Hoje sufoco, o ferry-boat, como a ponte, também já foi lenga-lenga | A TARDE
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Hoje sufoco, o ferry-boat, como a ponte, também já foi lenga-lenga

Leia a coluna deste domingo, 31

Publicado domingo, 31 de março de 2024 às 05:30 h | Autor: Levi Vasconcelos
Ferry Zumbi dos Palmares atracando no terminal marítimo de São Joaquim
Ferry Zumbi dos Palmares atracando no terminal marítimo de São Joaquim -

José Nilton Silva, o Nil, 72 anos, feirante em São Joaquim, nascido, criado ‘e vivido’ em Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, a vida toda navegando nas águas da Baía de Todos-os-Santos ‘de lá pra cá e de cá pra lá, conta que já faz parte do trajeto o lenga-lenga da ponte. Vem ou não vem?

— Eu era jovem e passei a minha adolescência ouvindo esse mesmo lenga-lenga sobre o ferry-boat. Atrasou, mas aconteceu. Na velhice, eu ouço o mesmo sobre a ponte. Eu não sei se vou ver, mas que vem, vem.

Nil, que conversa com muitos clientes e também gosta de ler jornais, recorre a uma lógica da forma como a nossa sociedade se configurou em matéria de transporte, o carro. E a frota só cresce.

Novo tempo —Nil está certo. O que ele chama lenga-lenga do ferry-boat tem tudo a ver. Foi idealizado pelo governador Luiz Viana Filho (1967-1971). Em dezembro de 1970, a menos de três meses do fim do governo inaugurou, com um detalhe: não tinha navios.

ACM, o sucessor, deu sequência ao projeto e dois anos e meio depois inaugurou o primeiro ferry, o Agenor Gordilho, até que chegou a uma frota de oito, como hoje, mas sempre se conta a menos porque dois estão sempre em manutenção.

O sufoco com cinco horas de espera na Semana Santa de 2024 no ferry, segundo Nil, está com os anos contados. ‘O ferry já deu o que tinha que dar, agora é a vez da ponte’. Mas ele ressalva:

— Acredito na ponte, mas faço questão de deixar claro que eu me acho geração ferryboat.

Colaborou: Marcos Vinicius

Pastor Tom, a fé na volta a Alba apostando em Pancadinha e etc

Quem está de dedos cruzados torcendo pelo sucesso do deputado estadual Pancadinha (SD) nas eleições deste ano em Itabuna é Ewerton Carneiro da Costa, o Pastor Tom.

Embora as bases principais dele sejam em Feira de Santana, o foco em Itabuna tem tudo a ver para Tom, que é 1º suplente do Solidariedade e, se Pancadinha virar prefeito, ele herda a vaga na Assembleia.

— Estou muito confiante que algo de bom vem aí.

Ele tem outra alternativa. Se o PSD do senador Otto Alencar eleger três prefeitos, o partido que hoje tem nove perde quórum e Pancadinha herda a vaga.

E no PSD tem três prefeituráveis competitivos, Cláudia Oliveira em Porto Seguro, Eures Ribeiro em Bom Jesus da Lapa e Eduardo Alencar em Simões Filho.

— Sei que Deus dá tratamento isônomico a todos. Mas estou pedindo por mim.

O Conselho que não sai

A semana na Alba vai começar com uma pauta que está quase virando novela. O líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), ainda não apresentou os nomes para o Conselho de Ética. O tal Conselho é muito pouco acionado. A última vez foi quando o deputado Capitão Alden (PL), agora federal, disse que tinha deputado recebendo mesada da prefeitura de Salvador. Agora, a vez é do deputado Binho Galinha (Patriota), mas nada oficial, ainda.

Capanema, onde o medo ainda impera muito forte

Capanema, o bucólico povoado de Maragogipe rodeado de manguezais que facções antagônicas da Katiara e BDM ocuparam e botaram os moradores para correr, passou a Semana Santa com algo de mais diabólico do que sacro no ar.

A PM chegou, fez e faz sucessivas incursões, o clima amenizou, porque os criminosos deixaram de invadir casas, mas a grande maioria que preferiu buscar novos endereços em Maragogipe ainda não voltou. Um antigo morador do lugar sintetizou o problema.

— A polícia não prendeu ninguém, diz que fugiram, mas outros garantem que ainda estão no mangue. A polícia pede que a gente diga onde. Quem é besta de se meter nisso?

POLÍTICA COM VATAPÁ

Bethânia e Carcará

Essa quem contava era Jorge Portugal, secretário estadual de Cultura e santamarense top, que em agosto de 2020 nos deixou.

Junho de 2015, a Câmara de Santo Amaro, no ensejo da festa do 14 de Julho, a data cívica maior lá, homenageou uma série de personalidades ilustres, entre elas a cantora Maria Bethânia, irmã de Caetano Veloso, filha e orgulho da terra, que festejava 50 anos de carreira, 69 anos de idade e recebeu a Medalha Marquês de Abrantes.

Bethânia sentou-se ao lado de Roque Carcará, ex-jogador de futebol, zagueiro com fama de porradeiro, na época vereador, que ficava toda hora alisando o cabelo dela, o que ela detesta.

Quando Bethânia foi falar, Carcará disse baixinho:

— Fale mais perto do microfone...

E ela:

— Este senhor está querendo me ensinar a lidar com o microfone, coisa que eu faço há 50 anos...

Alguém da plateia emendou:

— É porque o nome dele é Carcará, o seu primeiro grande sucesso!

Gargalhada geral.

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