O Brasil até tenta sair do modelo ‘ou dá ou desce’. Será que consegue?
Confira a coluna de Levi Vasconcelos deste domingo
O modelo de representação política que se configurou no Brasil, o chamado presidencialismo de coalizão, virou um verdadeiro horror para o governante da vez, literalmente na base do ou dá (para os deputados) ou desce (do trono).
Fernando Collor não quis dar, sofreu o impeachment. Fernando Henrique levou a coisa aos trancos. Lula se melou com o Mensalão, depois a Lava Jato. Dilma não deu, desceu,. Michel Temer já da era do metier e ficou inabalável, e Jair Bolsonaro tanto escrachou o toma lá, dá, cá e acabou se arreganhando todo e acabou querendo dar o golpe. Lula, agora, sem mensalão e nem petrolão, segue refém.
Com a instituição da reeleição para cargos executivos, a partir de Fernando Henrique, em 1997, piorou. Quem está no governo prioriza a reeleição e quase sempre o interesse de deputados prevalece sobre o coletivo.
Fala Otto — É com a pretensão de acabar isso que entra o projeto do senador Marcelo Castro (MDB-PI) apresentado quinta, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba a reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República e amplia os mandatos.
O texto ainda precisa de 27 assinaturas para andar. E será que passa? Com a palavra o senador Otto Alencar (PSD), que ao lado de Jaques Wagner (PT), é um dos arautos da causa:
"No Senado passa, na Câmara eu não sei, é bem mais difícil. Mas sem dúvida é algo a ser levado muito a sério, senão põe a democracia em risco. Ninguém aguenta Fundo Eleitoral de dois em dois anos."
Sem falar no crescente bolo das emendas, que já vai para mais de R$ 60 bilhões.
Eleições de dois em dois anos, a perversidade contra o povo
Em 2022 teve eleições para presidente, governadores, senadores e deputados. Nem bem os eleitos esquentaram a cadeira, já vem outras eleições, as dos prefeitos e vereadores.
Aí dá naquela coisa: o deputado lá fustigando emendas para atender prefeitos que automaticamente se comprometem com eles para as próximas eleições, que serão em 2026.
A PEC que está no Senado acaba a reeleição para mandatos executivos e amplia o mandato para cinco anos. Senadores ficam com mandatos de 10 anos (já que a eleição será de cinco em cinco). E deputados ficam com mandatos de cinco anos, podendo a reeleição.
Acaba o modelo atual e cria um outro que, em tese, bota todos para trabalhar nos mandatos para o bem comum. E os deputados querem. Otto Alencar sintetiza:
— É exatamente aí que está o xís da questão.
Cara de pau entra em cena
Um deputado baiano chamava a atenção para o embuste de alguns a fim de driblar a consciência coletiva chamado a atenção para o caso do pastor Darci Alves Pereira, o assassino de Chico Mendes, que foi destituído da presidência do PL de Medicilândia, no Pará.
— O nome dele é Darci, mas se apresentava como Pastor Daniel, esposo, pai, avô, servo de Deus e político. Ele é mesmo é cara de pau.
Turismo baiano surfa em Lisboa nas novelas do cacau
Se o cacau vive um bom momento com os altos preços, também ganhou glamour proporcionados por duas novelas com o tema, a brasileira Renascer, da TV Globo), e a portuguesa Cacau, da TVI, gravada em Itacaré. Isso ficou bem estampado na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), uma das feiras da indústria turística mais importantes do mundo, que começou quarta e termina hoje.
Quem atesta isso é o secretário baiano do Turismo, Maurício Bacelar, que lá está.
"Nós já vivemos um momento histórico por conta dos altos índices que temos tido. O desafio agora é levar mais portugueses e europeus para lá. As novelas puxaram os holofotes para nossas belas paisagens."
Politica com Vatapá - Erro de calculo
Essa quem contava era o forrozeiro Zelito Miranda, tipo que enquanto viveu (até agosto de 2022) espalhava alegria como artista e como gente. Paulino Alexandre Santana, o Dr. Popó, já tinha sido prefeito de Serrinha de 1988 a 1992 e deixou uma marca indelével, o exacerbado gosto por bebidas alcoólicas, que tomava nas suas andanças, sem relambórios.
Em 1996 ele entrou novamente na disputa contra o também médico Zevaldo Lima (que na semana passada nos deixou). Disputa acirrada, município dividido, na reta de chegada Zevaldo ligou para o amigo Zelito, famoso, filho da terra, e deu a voz de comando:
— Zelito, amigo. Venha para cá com o trio que a festa vai rolar. Vamos ganhar!
Arrumou a banda, aprontou tudo, botou o trio na estrada, quando chegou em Serrinha, a má notícia: na reta de chegada. Popó virou e Zevaldo perdeu. E Zelito:
— Eu disse que tinha levado o trio a Serrinha pra consertar. Não colou. Paguei 4 anos de gozações. Em 1996 Zevaldo ganhou e o trio tocou.