Jaime Sodré, um ícone da cultura afro na Bahia, deixa banzo geral

Jaime Sodré tinha jeito e sabedoria para se dirigir às pessoas mesmo em situações conflituosas. Sempre pacificador, calmo por natureza, ganhou uma aura de respeitabilidade plena em todos os segmentos da cultura afro no país, incluso o candomblé.
– Os intelectuais negros são assim, multifacetados. Ele desenhava, pintava, fazia poesia, música. Gastam o melhor das suas energias para dar exemplos propositivos na luta contra o racismo.
Quem configura o cenário acima e também quem fala abaixo é a jornalista Cleidiana Ramos, doutora em antropologia, que divide com o historiador Jaime Sodré, que esta semana nos deixou, a autoria do livro Ebomy Cidália – Enciclopédia do Candomblé.
Orfandade — Mais que isso, Cleidiana tornou-se tão próxima de Jaime e família que muitos achavam que ela era filha dele. ‘Eu e Jamile, a filha de Jaime, sempre nos tratamos como irmãs’. E é exatamente por estar tão próxima do historiador que ela passou as últimas horas sentindo o peso da perda:
– A orfandade é geral. Ele era mecenas, ajudava todo mundo para tudo, até para botar bloco afro na rua. Eu não sei como o orçamento dele dava. Mas dava.
Aliás, agosto de 2020 ainda está na primeira metade, mas já fica na história dos arautos da cultura afrodescendente na Bahia como um mês de grandes perdas. No começo da semana, Jorge Portugal. Agora, Jaime Sodré. Foi forte.
Combate a nepotismo
Já com largo histórico de agressões a profissionais de comunicação, como jornalistas e radialistas, o prefeito de Morro do Chapéu, Leo Dourado (PL), agora é alvo do TCM, que comprovou denúncia do vereador André Valois Costa sobre nepotismo, recomendando a demissão de nada menos que 18 ocupantes de cargos comissionados da parentaia do prefeito.
O relator, Chico Neto, imputou multa de R$ 10 mil e mandou o caso para o MP.
Base vai com três em Feira
Indagado pelo site Bahia na Política sobre quem seriam os candidatos a prefeito de Feira de Santana da base de Rui Costa além dele, o deputado Zé Neto (PT) disse que, a julgar pela configuração partidária, mais o ex-deputado Carlos Geílson (Podemos) e o vereador Roberto Tourinho (PSB).
Detalhes curiosos:
1 - Os dois, Geílson e Roberto, eram da base do ex-prefeito Zé Ronaldo.
2 - Geílson diz hoje que não quer saber de Zé Neto.
O ‘vai, não vai’ nas escolas
Mau sinal para a educação: o governo de São Paulo, que havia marcado a data de volta às aulas para 10 de setembro, o que criou expectativa geral, anunciou ontem o adiamento para 7 de outubro.
Rui Costa diz que se o retorno for agora, emendando sábados e feriados, dá para fechar o ano letivo em fevereiro e logo começar 2020. Mas professores dizem que 2020 está perdido porque a situação de hoje colocaria em risco alunos, eles e funcionários.
Segundo Elmar, chance da CPMF passar é nenhuma
O governo acena com uma reforma tributária desfraldando a velha bandeira de desoneração da folha de pessoal e outros encargos que pesam muito nas empresas, mas sugere como compensação a criação de uma nova CPMF, uma contribuição sobre transações financeiras.
E é justo aí que a coisa empaca, desonerar as empresas é justo, mas botar o povo para pagar, não. Segundo o deputado federal Elmar Nascimento (DEM), a chance é nenhuma.
– Nosso partido fechou questão contra. A CPMF ainda tem um problema adicional, ela é cobrada várias vezes pelo mesmo dinheiro.
Esse é o sentimento que predomina em Brasília, ainda mais em ano eleitoral. Ou seja, o governo vai ter que buscar outra saída.