O jogo político ficou mais violento? Entre balas e fakes, parece que sim
Confira a coluna de Levi Vasconcelos
A ovada que Jerônimo recebeu ontem em Jeremoabo, atirada por petistas inconformados pelo apoio dele a Matheus de Neri (PP), deixando de lado o candidato do PT, Fábio da Farmácia, é emblemática. Trata-se do governador do Estado e da forma para externar inconformismos, a violência.
A questão: se com o governador está assim, imagine os pobres mortais. Ontem, o promotor de Olindina, Dario José Kirsten, postou vídeo para informar que proibiu os eventos dos candidatos Adelmo da Autoescola (avante) e Luiz Alberto porque não houve acordo sobre os roteiros e os dois poderiam se encontrar nas ruas.
O promotor esclareceu que nos últimos dias houve dois tiroteios ‘no contexto eleitoral’. E a PM não tinha efetivo para garantir segurança.
Piora —Jeremoabo sempre tiveram disputas mansas e pacíficas, mas em 2024 não é bem assim. A terceira edição da pesquisa Violência Política e Eleitoral no Brasil, feita pelas organizações Terra de Direitos e Justiça Global, mostra que o Nordeste é um das áreas mais afetadas pela violência política.
Na Bahia, o levantamento do Observatório da Violência Política e Eleitoral da Unirio foram registrados entre julho e 16 de setembro 173 incidentes contra candidatos das eleições deste ano.
A violência também ganhou outra faceta, a crescente briga na Justiça contra fakes. E os advogados dizem que é um sufoco, a Justiça proíbe uma, entra outra. Que o diga Feira de Santana, onde as fakes já fazem parte.
Colaborou: Marcos Vinicius
Nos debates, só Juazeiro fez a diferença. Candidatos fugiram
Nos seis debates que a Rede Bahia promoveu na noite de anteontem, simbolizando o último ato midiático da campanha 2024, foi quase tudo bem. Em Salvador, Bruno Reis (UB) não foi. Se fosse, nada mudaria, mas surfou no favoritismo.
E em Juazeiro foi pior. A prefeita Suzana Ramos (PSDB) e Celso Carvalho (PSD), o irmão do ex-prefeuti Isaac Carvalho, simplesmente não foram, deixando Andrey da Caixa (MDB), agora favorito, só (deu uma entrevista de 20 minutos).
Já em Feira Zé Ronaldo (UB) e Zé Neto (PT), que protagonizam uma acirrada disputa, se portaram como inimigos cordiais, mesmo tom que prevaleceu em Vitória da Conquista, Barreiras e Itabuna.
Aliás, Em Itabuna o prefeito Augusto Castro (PSD) tomou a dianteira e no entorno do debate se cartou: será o primeiro a se reeleger na cidade.
Avante deleta uma candidata
Delza Alves de Souza, candidata a vereadora em São Gabriel, pelo Avante, até irá para as urnas de domingo, mas quem votar nela, sabe que será nulo. A candidatura dela foi deletada pelo partido sob acusação de infidelidade partidária.
Lá, a disputa é polarizada entre Jamilson Júnior (MDB), o Juninho, e Mateus Machado (PT). O Avante fechou com Juninho, mas ela se aconchegou com Mateus.
Constituição faz 36 anos, segundo Isaac, uma boa
Isaac Newton, advogado especialista em direito administrativo, há mais de 30 anos na consultoria da UPB, lembra que a Constituição de 1988 completa hoje 36 anos e do ponto de vista dos municípios, algo a celebrar:
— Só para se ter ideia, a Constituição anteior, a de 1967, mal reconhecia a existência dos municípios. Ela fala a palavra ‘municípios’ 65 vezes. A Constituição de 1988 fala 308, sem contar as vezes que fala em ‘municipal’ e cidades.
Ele lembra também que a nova Carta estabeleceu funções municipais específicas, como a obrigação pelo ensino fundamental, transporte urbano e a próprio regulamentação do solo urbano.
— Prefeitos e vereadores têm que comemorar.