No embalo do novo PAC, a Bahia acredita mais no Canal do Sertão
Confira a coluna de Levi Vasconcelos deste sábado

No mix de obras para a Bahia, um total R$ 119,4 bilhões, uma fatia de R$ 1 trilhão e 700 milhões do conjunto do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) anunciado ontem por Lula, uma esperança se renova forte no sertão onde a seca é mais inclemente.
É o Canal do Sertão, uma obra que pretende puxar água do São Francisco até a Barragem de São José do Jacuípe, em Várzea da Roça, 350 quilômetros ao sul, passando por 44 municípios, sem contar os que estão se agregando.
Diz Lula que o terceiro mandato dele começa agora. Que assim seja. Pergunta a Wilson Mascarenhas, ex-prefeito de Várzea da Roça e um dos maiores arautos da causa: e em quanto tempo se faria uma obra dessas?
— Se o Exército fizer, não faltando dinheiro em três anos estará pronta. Se for de outra forma, não sei.
São josé —Diz Wilson que um detalhe, já discutido, mas ainda não concretizado, é o Acordo de Cooperação de Trabalho entre o governo baiano e a Codevasf, que tem dois focos definidos, o acompanhamento dos projetos e das obras.
Ele cita que o Canal do Sertão é um marco, o tipo de obra que pela força do impacto estabelece o antes e o depois numa vasta área, hoje o nada, com tudo para tornar-se um forte polo agropecuário.
Só para se ter ideia, tem a Barragem de São José do Jacuípe, com capacidade de 357 milhões de metros cúbicos, hoje com menos de 10% de água salinizada.
— Ela vai ter que ser revitalizada. Mas é maior três vezes mais do que todas as barragens da região. Um show.
O duelo de Santo Antônio
Pergunta ao deputado Alan Sanches (UB), líder da oposição na Alba: e Santo Antônio de Jesus em 2024, como fica?
— Vamos fazer tudo para reeleger o prefeito Genival Deolino (PSDB).
Eis a questão: em 2020 Genival derrubou o prefeito Rogério Andrade (PSD), hoje deputado, que estava desgastado, agora quem está desgastado é ele. O médico Euvaldo Rosa (PSB) desponta como favorito.
Robinho tem a mulher em Nova Viçosa e quer Mucuri
Nascido em Nanuque, Minas Gerais, pecuarista no Pará e duas vezes prefeito de Nova Viçosa, agora no terceiro mandato de deputado estadual, Carlos Robson Rodrigues da Silva, o Robinho, diz estar disposto a encarar nova empreitada ano que vem, a disputa pela Prefeitura de Mucuri, no extremo sul, já na divisa com o Espírito Santo.
Curioso: hoje o governo de Nova Viçosa é pilotado pela prefeita Luciana Rodrigues (PP), a esposa dele, que no próximo ano vai tentar se reeleger.
—Nós queremos é ajudar.
Robinho era do PP e ano passado, mesmo antes de Leão romper, ele passou para a oposição a fim de seguir Bolsonaro.
PT elegeu 32 prefeitos, tem 37, mas quer crescer mais em 2024
Escolhido pela direção nacional do PT para coordenar as ações do partido na Bahia e Sergipe, Everaldo Anunciação, ex-presidente do partido na Bahia, ganhou mais espaço e agora atua em todo o Nordeste.
Mas como fica a Bahia?
— Elegemos 32 prefeitos em 2020, hoje temos 37 e queremos ampliar. A conjuntura é favorável.
E Salvador:
— É fundamental ter uma definição até o fim deste ano. Não dá para fazer como antes, em que tudo se definiu em cima da hora.
Quem?
— Fundamental é a união, com a ressalva de que o PT tem legitimidade para postular a cabeça.
Segundo Everaldo, isso não quer dizer que o partido está impondo. O candidato deve entrar em cena como fruto de entendimentos com o conjunto da base aliada.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Cópia zero
Conta José Roberto Machado, o fundador da Copyart, que certa feita, o Centro de Convenções da Bahia abriria espaços para uma grande festa com ACM, o governador.
Um amigo, Fernando Cabus, ou Gabus para os mais chegados, ou Carequinha para os mais chegados ainda, o convidou como empresário a participar. Em princípio achou que não tinha como faturar num evento político, passou a noite matutando e dia seguinte estava com uma ideia pronta.
Instalou a máquina de copiar, e bolou um cartaz de ACM com a frase:
“Este não tem cópia”.
— Faturei uma boa grana. Todo mundo queria levar uma cópia do cartaz do homem que não tinha cópia.
Sabe-se lá se por isso ou não, tempos depois a Xerox, concorrente, com uma campanha elaborada pela agência Randam, de José Jorge Randam, apareceu com a campanha que tinha o slogan:
“Nosso negócio não é original. É cópia fiel”.