O PSD de Otto é o maior, o Avante avançou. E como vai ficar?
Confira a coluna de Levi Vasconcelos
Os que vão às urnas hoje com as candidaturas sub-júdice que ponham as barbas de molho. Três dos que se elegeram assim em 2020 na Bahia foram cassados, Di Cardoso (PL) em João Dourado, Padre Agnaldo (PDT) em Firmino Alves e Jesulino Porto (DEM) em Maiquinique. Outros dois foram cassados pelas Câmaras.
Três dos eleitos morreram e outros sete renunciaram ou se afastaram. Essas curiosidades são reveladas por um estudo feito pela Coordenação de Informações Municipais e Centro de Processamento de Dados da União dos Municípios da Bahia (UPB).
O estudo revela que 237 dos 417 prefeitos estavam aptos a disputar a reeleição este ano, mas oito estão fora. 229 vão tentar novo mandato, mas a briga é boa. No conjunto o estado tem 1.149 candidatos a prefeito agregados em 17 dos 29 partidos organizados no Brasil.
Partidos — E já que o Brasil está assim, termina uma eleição, começa outra, é das urnas de hoje que se começa a montar o tabuleiro de 2026. Mais prefeito (e candidatos competitivos) significa mais deputado, e por consequência cacife maior.
O estudo da UPB mostra que o PSD do senador Otto Alencar já saiu o mais forte de 2020 com 109 prefeitos, hoje está com 122, mas quem mais cresceu foi o Avante do ex-deputado Ronaldo Carletto, que pulou de 4 para 60, enquanto o PT tinha 32 e hoje 47, com a expectativa de dobrar, segundo o presidente do partido, Eden Valadares.
Os três muito ganharam com o PP, que em 2020 tinha o deputado João Leão como vice-governador e elegeu 92. Leão deixou o governo, o partido caiu de 92 para 52 e o MDB, que se aliou, saltou de 14 para 22.
E prefeito influencia eleição de governador? Em 2006 Paulo Souto, então governador, contava com o apoio de mais de 350 e perdeu para Jaques Wagner. Mas os políticos ressaltam um detalhe: quase sempre o deputado que o prefeito apoia é o mais votado, e aí sim, faz a diferença.
Chapas 2026 — Claro que eleições estaduais carregam as influências municipais e têm também os imbricamentos federais – e é por aí que os resultados das urnas de hoje têm um foco em 2026.
É por aí que já se cogita a formação das chapas para as próximas eleições estaduais. Na oposição, o único nome certo é ACM Neto, mas a banda governista está encharcada.
A chapa terá 4 vagas, governador, vice e dois senadores. A de governador já está ocupada, na de senador Jaques Wagner, que já está no mandato, quer a reeleição e o ex-governador Rui Costa já disse que também quer.
Só resta uma vaga, a de vice, hoje com Geraldo Júnior (MDB), candidato em Salvador. Se ele for mal, perde o lugar. E o senador Angelo Coronel, aliado de Otto, que também quer a reeleição? E Ronaldo Carletto, do Avante, que também quer? As urnas de hoje já começam adubando novos discursos.