E não é que Valdemar quer anular só o 2º turno? É o cara de pau do ano
Quem lê o vasto relatório pensa que está vendo coisas que nunca viu

Um levantamento feito pelo site Aos fatos mostra que durante o mandato Bolsonaro mentiu 6.673 vezes. No vasto cabedal vão desde declarações dizendo que o governo dele foi um arauto na defesa da vacina contra a Covid até a afirmação pura e simples de que também no governo dele não houve corrupção.
Quem lê o vasto relatório pensa que está vendo coisas que nunca viu. No pós-eleição, a contramão da lógica continua a prevalecer. De saída, a baderna, que antes era como chamavam os protestos esquerdistas, agora vem de direitistas, curiosamente bradando ‘volta a ditadura’.
E eis que quando se pensa que não há mais absurdos para se admirar, entra em cena Valdemar Costa Neto, o presidente do PL, contestando 279 mil urnas compradas antes de 2020, sem apresentar qualquer prova, com a ressalva, os resultados suspeitos são só os do 2º turno.
Na pele —Simples. No 1º turno os filiados ou aliados dele ganharam, fazendo maioria no Congresso. No 2º, Lula ganhou de Bolsonaro. Simples: o que ele ganhou, está bom, o que perdeu, mesmo sendo as mesmas urnas, é suspeito. Tão pueril quanto ingênuo , não?
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, e presidente do TSE, pediu que ele contestasse também o 1º turno. Mais ainda, pulou fora, dizendo que se a justiça quiser, que o faça.
Claro que Bolsonaro e seus aliados também nunca se importaram em dar coerência aos seus atos. O próprio Valdemar Costa Neto já foi presidiário, condenado a mais de sete anos de cadeia no mensalão. Mas o ex-presidiário e ladrão é só Lula.
Eduardo Salles diz que vai ser oposição, mas sem radicalismo
Deputado estadual reeleito para o segundo mandato, integrante do PP de João Leão, Eduardo Salles diz que no racha com o governo segue o partido (o único a que se filiou) e vai ser leal sempre, mas admite que faz suas ressalvas.
— Apoiamos ACM Neto e perdemos. Somos oposição, estou nesse grupo. Mas não vou ser radical. Eu fui secretário de Estado (Agricultura), passamos 14 anos juntos. Vou ser oposição, mas sem cuspir no prato que já comi.
Eduardo, como Jerônimo, o governador eleito, é agrônomo. Ele em 2018 teve 90 mil votos e agora 70 mil, 20 mil a menos, mas diz que o fato tem uma explicação lógica. Em 2018 Eures Ribeiro (PSD), então prefeito de Bom Jesus da Lapa, lhe passou bases em Bom Jesus, Serra do Ramalho, Sítio do Quinto e Paratinga, já dizendo que em 2022 tomaria de volta. E tomou. Só isso.
Adversários, não inimigos
Ex-aliados, hoje adversários na política de Juazeiro, o deputado Roberto Carlos (PV) e o ex-prefeito Isaac Carvalho (PT) deram de cara ontem no restaurante da Assembleia. Se cumprimentaram, mas sem conversa.
Mostraram aos presentes que conhecem o caso que são adversários, mas não inimigos. Roberto Carlos apoia a prefeita Suzana Ramos (PSDB), adversária de Isaac, mas cá apoia Jerônimo também.
Vai tudo bem na Câmara de Salvador (e Geraldinho)
Desde que, no fim de março, Geraldo Júnior (MDB) se reelegeu presidente da Câmara de Salvador e na sequência anunciou que seria candidato a vice de Jerônimo, o legislativo baiano viveu momentos de muito acirramento de ânimos, as tensões à flor da pele, mas passada a eleição, nem parece que dias atrás o clima era outro, cheio de turbulências.
Geraldo é o vice-governador eleito e, de quebra, ainda elegeu o filho Matheus deputado estadual e agora vai lá três vezes por semana, sempre cumprimentado pelos colegas com afabilidade de velhos amigos.
Se diz entre vereadores que ele apostou alto. Se perdesse, estaria sem o governo estadual e sem a Prefeitura de Salvador. Mas ganhou, flutua.