O rigor do Rui governador para não atrapalhar o Rui candidato
Na cena política baiana existem dois Rui Costa, o governador e o candidato. Claro que os dois são um. Mas o caso mostra o Rui protagonista de uma pérola da legislação eleitoral brasileira, a de querer dividir o indivisível.
O Rui governador só pega avião oficial se for um ato típico de governo, como visitar uma obra. O Rui candidato, se vai fazer caravanas, pega avião particular.
Eis a questão: e se houvesse problema no avião, quem estaria lá, o governador ou o candidato?
Expertise — Nos EUA a regra é clara. Presidente é presidente e ponto. No Brasil, a legislação é tão confusa em filigranas que obrigou Rui a montar duas frentes de trabalho, ambas políticas, uma administrativa, outra eleitoral.
Na administrativa montou um time para fiscalizar tintim por tintim tudo o que se pratica no governo com o cuidado de não embolar com a campanha. Na comunicação, por exemplo, todos os sites foram retirados do ar. E só voltaram com orientação da PGE. A ordem é derrapagem zero. Rui sabe que é o favorito, não quer se melar com bobagens.
Nas redes sociais, a Secretaria de Comunicação montou comitês de fiscalização. E, mesmo assim, os fiscais top admitem que ainda permanecem muitas dúvidas.
Se há dúvidas cá, pelo Brasil afora, pior. Tanto que tem gente vindo aprender como se faz aqui. Semana passada foi o pessoal do Ceará.
Pagando caro por erros legais
Veja um exemplo típico de quanto a lei brasileira é tão burra que acaba fazendo gol contra. Se Michel Temer viaja, Eunício Oliveira (MDB-CE), presidente do Senado, e Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, fingem compromissos no exterior para não assumir a interinidade que lhes cabe. O pior: a gente pagando tais viagens.
Não seria bem mais barato dizer que eles não querem porque são candidatos?
Coité, um duelo bem singular
Conceição do Coité, município da região de Serrinha, está em 2018 num embate eleitoral bastante singular.
O prefeito Francisco de Assis (PT) e a vice Genivalda Pinto da Silva (PSD) foram cassados por decisão do TRE, acusados de compra de votos em 2016, mas com direito a permanecer no cargo até que o TSE julgue.
Isso tempera a disputa estadual. Os adversários de Francisco festejam. No processo, até um vale-gás virou prova.
Fake News a pleno vapor
Por mais que se discuta forma de combater as fake news (notícias falsas), a indústria da mentira midiática está a pleno vapor.
A última atribui ao Instituto Paraná uma pesquisa na qual Bolsonaro lidera de ponta a ponta no País, na Bahia, com 38,62% para ele e 23,75% para Lula.
Murilo Hidalgo, diretor do Paraná, é enfático: ‘É fake news’. Está tudo indicando que a indústria do fake não tem cura. Deu metástase.
A ideia de colocar toda a Bahia em rede só em 2019
A conclusão do projeto tocado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado que pretende interconectar toda a Bahia com fibra ótica em 24 pontos de 100 gigas, o que significa uma revolução, porque possibilita, por exemplo, a colocação em rede de todos os serviços públicos dos três poderes, vai ficar para 2019, ou seja, para o próximo governo.
O secretário Rodrigo Ita diz que está para discutir a modelagem da parte conclusiva, algo em torno de R$ 20 milhões:
– Falta decidir se será PPP, o Estado vai bancar ou se vai privatizar.
Mas há uma eleição no caminho. A consultoria norte-americana Decisions Analysis dará os palpites dela.
POLÍTICA
COM VATAPÁ
O gordo e o alto
Vily Modesto, bom no tamanho (1,90 metro) e na alma, jornalista e publicitário, um dos mais influentes comunicadores do sul da Bahia até o último dia 5, quando nos deixou, vítima de um infarto, imperava mais forte no eixo Itabuna-Ilhéus no tempo em que cacau era sinônimo de fortuna.
Durante 29 anos comandou a sucursal de A TARDE, era dono de bela voz e com ela liderou audiência no programa que fazia às 6 da manhã.
Um dia espalhou em Itabuna o outdoor: “Durma com Jô e acorde com Vily”
Bombou. Repercussão total. Entrou no Palace Hotel, encontrou José Adervan, do jornal Agora, Charles Henri, colunista social top, Ederivaldo Benedito, um dos bons repórteres do cacau. Charles mandou:
– Assim eu não
aguento, Vily. Um é muito gordo e outro muito grande...
E Adervan:
– Vily foi imodesto, mas está na vantagem Vily. Jô Soares é gordo. E ele avantajado pela natureza.