Subida repentina das águas é colocada na conta da Chesf
Jequié e Ipiaú amanheceram como se as cidades tivessem sido palco de uma guerra, tudo revirado
Se a vazão da Barragem de Pedras, em Jequié, estava sexta passada em 100 metros cúbicos por segundo, pulou no dia seguinte para 800 e logo depois para 2.400. Ainda anteontem reduziu para 1.800 e ontem para 1.600. Se ela baixa progressivamente, por que subiu de repente?
Essa questão o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), levantou logo de saída. E apontou: culpa da Companhia Hidréletrica do São Francisco (CHESF), que administra a Barragem de Pedras, mas segundo ele, não administrou corretamente e provocou a enchente.
Da Serra do Tromba, entre Piatã e Andaraí, na Chapada, onde nasce, até Itacaré, onde desemboca no Atlântico, são 620 km de extensão do Rio de Contas cortando 13 municípios.
Prejuízos —Todos tiveram problemas, muito mais os que ficam a jusante da Barragem de Pedras, em Jequié, um total de mais oito (além de Jequié, Jitaúna, Ipiaú, Itagibá, Barra do Rocha, Ubatã, Ubaitaba, Aurelino Leal e Itacaré).
Esses foram os mais atingidos, a grande maioria, especialmente Jequié e Ipiaú, ontem amanheceram como se as cidades tivessem sido palco de uma guerra, tudo revirado.
Antonio de Anísio (PT), de Itacaré, um grande núcleo turístico da Costa do Cacau, suspendeu o Réveillon e avisou:
— Não tenho dúvidas de que a Chesf poderia ter administrado isso bem. Vamos à justiça. No meio dos danos está também o cancelamento da festa de fim de ano.
Curioso: Salvador, na Codesal, prevê onde a chuva vai desabar em toda a Bahia. Só a Chesf ainda não se antenou.
No secretariado de Jerônimo, seis da era Rui Costa ficaram
Jerônimo Rodrigues promete anunciar até amanhã os últimos quatro secretários que vão iniciar o governo domingo. Dos 21 anunciados por ele até agora, cinco são da era de Rui Costa: Luiz Caetano (Relações Institucionais), Maurício Bacelar (Turismo), Manoel Vitório (Fazenda), José Antonio Maia (Sistema Prisional), Davidson Magalhães (Trabalho e Esportes) e André Curvelo (Comunicação), os dois últimos, ontem anunciados.
Nem aí tem surpresas. Fica faltando com os quatro espaços restantes (Segurança, Administração, Planejamento e Ciência e Tecnologia) a resposta para uma pergunta: mais algum deputado estadual será guindado a fim de abrir espaço para Marcelino Galo (PT)?
Jusmari Oliveira, ex-prefeita de Barreiras e coligada de Otto Alencar que perdeu a reeleição, está no primeiro time. Dos atores principais da era Rui só falta Macelino.
Elísio e a outra posse
Bolsonarista raiz, daqueles de uso intenso das redes sociais, o professor Elísio Brasileiro, que é filho do ex-deputado Joir Brasileiro, divulgou um áudio no qual diz que de Salvador seguirá para Brasília ‘para a posse do novo comando do governo, os ministros do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Lula vai ser preso no sábado, os ministros do Supremo também. Vai ser uma zorra’.
A pergunta que espoucou: Elisio pirou, foi?
Angelo Almeida entra na agenda de Feira de Santana
A indicação do deputado Angelo Almeida (PSB) para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico resolveu dois problemas, segundo jornalistas lá de Feira de Santana, a principal base dele.
Contempla a deputada Fabíola Mansur, que ficou na primeira suplência do PSB, e também os feirenses, que de alguma forma estão representados. Mais que isso, abre também outras vertentes no jogo político. Angelo passa a ser colocado como prefeiturável para 2024, disputando a primazia governista para o deputado federal Zé Neto (PT), que em 2020 perdeu para Colbert Martins (MDB), completando a sexta derrota consecutiva. Os dois, Angelo e Zé Neto, não se bicam.