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Levi Vasconcelos

Por Levi Vasconcelos

ACERVO DA COLUNA
Publicado sábado, 22 de julho de 2023 às 6:45 h | Autor:

Jânio Natal, o recorde de eleição para prefeito em lugares distintos

Confira a coluna de Levi Vasconcelos deste sábado

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Jânio, três vezes prefeito de Belmonte, duas de Porto Seguro
Jânio, três vezes prefeito de Belmonte, duas de Porto Seguro -

Essa de prefeito se dar bem num lugar, mudar de domicílio eleitoral e vencer no outro não é lá algo tão raro assim. Muito pelo contrário, a história é ponteada de exemplos nos quatro cantos da Bahia.

Lá pelos anos 90, Adalberto Lélis Filho, o Beto Lélis, se elegeu prefeito da pequena Ibipeba, saiu e virou deputado federal, disputou o pleito em Irecê e ganhou.

No oeste baiano tem Zito Barbosa (UB), que após dois mandatos como prefeito de São Desidério está concluindo ano que vem o segundo como prefeito de Barreiras.

Outro caso emblemático é o de Zé Cocá (PP). Foi prefeito da pequenina Lafaiete Coutinho, o vice menor município da Bahia, com 3.693 habitantes, duas vezes. Fez fama, elegeu-se deputado estadual, em 2020 se elegeu prefeito de Jequié, com 158.812 habitantes, 43 vezes maior, e ano que vem vai disputar a reeleição.

Na terra mater —Mas no cenário atual tem um caso diferenciado. Após ter sido vereador em Salvador, Jânio Natal (PL) elegeu-se prefeito de Belmonte, a terra dele, três vezes, e agora já é a segunda vez em Porto Seguro. Ano que vem vai disputar o terceiro mandato lá na Terra Mater do Brasil.

Aliás, aos 69 anos, Jânio tem uma trajetória única. Disputou 11 eleições, ganhou todas. As três de prefeito em Belmonte, as duas de Porto Seguro, uma de deputado federal e quatro de estadual.

— Eu comecei como cabo eleitoral de Joaci Góes, que foi deputado federal Constituinte. E com ele, até hoje meu amigo, aprendi muito.

2024 à vista —Eleito prefeito de Porto Seguro pela primeira vez em 2004, em 2008 Jânio não disputou a reeleição. Motivo alegado: é contra reeleição. E em 2024 ele mudou de convicção?

— Não, continuo contra a reeleição. Mas olho, assim, lá em Porto Seguro para ver se tem alguém viável querendo, não acho. Vou ter que encarar mesmo, não tem jeito.

Ele tem como provável adversário principal o grupo da ex-prefeita Cláudia Oliveira (PSD), que em 2020 encerrou o segundo mandato de prefeita e em 2022 se elegeu deputada estadual.

Jânio apoiou Bolsonaro e João Roma, já Cláudia, que é aliada do senador Otto Alencar, ficou com Lula e Jerônimo. Embora ele seja da oposição lá e cá, conta na Assembleia com o apoio do deputado estadual Raimundinho da JR, que se elegeu pelo PL de Bolsonaro, mas colou em Jerônimo e lá está.

Rabos de palha —Jornalistas que circulam lá pela Costa do Descobrimento dizem que vai ser um duelo de duas feras, ambos com feitos positivos e pecados na linha de conduta.

O calo de Cláudia: ela foi prefeita eleita em 2012, o marido, Robério Oliveira, também eleito prefeito de Eunápolis e o irmão, Agnelo, prefeito de Santa Cruz de Cabrália, os três alvos da Operação Fraternos, desfechada pela PF, para apurar supostos conluios entre os três.

Já Jânio, em 2016 se candidatou e ganhou a terceira eleição em Belmonte, mas antes da posse renunciou porque o vice era o irmão, Janival Natal, o que muitos consideraram um estelionato eleitoral.

Mas politicamente os dois deram a volta por cima numa boa. Cláudia se reelegeu em 2016, depois da Fraternos, e Jânio venceu em Porto Seguro em 2020. Dizem que a Terra Mater é vocacionada para palco de grandes histórias. O duelo do ano que vem será apenas mais uma.

POLÍTICA COM VATAPÁ

O veterinário

Vereador em Vitória da Conquista, onde fez a sua trajetória, embora seja de Anagé, deputado estadual e duas vezes federal, marcou época como opositor da ditadura, contra a ACM e contra o governo. Batia firme e forte.

O jornalista amigo dele, Dailton Mascarenhas, bom de caneta e de caráter, hoje no céu, contava que lá um dia Élquisson, a estrela mais brilhante do velho MDB na Assembleia da Bahia entre 1974 e 1978, finalizava mais um dos seus contundentes discursos contra o governo, quando Stoessel Dourado, arenista, advogado e veterinário pediu um aparte.

—Dou o aparte, mas antes quero que V. Excia. esclareça se eu estou falando com o deputado ou com o veterinário.

E Stoessel:

— Deputado, sempre que me dirijo a V. Excia. quem fala é o veterinário.

Gargalhada geral. Élquisson desceu da tribuna e cumprimentou Stoessel. Dailton tirava sarro com Stoessel também. Dizia que ele era o que seria um Dourado genérico, já que não era de Irecê.

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