Segundo Otto, é quase inevitável que o Senado mexa na reforma
Confira a coluna de Levi Vasconcelos deste sábado

Diz o senador Otto Alencar (PSD) que na reforma do arcabouço fiscal aprovado ontem pela Câmara houve algo positivo com a fusão entre o ICMS e o ISS, que vai virar o IBS, por uma razão elementar:
— Isso acaba com a guerra fiscal. Temos 27 legislações diferentes sobre ICMS. Agora, essa definição será encaminhada pelo Conselho Federativo, que segundo uma emenda de última hora, definiu a participação por população, o que deixa os estados do sul e sudeste, os mais populosos, na vantagem. Certamente isso vai ser mudado no Senado.
Ele cita também que o IPVA e o IPTU, com o texto aprovado, podem ser alterados por decreto, o que tira poderes das Câmaras de Vereadores, que hoje deliberam sobre o IPTU.
Uísque e cigarro — Otto lembra outro detalhe da questão interessante: os impostos sobre bebidas alcoólicas e cigarros, as chamadas drogas lícitas, vão subir. Seja como for, no conjunto da questão, as soluções definitivas ainda vão ser objeto de muitas discussões.
O recesso no Congresso começa quarta-feira da semana que vem e o Senado só vai deliberar sobre o assunto na volta. Havendo alterações por lá, o que ainda vai demorar um tempo, o caso volta para a Câmara.
Roberta e Alden —Independente do mérito da questão em si, convém lembrar que no caso baiano só os deputados federais Roberta Roma e Capitão Alden votaram contra.
Ou seja, se alinharam com Bolsonaro contra os interesses do Estado. Vai ter reflexos políticos? Eis a questão.
Caatiba, o que mais perdeu população, quer virar o jogo
Caatiba, na região de Itapetinga, município famoso por ter sido palco de uma tragédia de ampla repercussão política em 1º de outubro de 1982, quando o helicóptero caiu com Clériston Andrade, candidato de ACM ao governo, a 45 dias da eleição, agora também virou notícia por outro fato não lá muito bom.
A população, que em 2010 era de 11.448 habitantes, agora caiu para 6.205, 44% a menos. O que houve para isso acontecer? Segundo a prefeita Tânia Ribeiro (PSD), três fatos:
1 — Desde 2010 a população já vem caindo.
2 — O ex-prefeito Omar Barbosa cedeu territórios para Planalto, Nova Canaã, Barra do Choça e Itambé.
3 — A Azaleia fechou em 2012 uma fábrica de calçados que tinha lá.
Ela quer virar o jogo:
— Estou conversando com deputados para ver como podemos mudar isso.
Um almoço para Morin
O professor Edgar Morin, um francês que ganhou a alma dos baianos que com ele conviveram, está fazendo 102 anos. Amigos capitaneados pelo ex-deputado Edival Passos vão marcar a data com um almoço no Barbacoa. Até ontem, pelo menos 62 pessoas confirmaram presença, entre eles o poeta José Carlos Capinam.
Edival diz que ele merece:
— É uma lenda, como intelectual e como gente, um grande humanista.
Nas estradas, até nas dos pedágios, buraco é rotina
Diz Adolfo Mendes, morador de Nazaré das Farinhas, que transitar por Salvador e cercanias está caminhando para um salve-se quem puder, com agonias por todos os lados.
— Eu já me vi na BR-324 fugindo de um tiroteio, passei a mais de 120 pelo multador e adiante cai num buraco.
Eis a questão: por que as estradas baianas, inclusive as pedagiadas (Litoral Norte, BRs 324, 101 e 116), têm tantos buracos e remendos?
Adolfo, que é representante comercial e circula muito, diz que há muitas coisas nas rodovias baianas que precisam ser explicadas. Ele cita a via São Félix-Maragogipe. Reinaugurada por Rui Costa em 2020, hoje é buraco puro.