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COLUNA

Levi Vasconcelos

Por Com colaboração de Marcos Vinicius

ACERVO DA COLUNA
Publicado domingo, 29 de junho de 2025 às 10:21 h | Autor:

E o Dia do Pescador é o Dia da Mentira? É dupla mentira, gritam

Confira a coluna de Levi Vasconcelos deste domingo

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Dia de São Pedro é também Dia do Pescador
Dia de São Pedro é também Dia do Pescador -

Hoje, 29 de junho, também é o Dia de São Pedro, celebrado como padroeiro dos pescadores que elegeram por tabela o Dia do Pescador. E aí entra a banda folclórica do caso: e por que toda mentira retumbante se diz que é mentira de pescador?

Em Taipu de Fora, na Península de Maraú, mais um belo point do litoral baiano, um bar estampa em letras garrafais: ‘Aqui reúnem-se pescadores, caçadores, políticos e outros mentirosos’.

Isto posto para o deputado federal Raimundo Costa (Pode), presidente da Federação Bahiana da Pesca, ele foi bastante incisivo na resposta:

– Pescador mentiroso? Dos outros eu até aceito, mas tire o pescador disso.

Coisa séria –Diz Raimundo que a mentira tem o seu dia consagrado, o 1º de abril. E quando o pescador é envolvido como protagonista de mentiras, estabelece-se uma mentira. E lembra o caso de Paulo Maluf, ex-governador de São Paulo, ex-deputado federal, quando o perguntaram se ele mente. ‘Meu filho, quem disser que não mente já está mentindo’.

E também, ressalva Raimundo, a folclorização da mentira associada ao pescador embute uma carga de preconceito.

– Pescador já é sofrido, passa o dia nos rios, no mar, nos mangues, sempre numa aventura. E mais: grande parte deles é de analfabetos. Ainda recebem essa pecha?

Moringo –Mas Moringo, pescador aposentado, morador do povoado do Guaibim, em Valença, amigo de Valença, tem fama de grande mentiroso, mas refuta.

Ele conta que lá um dia pegou o barco e saiu mar afora quando veio uma repentina tempestade, uma onda de mais de 100 metros de altura passou por cima, quando botou a cara fora da água, cadê barco? Aí, diz ele: ‘Minha sorte é que foi passando uma tartaruga, eu ponguei nas costas e ela me trouxe aqui até a praia’. E completa:

– Isso é verdade, mas todo mundo diz que é mentira. Mentiroso aqui é Pingo!

E aponta para o empresário Joel Andrade Barreto, o Pingo, dono de um bar cuja especialidade é a venda do mocofato nos finais de semana.

– Ele tem a cara de pau de dizer que criou uma cadela chamada Nina e treinou o faro dela para ir no mangue atrás de caranguejo. Fala que um dia mandou ela pegar uns caranguejos, com a ressalva: ‘Só traga meia dúzia’. E a cadela ainda trouxe os caranguejos amarrados!

Verdade zero –E quando Moringo estava falando isso, eis que aparece Pingo. E confirma a história. Fizemos a pergunta primeira: e cadê Nina?

– Essa pandemia da Covid foi uma desgraça geral, amigo. A Nina pegou o corona e perdeu o faro. Logo depois morreu de desgosto.

O detalhe é que Moringo, cujo primeiro nome é Moacyr, se recusou a dar o nome completo. E Pingo explicou:

– Dizer o nome é falar a verdade. Não é com ele.

Brincadeiras à parte, a Bahia tem 150 mil pescadores, mais de 10% de cerca de um milhão do país. Os sérios lamentam que o defeso, ajuda que o governo dá para evitar a pesca em períodos de desova, esteja sendo invadido. E Raimundo Costa atesta:

– É uma verdade indigesta.

POLÍTICA COM VATAPÁ

Palavra honrada

Paraense de Várzea Alegre, Raimundo Sobreira Filho, o Sobreirinha para os mais chegados, adotou a Bahia e aqui se elegeu deputado estadual duas vezes, entre 1983 e 1991. Dia 7 próximo ele faz 88 anos e comemora a data lembrando do Pará, a terra natal.

Conta ele que Joaquim Magalhães Cardoso Barata, o Magalhães Barata, militar, virou interventor do Pará em 1930, logo depois que Getúlio Vargas derrubou Washington Luiz, com poderes absolutos. O estado particularmente vivia em clima de guerra.

Barata vivia sua vida de ditador de província no mais clássico estilo para os amigos, tudo, para os inimigos o ferrão.

Lá um dia um amigo pediu para a filha emprego de professora, acatou, ordenou a contratação ao secretário de Educação.

Logo volta o secretário:

– Governador, tá difícil. A moça que o senhor pediu para nomear não tem nem o diploma do primário.

– Então arranje um diploma para ela e nomeie. Não posso faltar com minha palavra.

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