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Levi Vasconcelos

Por Levi Vasconcelos, com colaboração de Marcus Vinicius

ACERVO DA COLUNA
Publicado Sunday, 07 de July de 2024 às 2:37 h | Autor:

Wilson Andrade em nova briga: retomar lugar das fibras naturais

Confira coluna de Levi Vasconcelos deste domingo

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Imagem ilustrativa da imagem Wilson Andrade em nova briga: retomar lugar das fibras naturais
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Houve um tempo em que algodão e piaçava tinham reis, o sisal coronéis e o coco um pouco de cada. Roupas eram só de algodão, acolchoados de carros e de casa de sisal e coco, vassoura só de piaçava. O time aí foi destronado pelo plástico.

O jogo começou a mudar quando o empresário e químico radicado nos EUA (1863-1944) Leo Hendriz Baekeland criou o baquelete, o primeiro sintético, há 118 anos. Perguntaram a ele: para quê?

— Para ganhar dinheiro.

E ganhou. Morreu milionário. Ele e muitos. Mas os anos dourados para ‘o material de mil usos’, como chamavam, do isolamento de fios elétricos a vassouras, estão chegando ao fim. Ano passado o mundo consumiu 400 milhões de toneladas de plástico. Resultado: poluição.

A virada —É justamente na onda do ecologicamente correto que as fibras naturais, biodegradáveis, ao contrário do plástico, que leva 200 anos para diluir, estão voltando à cena.

Na ponta baiana da volta das fibras naturais, Wilson Andrade, o fundador da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), hoje presidida por Mariana Lisbôa, da qual ele é diretor executivo.

Mas ele ressalva que é só o recomeço. Na indústria têxtil, por exemplo, se consome 120 milhões de toneladas de fibras, 20 milhões são de algodão, 6 milhões de madeira e 84 milhões do petróleo.

Ele evoca dados da Food and Agriculture Organization (FAO), ou Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, para mostrar que o jogo está virando, ainda lentamente, mas seguindo em frente.

—30 anos atrás nós consumíamos 800 mil toneladas de algodão, hoje são 250 milhões. Mas os dados também apontam que as fibras naturais voltaram a crescer lentamente. Foi 1,5% no ano passado.

Primos pobres —Wilson ressalva que apesar das perdas, as expectativas positivas imperam no universo das fibras naturais e o algodão desponta como o primo rico; sisal, piaçava e coco os primos pobres. E entre os medianos está a madeira.

— Temos que proteger os pequenos. O governo só olha o que dá dinheiro.

Foi nessa pegada que esta semana ele reuniu-se com a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, buscando a inclusão dos primos pobres.

—Estamos entre os que absorvem mais caborno e as fibras, que emitem pouco e absorvem muito.

E tem também o lado econômico, muito expressivo.

—A cadeia do sisal emprega em torno de 300 mil pessoas. Em Valente, por exemplo, quando o sisal sobe de preço, o comércio vende mais, o povo compra mais, inclusive carne.

Oxalá tudo seja rápido.

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