Racismo não é mimimi mesmo. Até Portugal já está pedindo perdão
Confira a coluna de Levi Vasconcelos
Semana passada, no embalo das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo, reunido com jornalistas, pediu desculpas pela escravidão dos negros, e disse que ia estudar formas de contribuir para a reparação.
Pergunta ao professor do IFBA Bira dos Santos, historiador e mestre em causas raciais: dá para aceitar?
— Noutro mandato, o presidente Lula já pediu desculpas pelo Brasil. O estado português deve estar reconhecendo a sua culpabilidade na escravidão em todo o continente americano. Veio tardiamente, mas nunca é tarde para reparar. Mas o mais importante é se a efetuação vai ser aceita. Eles devem sair do discurso para a prática, não só Portugal, mas também os demais estados envolvidos.
Na Alba — Claro que a reparação ainda é uma longa estrada e como entende que esse é um debate que está sempre em pauta, Adolfo Menezes (PSD), presidente da Assembleia, promoveu ontem a roda de conversa Racismo não é mimimi, que reuniu, além da secretária da Igualdade Racial, Angela Guimarães, a professora Mabel Freitas e o vereador Sílvio Humberto (PSB), presidente de honra do Instituto Steve Biko.
O dia foi festivo. Alunos do Colégio Duque de Caxias, em Cajazeiras levaram sua fanfarra para entoar a música Protesto Olodum. E Adolfo disse estar na briga por uma sociedade igualitária. Ao comentar a baixa presença de negros em tribunais e na própria Assembleia, falou:
— Infelizmente a grande maioria da população negra não tem condições financeiras favoráveis para atingir tais posições. Essa é a luta, dar oportunidades iguais.
Angela Guimarães diz que é preciso políticas públicas que atinjam a base da pirâmide.
— Quem é atravessado pelo racismo e o machismo, sabe que matamos vários leões por dia. Não tem um dia que ele não se apresente.
Colaborou: Marcos Vinicius
Segundo Hassan, a política não interfere nas relações familiares
Com o irmão, Alessandro Hassan (PSD), indicado candidato a prefeito de Jequié pelo grupo do deputado federal Antonio Brito (PSD), o deputado estadual Hassan (PP) fica com o adversário, o prefeito Zé Cocá (PP) e diz encarar a questão com absoluta tranquilidade.
— Minha convivência com Zé (Cocá) é muito positiva e todos sabem a minha posição. E nada muda com a família. As questões políticas não interferem nas relações familiares.
Hassan era o vice-prefeito de Sérgio da Gameleira (PSB), antecessor de Cocá, com quem rompeu por conta da desastrada administração e por tabela, também se afastou de Brito, o cunhado.
Nas eleições deste ano Cocá, que rompeu com Rui Costa para ficar com ACM Neto ano passado, desponta como favorito e Hassan diz que o sentimento é geral:
— Zé é um bom prefeito.
Zambiapunga entra em cena
Nilo Peçanha, no Baixo Sul, festejou ontem 151 anos de emancipação política, mas para além do lado cívico e religioso o que falou forte foi a banda cultural, com a zambiapunga, uma manifestação de origem afro única.
Lá, é a terra dos quilombos litorâneos Jatimane e Boitaraca, ambos reconhecidos pelo Iphan. Diz a prefeita Jaqueline Soares (Pode) que a cultura afro é o patrimônio maior lá.
E Daniel Alves vai parar no almoxarifado da prefeitura
Retirada da rua pela Prefeitura de Juazeiro, a estátua de Daniel Alves está recolhida ao almoxarifado, sem que se saiba qual será o fim. Ela foi inaugurada em dezembro de 2020 pelo então prefeito Paulo Bonfim.
Leo Santana, o escultor, diz que fez o trabalho dele e ponto. Ele é o mesmo escultor da estátua de João Gilberto, inaugurada nove anos atrás com o artista ainda vivo, com a ressalva do amigo Maurício Dias, o Mauriçola: ‘A diferença é que João Gilberto nunca fez mal a ninguém’.
E Ivete Sangalo, que já está com uma estátua no prelo, como é que fica? Fala Mauriçola:
— Simples. A iniciativa privada paga. E não vai faltar quem queira pagar.