Golpe que não deu certo contra o Brasil sai pela culatra de Bolsonaro
Confira a coluna de Levi Vasconcelos deste sábado, 10
O Carnaval fervilha em Salvador, no Rio, São Paulo, Recife e por aí, mas na política a fervura está mesmo em Brasília. O pessoal de Bolsonaro reagiu à Operação da PF que foca a investigação de um golpe de Estado por ele articulado como ‘perseguição’, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, liberou o vídeo de uma reunião em que ele incita justamente o golpe.
Veja um trecho:
“Nós sabemos que se a gente, se a gente reagir depois das eleições vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém duvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições”.
O vídeo tem mais de uma hora e é cheio de insinuações sobre fraudes, sem apresentar qualquer prova. Carimba a ideia de que os acampamentos que resultaram no 8 de janeiro faziam parte do plano.
‘Cagão’ —O mix das informações sobre as investigações contém uma pérola que foi destaque na mídia de todo o Brasil, do Oiapoque ao Chuí, foi a fala em que o o general Braga Neto, ex-ministro da Defesa, candidato a vice de Bolsonaro em 2022, chama o também general Freire Gomes, então comandante do Exército, de ‘cagão’, por se recusar a aderir ao golpe.
De lambuja, ainda tem o PL, o partido de Bolsonaro. A legenda paga a Braga Neto R$ 28,8 mil por mês e tem também em folha o próprio Bolsonaro. Em Brasília, fora os bolsonaristas gritando a suposta perseguição, o clima ainda é de expectativa, mas o consenso é o de que o ex-presidente se ferrou.
Em Ilhéus, Ministério Público trava adoção de praças públicas
A promotora Alícia Violeta Passegi barrou o projeto do prefeito Mário Alexandre (PSD), o Marão, que pretende implementar uma lei que permite a ‘adoção de praças públicas’, ou seja, empresários se obrigam a cuidar delas e em compensação, ganham o direito de explorar alguns espaços.
Ela recomenda que se pare tudo até regulamentar a lei. A promotora afirma que do jeito que está, se pode direcionar espaços para alguns empresários sem publicidade prévia que dê oportunidade a todos. Ou seja, se permite a privatização das praças ofendendo o interesse coletivo.
A promotora Alícia também recomenda que num prazo de 15 dias a Procuradoria da Prefeitura de Ilhéus analise os procedimentos para a adoção das praças Castro Alves e Misael Tavares.
A iniciativa do MP bateu bem. Ou a Prefeitura obedece ou se enrosca.
Mérito para Aristides Filho
Integrante de um seleto grupo que recebeu esta semana da Câmara dos Deputados a Medalha do Mérito Legislativo, o médico Aristides Maltez Filho, presidente da Liga Bahiana Contra o Câncer, que toca o Hospital Aristides Maltez, agradeceu ao deputado baiano Jorge Solla (PT), o padrinho da homenagem, e deu o recado:
— Ficaríamos muito gratos se os hospitais filantrópicos que cuidam de câncer fossem mais olhados.
Lula na frente em pesquisa do Paraná, mas apertado
Claro que em termos eleitorais uma pesquisa presidencial nada significa para 2026, mas no momento, pelas circunstâncias, sim. E por aí o Instituto Paraná divulgou ontem no portal Poder 360 uma pesquisa em que Lula teria 36,8% das intenções de voto, contra 33,8 de Bolsonaro.
Se a candidata fosse Michelle Bolsonaro, Lula 37,6 contra 28%. Se ela sai e entra no lugar Tarcizio Freitas, o governador de São Paulo, dá 37,4% contra 17,4%.
Uma ressalva: a pesquisa foi realizada entre 24 e 28 de janeiro. Antes portanto do furdunço sobre a tentativa de golpe que está na mídia, mostrando que temos um país dividido. Na aprovação, Lula tem 48% de aprovação contra 47,8 de reprovação.