E eis que Bolsonaro também tem um traidor para dizer que é seu
Confira a coluna de Levi Vasconcelos
Hoje, Sábado de Aleluia, pelo Brasil afora fazem com muito alarido e alegria a Queima do Judas, simboliando a execração pública do traidor de Jesus Cristo. E o episódio carimba uma tese: desde semore a história não perdoa traidores.
Judas é o mais emblemático deles porque traiu alguém acima de qualquer suseita, vendeu a dignidade por 30 moedas e se tornou símbolo de algo desprezível, mas ainda fartamente praticado também na política.
Nos tempos recentes temos exemplos à esquerda e a direita de casos bastante visíveis de atores no mesmo ato com comportamentos distintos e destinos idem.
À direita: Roberto Jefferson e Valdemar Costa Neto foram condenados a mais de sete anos no Mensalão. Jefferson delatou, Valdemar não. O primeiro está condenado em prisão domiciliar jogado num canto um morto vivo. Valdemar é o presidente do PL de Bolsonaro, hoje o maior partido do país.
Mauro Cid —À esquerda: no mesmo escândalo, Antonio Palocci, ex-ministro da Casa Civil de Lula e José Dirceu, também ex-ministro de Palocci está jogado num canto. Dirceu comemorou o aniversário de 78 anos em 14 de março. Foram dez ministros, o presidente da Câmara, Arthur Lyra (PP-AL) e muitos petistas.
E eis que agora Jair Bolsonaro agrega a sua trajetória o seu traidor. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, resolveu delatar o ex-chefe. Dizem alguns petistas que ele está prestando um grande serviço a nação. Também aí a história se repete, ame-se a traição, não ao traidor. Ou alguém acha que vai haver quem ligue para Cid?