PT baiano espera ter mais espaço no governo, o que antes não rolou
E agora, vai mudar alguma coisa? Com a palavra o deputado Robinson Almeida

Petistas baianos, entre eles o deputado estadual Robinson Almeida, sempre se queixaram de um fato: quem garantiu os votos que elegeu e reelegeu Lula foi o Nordeste, a mesma história se repetiu com Dilma, mas quem dava as cartas no governo, com a ocupação de cargos, era o pessoal de São Paulo.
E agora, vai mudar alguma coisa? Com a palavra o deputado Robinson Almeida:
— Wagner sempre defendeu a tese de que mais importante do que ter os cargos era conseguir as obras. Hoje amadurecemos outro tipo de convicção. Queremos as obras, sim. Mas os cargos também.
Por aí, nomes nordestinos pululam, a começar pela Bahia, com Rui Costa dado como favas contadas no Ministério e Jaques Wagner também, além de outros como Flávio Dino (PSB), senador eleito pelo Maranhão, e Camilo Santana (PT), também senador eleito, mas pelo Ceará.
liberdade —O próprio Jaques Wagner admite: se vier a ser ministro, não quer cargos executivos e sim algo que cumpre agendas institucionais, como fazer ponte entre o governo e Congresso. Mas com Rui a expectativa é de um Ministério forte, com perfil mais técnico.
Outro detalhe: Jaques Wagner quando passou o bastão para Rui Costa literalmente se afastou de ingerências, para deixá-lo inteiramente à vontade. Jerônimo vai receber o mesmo tratamento?
Só o próprio Rui pode dizer, mas um detalhe é certo: Jerônimo, com baianos lá ou não, terá uma vantagem que Rui não teve, o presidente aliado. No conjunto, o clima entre petistas é de otimismo.
Ciro Nogueira nada disputou, mas no PP foi quem mais perdeu
O senador Ciro Nogueira, do Piauí, o presidente nacional do PP, nada disputou nas eleições deste ano, mas foi um grande perdedor com a derrota de Bolsonaro.
Ele se elegeu em 2018 na chapa que tinha Wellington Dias, do PT, agora também senador eleito, candidato a governador. Detalhe: o suplente é a mãe dele, Eliane Nogueira.
O detalhe é que ele levou o partido para o colo de Bolsonaro, virou ministro da Casa Civil, a mãe assumiu o Senado e ele sem nada disputar desfrutou de uma das situações mais confortáveis nos últimos tempos. Em Brasília, dizem que ‘o mole da família Nogueira do Piauí acabou’. Será?
O deputado federal baiano Cláudio Cajado, que apoiou ACM Neto e Bolsonaro, diz que se Lula quiser o partido vai ter que apoiar a reeleição de Artur Lira (AL). Ou seja, a sigla não quer perder a boca.
E a Alba adota sessões mistas
A pandemia, que forçou a evolução da tecnologia para a realização de sessões mistas, presenciais e virtuais, faz com que alguns funcionários da casa mais antigos afirmem que a Assembleia Legislativa jamais será a mesma.
Ou seja, a crença é que o on line veio para ficar. Ontem, no primeiro dia do pós-eleição, quase nenhum deputado apareceu por lá. Aliás, Diego Coronel (PSD) foi o único a aparecer. A volta será o teste.
Campeão de votos em Jerônimo era antipetista
Reinaldo Góes (PSD), prefeito de Iuiu, responsável pela mais expressiva vitória de Jerônimo (85,86%) entre os 354 municípios (dos 417) que ele venceu, era um antipetista ostensivo até 2014, e durante o segundo governo de Rui Costa mudou.
Conta a deputada Ivana Bastos (PSD), aliada de sempre e amiga, que nos velhos tempos ele sequer chamava o 13 do PT.
— Ele chama o 13 de ‘14 menos um’. Mas já é prefeito no quarto mandato, reeleito em 2020, e acertou os ponteiros com o PT porque aposta na agricultura familiar e teve apoio.
Por conta disso Iuiu virou o jogo e se tornou um grande produtor de pepinos. E lá se instalou também a Renner Alimentos.
REGISTROS
Ponto facultativo
Antonio de Anizio, prefeito de Itacaré, decretou ontem ponto facultativo no município no pós-eleição. Motivo: ele é do PT, aliado de Jerônimo, que ganhou lá de 67,14% a 32,86%.
MyCond avança 1
A MyCond, startup baiana de tecnologias condominiais, se prepara para levar sua tecnologia, já presente em Portugal, para o mercado latino-americano, onde se instala até o fim do ano. A internacionalização de startups brasileiras não é comum. Segundo o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o Brasil é um dos países menos internacionalizados.
MyCond avança 2
Ana Rita Oliveira, Ceo da MyCond, diz que o Brasil tem muito a ensinar para outros países da América Latina. ‘São países que vivem a recente instalação de condomínios clubes, o que por aqui não é novidade’. A empresa concorreu com centenas de outras e foi a única baiana entre as 32 selecionadas.
Mulheres à frente
O último ato da campanha de Jerônimo em Ipiaú teve um detalhe curioso. Foi puxado por mulheres, com a prefeita Maria das Graças (PP) à frente junto com a primeira dama do Estado, Aline Peixoto.