No ninho da Flipelô, uma ferida: a Casa de Ruy Barbosa esquecida
Confira a coluna de Levi Vasconcelos
No Centro Histórico, o palco em que a Flipelô fervilha, há algo foram de tom. O acervo de Ruy Barbosa, que fica na casa em que o grande baiano morou até os 16 anos, na rua que leva o nome dele, está em vias de ver o seu acervo qie fica lá ser transferido para a Fundação Casa de Rui Barbosa (Rui com ‘i’ mesmo).
Sabe onde fica a dita cuja? No Rio de Janeiro. Aqui, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI), que administra o espaço, não tem dinheiro para bancar a repaginada da Casa da Palavra, a antiga casa de Ruy, elaborada por Gringo Cardia, algo em torno de R$ 300 mil.
O dinheiro é para custear projetos técnicos de engenharia e arquitetura, além da parte museográfica e expográfica. Segundo Ernesto Marques, presidente da ABI, a questão é a asfixia financeira porque a instituição falta, por conta da má vontade da Prefeitura de Salvador.
Sufoco —Há décadas a Prefeitura aluga quase todo o Edifício Ranulfo Oliveira, a menos de 100 metros do Palácio Thomé de Souza, onde ficam as secretarias de Comunicação e Governo.
— Pagam em dia, mas resolveram congelar o aluguel há 8 anos e desde então sequer renovaram os contratos, vencidos desde 2016.
Diz Ernesto que a ABI cobra o cumprimento do contrato e da legislação. A Prefeitura diz que, neste caso, cumprir a lei é ilegal.
— O Centro Histórico e a cultura baiana só perdem. E a democracia sangra um pouquinho quando esse tipo de coisa insiste em acontecer.
Colaborou: Marcos Vinicius
No embalo da energia limpa, usinas nucleares viram alvos
Integrantes da Articulação Anti Nuclear Brasileira estão coletando assinaturas pelo país para encaminhar a Lula um abaixo-assinado pedindo para barrar a renovação da licença de operação da Usina Nuclear de Angra 1 (inaugurada em 1985), que acaba em dezembro, e a conclusão de Angra 3.
O argumento é simples e objetivo: com a expansão das energias limpas, as eólicas e solares, não tem mais sentido se falar em energia nuclear. Ou, como diz Nelson Hubner, especialista em planejamento e segurança energética, e conselheiro de Lula, insistir nisso ‘é jogar dinheiro fora’.
Na Articulação está a jornalista Zoraide Vilas Boas, que é de Caetité, onde ficam as minas de urânio que abastecem Angra, e irmã do ex-deputado Paulo Jackson Vilas Boas (falecido em 2000), que era um dos arautos na luta contra as usinas nucleares.
Jerônimo, de olho na ponte
Jerônimo, que chegou a cogitar o rompimento do contrato da ponte Salvador-Itaparica, está mais otimista com o projeto, atualmente em fase de sondagens em águas profundas. Ele diz ter se reunido recentemente para discutir uma das pendências, o preço, que vai ter de ser reajustado pela alta de insumos na pandemia.
A expectativa é a de que na visita do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil, em novembro, o assunto seja liquidado.
Imbróglio de Juazeiro fica como estava, sem solução
Sabe no que deu a reunião que a federação Brasil Esperança, a que reúne PT, PCdoB e PV, marcada para ontem, fez para decidir sobre Juazeiro? Em nada. Ou pior, não houve. A pendenga criada quando o PT lançou o ex-prefeito Isaac Carvalho, que está inelegível, e o deputado Roberto Carlos, do PV, também se lançou, fica rigorosamente sem encaminhamento até para um desfecho.
Roberto Carlos se diz inconformado:
— Jerônimo não tem dado a atenção que Juazeiro merece. Simplesmente esqueceu.
Lá, Joseph Bandeira (PSB), que era prefeiturável e tem o filho Leonardo como o vice da prefeita Suzana Ramos (PSDB), tirou ele da parada, mas botou a filha, Vitória Bandeira, no lugar.