No caso da CPI do MST, até parece que a Justiça quer pautar a Alba
Confira a coluna de Levi Vasconcelos desta sexta-feira
Pode uma decisão judicial determinar que a Assembleia cumpra pautas?
Se sim, é algo nunca visto, absolutamente inédito. Mas é isso que sugere a decisão do desembargador Cássio Miranda, do TJ-BA, que deferiu o pedido de liminar do deputado Leandro de Jesus (PL), obrigando o legislativo estadual a instalar a CPI do MST, por ele requerida.
Curioso é que o suposto super-empoderamento do Judiciário se imiscuir em atividades típicas de outros poderes, sempre foi um dos discursos prediletos de Bolsonaro quando presidente. E agora um aliado dele usa tal expediente.
Adolfo Menezes (PSD), presidente da Assembleia, já disse: não vai instalar CPI alguma até esgotar todos os recursos judiciais cabíveis.
Palanque —No entendimento do procurador da Assembleia, Graciliano Bonfim, a Assembleia só pode investigar fatos sobre os quais os legislativos estaduais podem legislar, o que, no caso de terras, é competência da Câmara dos Deputados. E para completar, o Congresso Nacional também está quase instalando uma CPI do MST.
Leandro chegou a festejar a liminar. ‘É uma vitória dos produtores, da liberdade, dos baianos. Vamos investigar quem está por trás dessas invasões’.
Ou seja, a reação da presidência da Assembleia tira dele o palanque para se contrapor a outra CPI também federal, a que vai apurar as responsabilidades sobre os atos do 8 de janeiro.
Embora o caso ainda não esteja liquidado, a chance de CPI do MST na Alba é zero.
Justiça do Trabalho para a Câmara de Eunápolis. Pode?
E sabe no que deu a sessão da Câmara de Eunápolis que iria apreciar ontem o pedido de ‘afastamento cautelar’ da prefeita Cordélia Torres (UB)? Um fato tão exótico quanto inédito.
Acreditem, senhores. Uma decisão do juiz substituto da Vara do Trabalho de Eunápolis, Jeferson Castro Almeida, mandou fechar todo o Legislativo sob pena de multa diária de R$ 1 milhão. E sabem por quê?
Três vereadores, Arthur Dapé (UB), Carmem Lúcia (PSD) e José Carlos Barbosa (UB) recorreram à Justiça do Trabalho pedindo segurança porque anteontem o vereador Adriano Cardoso (SD) puxou um revólver obrigando a realização da sessão ontem pedindo o afastamento da prefeita.
O presidente da Casa, Jorge Maécio (PP), atendeu imediatamente. Curioso: Adriano, o pivô da confusão, já foi aliado da prefeita Cordélia.
Angelo Sá Jr. herda a Fieb
Se Ricardo Alban herdou a presidência da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) de Carlos Farias, que faleceu em 2014, quem vai herdar dele, que é o presidente eleito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), é Angelo Calmon de Sá Júnior, o primeiro vice-presidente.
Tanto lá em Brasília como cá, a transição é pacífica. Angelo Sá Júnior é ativo participante da entidade e transita fácil onde anda.
Em Itabuna, Pancadinha leva a melhor sem brigar
Dizem em Itabuna que na briga entre o prefeito Augusto Castro (PSD), virtual candidato à reeleição, e o ex-prefeito Geraldo Simões (PT), potencial adversário, os dois disputando quem é o mais querido de Jerônimo, quem está levando a melhor é o deputado Fabrício Dias Nunes da Silva (SD).
Sabe quem é? Pelo nome aí, ninguém sabe, mas se falar Pancadinha, nome herdado do fato de ser cantor, percussionista de banda, sempre dando suas pancadinhas, todos lembram do político que emergiu como um foguete. Em 2020 foi o vereador mais votado, com 1.574, votos e ano passado o estadual idem, com 23.531 votos. Ele diz que ainda não tem grupo, mas está na briga.
— Vou topar a parada, sim senhor.