno e deputados reagem
O sisal vive uma crise sem precedentes por três motivos básicos, segundo os dados citados pelos deputados ontem na Comissão de Agricultura da Assembleia, que realizou audiência pública para tratar do assunto:1 — A seca, que castiga mais uma vez o sertão baiano.2 — Os baixos preços (menos de R$ 3 o quilo), o que inviabiliza a produção.3 — O Ministério Público do Trabalho, que dá em cima dos produtores em nome do combate ao trabalho escravo.O deputado Marcinho Oliveira (UB), que é de Santa Luz, foi quem propôs a audiência pública, e diz que a situação é muito delicada.—As fibras em geral, como sisal, coco e piaçava, estão perdendo para o polietileno, a indústria do plástico. Acho que o ponto primeiro é o governo dar isenção de impostos para o setor. Ou então, a crise será perene.
Diego, o azul, e o vermelho
Robinson Almeida, o pré-candidato do PT a prefeito de Salvador, é conselheiro do Vitória e ontem deu de cara com Diego Castro (PL), bolsonarista, mas também torcedor do Vitória, na sala do cafezinho da Alba, cheia de jornalistas.Fala Diego, rindo:— O defeito dele é ser petista, no resto vai bem.E Robinson, também rindo:— E ele só usa vermelho quando veste a camisa do Vitória. No mais, só azul.
Bahia perde José Batista, o pagador de promessas
Figura folclórica em Feira de Santana, onde era conhecido como O pagador de promessas, Autor de dois livros, “Um Sertanejo no poder”, que narra a trajetória do ex-governador João Durval, e de “ACM o mito”, sobre ACM, de quem era fã, José Batista de Freitas Mattos morreu ontem aos 64 anos.
José Batista ganhou a fama de O pagador de promessas por ter o hábito de fazer promessas. Em 1999, andou de Feira a Salvador para pagar a promessa pela recuperação de ACM. Em 2008, prometeu caminhar os 800 km do caminho de Santiago de Compostela se ACM Neto vencesse. Perdeu. Em 2018, a mesma promessa se Geraldo Alckmin ganhasse lá e Zé Ronaldo cá. Também não deu. Mas ele dizia: ‘Um dia dá’. Não deu.