José Carlos Teixeira, o que deixou o pós-eleição em clima sorumbático
Confira a coluna deste sábado
Jornalista de ofício e marqueteiro de coração, José Carlos Teixeira, o Teixeirinha, colega numa pós em Marketing Político na UCSal, dizia que da forma que a comunicação se configurou no nosso tempo é essencial saber ler e interpretar estatísticas.
— A escrita vem em números, temos que transformar em palavras as dicas que eles nos dão para potencializar nossas chances de acerto. Isso na vida é essencial, no marketing fundamental.
Ele falava sobre a sua última missão, fazer o marketing de Dailton Filho (PSB), prefeito de Madre de Deus e candidato à reeleição contra o ex-prefeito Jeferson Andrade (UB). E após ler os primeiros números lá, diagnosticou:
— Ele (o prefeito Dailton) não está tão bem, mas dá para chegar muito bem.
Em Tanquinho —Foi justamente festejando a boa chegada de Dailton que houve o incidente que o tirou de cena. Mas nem por isso tirava o olho de Feira;
— Na briga dos Zés, como dizem, não sei se Zé Ronaldo é esse bambambam todo ou se o outro Zé, o Neto, muito o ajuda.
No último contato, a poucos dias da eleição, ele nos apresentou Eliel, candidato a prefeito em Tanquinho pelo PDT, ‘amigo e gente muito boa’.
O amigo Eliel acabou tendo 76 votos e na agenda já estava um telefonema para ele na segunda a fim de dizer que Eliel é muito bom como pessoa e muito ruim de urna.
O fato é que com a partida de Teixeira o pós-eleição de 2024 deixou uma marca sorumbática na imprensa baiana.
Lamarão, onde as mulheres dominam o jogo da política
Lamarão, pequeno município da região de Serrinha, com quase nove mil habitantes, faz a diferença no cenário baiano após as urnas de domingo. Lá, a prefeita Maria Luzineide Araújo, a Pró Ninha (PT), se reelegeu e dos nove vereadores da Câmara cinco serão mulheres.
Não quer dizer que do ponto de vista partidário elas sejam alinhadas. Das cinco vereadoras eleitas, duas apoiam a prefeita e as outras três são partidárias de Dival Pinheiro, o Dival de Memel (PSD). Lá, a disputa foi trincada.
Na quarta-feira, Pró Ninha tomou uma decisão polêmica. Mandou demitir os servidores que apoiaram ou posaram em fotos ao lado do adversário.
Lamarão também faz a diferença noutro campo, o partidário. O PT ganha eleições lá desde 2012 e entra agora no quarto mandato consecutivo.
Isidório contra o feminicídio
O deputado federal Sargento Isidório (Avante) retornou à Câmara esta semana como nos velhos tempos, deixando prevalecer o seu lado espalhafatoso.
Ele apresentou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estabelece prisão perpétua para autores de feminicídio e estupradores. E posou em plenário com a placa: ‘Assine nossa PEC. Assassinos de mulheres e estupradores, prisão perpétua já’.
Penalva diz que topa ser secretário, se Bruno quiser
Ao ser abordado sobre conversas de bastidores que o apontam como um dos possíveis secretários de Bruno Reis, o deputado Emerson Penalva (PDT) disse que nada se falou sobre isso, mas se for convidado, aceita.
— Não tive diálogos com o prefeito sobre isso, mas sou homem de missão. Se minha contribuição for relevante para o projeto político dele, meu nome está à disposição.
Penalva é amigo de Bruno e é claro que no jogo está também o deputado federal Félix Mendonça Júnior, presidente estadual do PDT, que adoraria ver o amigo dele, Silva Neto, ex-prefeito de Araci e primeiro suplente na Alba, tornar-se deputado estadual.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Na Rua do Meio
Nascido em Ruy Barbosa, mas criado em Feira de Santana, o jornalista José Carlos Teixeira dizia que no vasto mix do folclore político ‘O caso da Rua do Meio’ tinha cadeira de honra. A Rua do Meio era a zona do meretrício e foi lá que o farmacêutico Claudemiro Suzart, candidato do PTB à prefeitura de Feira de Santana, foi fazer o comício de encerramento.
E soltou o verbo:
– O povo precisa estudar a vida dos candidatos, os lugares onde nasceram, para saber em quem votar direito. Por exemplo, Arnold Silva, o candidato da UDN, nasceu em palácio, nunca falou com o povo. O que é que ele é?!
Alguém na multidão:
– O candidato dos ricos!
– É isso mesmo. E Fróes da Mota, candidato do PSD, nunca sentiu o cheiro de povo. Só gosta mesmo é do gado dele. O que ele é?!
– O candidato dos fazendeiros?!
– Isso! Não pode ter o voto do povo. Já eu, meus amigos, nasci aqui, nesta Rua do Meio, a mais popular de Feira de Santana. E o que é que eu sou?!
E alguém gritou:
– Filho da puta.