Ufba solta o grito. O governo está querendo assassiná-la por asfixia

A Universidade Federal da Bahia (UFBa) deveria ter para este ano um orçamento de R$ 163,3 milhões, mas com corte imposto pelo governo a 69 instituições federais, cai para R$ 133,8 milhões, ou R$ 30,4 milhões (18,7%) a menos.
O valor previsto para 2022 é bem próximo do de 2010, ou 11 anos atrás. É contra isso que terça (9h) professores, alunos e funcionários da instituição levantarão a voz no ato Educação contra a bárbarie, com apoio de 13 entidades nacionais (como OAB e Fenaj).
E por que o corte? Simples. Bolsonaro e seu governo acham que as universidades são o ninho da esquerda. E não fez segredo, logo de saída com o famigerado Abraham Weintrab, que tem a pretensão de sufocar o setor cortando verbas.
Achincalhe —Se na pandemia Bolsonaro pouco ligou para o número de mortos que o desatino do governo deixou rolar, imagine na educação, onde as vítimas, embora com danos para gerações, não baixam a sepultura.
Veja você. Desde que o Brasil é Brasil, até o governo Lula, a Bahia só tinha uma universidade federal, a própria UFBa. Hoje tem mais quatro, a Univasf, que se divide entre Bahia e Pernambuco, a UFOB, a UFSB e a UFRB.
Ora, o conhecimento com as oportunidades de acesso para todos é um bem tão precisoso quanto a vida. Mas se Bolsonaro pouco liga para as vítimas de Covid, vai ligar para a morte da ciência? Só há um jeito, gritar.
Patrimônio histórico de Ilhéus grita por socorro
O Movimento Preserva Ilhéus, que congrega os institutos Nossa Ilhéus, Floresta Viva e o Grupo de Amigos da Praia (GAP), encaminhou representação esta semana aos Ministérios Públicos Estadual e Federal. A pedida: que olhem o patrimônio público municipal, hoje em grande parte visivelmente abandonado.
Na representação encaminhada quarta ao MPF, o time aponta especificamente, como exemplo, um casarão na rua Conselheiro Dantas, centro de Ilhéus. O prédio, datado do início do século XX e tombado como patrimônio histórico municipal, já abrigou a sede da Marinha Mercante e foi cedido à Secretaria do Meio Ambiente. Até hoje está às traças. Mas o cenário é geral na terra que Jorge Amado eternizou com o cacau.
Pimenta, luta contra a Covid
Quem passou um perrengue forte com a Covid foi Raimundo Pimenta, duas vezes prefeito de Santo Amaro, duas vezes deputado estadual. Mas com ele a interferência técnica-familiar fez a diferença.
Foi internado e lá decidiram entubá-lo. O filho Roque de Castro Pimenta, fisioterapeuta, casado com uma fisioterapeuta, especializado em questões pulmonares, vetou. Preferiram montar uma semi-UTI em casa. Em 10 dias venceram.
TRE corrige Santo Amaro
E por falar em Santo Amaro, há tititi político forte por lá. O TRE decidiu esta semana determinar a correição eleitoral no município.
O caso: nas eleições do ano passado a hoje prefeita Alessandra Gomes (PSD) derrotou o então prefeito Flaviano Bonfim (PP) por 100 votos de vantagem, 13.748 contra 13.648. E na base da denúncia está que muitos eleitores de fora votaram lá.
O mandato dela está em risco? Eis a questão.
Carcará, agito na pandemia
Apesar da pandemia, Alagoinhas vive hoje um momento único na história. O Atlético, paixão futebolística da terra, onde é chamado de Carcará, disputa a final do Baianão em casa, contra o Bahia de Feira. Os portões do estádio estarão fechados, mas a previsão é de que em toda a cidade torcedores vão se aglomerar. Entre eles, o prefeito Joaquim Neto (PSB), que é médico e há 26 anos trabalha no clube, como voluntário.
Tapa sem mão
1982. João Cardoso dos Santos, fazendeiro, cacauicultor, nascido em Corte de Pedra, hoje Tancredo Neves, na época povoado de Valença, era vereador, resolveu se candidatar a prefeito, foi ao amigo ACM, governador, que estava em campanha para emplacar Clériston Andrade como governador (morreria num acidente a 40 dias da eleição e na vaga entrou João Durval).
— Governador, eu ganho a eleição lá se o senhor me der a melhor das ajudas.
— O que é, amigo?
— Sabe, governador. Os meus adversários lá ficam me chamando de tabaréu, de analfabeto e eu queria dar um tapa sem mão neles. Eu quero uma faculdade para Valença!
— Tá bom, amigo. E você quer faculdade de quê?
Cardoso parou, franziu o cenho, emendou:
— Ih, rapaz... Você agora me apertou, mas espere aí que eu vou perguntar a compadre Jaci (o secretário de Educação).
Cardoso ganhou. E em 1983 a Uneb foi inaugurada.