Wilson Cardoso quer puxar a CNM para cá. É desafio em dose dupla
Confira a coluna de Levi Vasconcelos deste sábado

Wilson Cardoso (PSB), prefeito de Andaraí e presidente da UPB, está planejando dar um grande salto para reforçar o municipalismo, sua bandeira: trazer a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) para cá e montar representações regionais em todo o território baiano.
O desafio é em dose dupla, lá e cá. O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, após ter sido prefeito da pequena Mariana Pimentel (RS), duas vezes entre 1997 e 2004 e de lá ter saído com mais de 90% de aprovação, carregando o troféu de ter zerado a mortalidade infantil e a evasão escolar, chegou no comando da entidade e lá está no 10º mandato, há 30 anos.
Um dos trunfos para a longevidade é a capacidade de entrega de serviços, como a elaboração de projetos, mas ele tem a justa fama de turrão, ou grosso trato, como preferem alguns.
Baianidade – Ziulkoski já sinalizou positivamente e se ele efetivar, Wilson Cardoso dará um grande salto de qualidade na banda administrativa dos municípios baianos.
– A grande maioria paga caro historicamente por não ter dinheiro para elaborar projetos. Na UPB já estamos turbinando isso, com a CNM, vamos disparar. A Bahia é quase do tamanho da França e o jogo é atender aos quatro cantos.
Fala Wilson que projeto significa a possibilidade de obras em execução, e obras resultam na melhor qualidade de vida e logo de saída a geração de empregos.
E a fama de turrão de Ziulkoski, como fica?
– Comigo, não funciona. Estamos conversando bem.
Em tempo de federações, PSB e PDT podem se unir
PSB e PDT estão dialogando para estudar a formação de uma federação entre os dois, que inclui também o Solidariedade.
Diz a deputada federal Lídice da Mata, presidente estadual do PSB, que a conversa é antiga e não avançou porque haviam alguns entraves estaduais, como no caso da Bahia, em que os dois estavam em lados opostos, o PDT com ACM Neto e o PSB com Jerônimo.
– Como o PDT na Bahia mudou, passou para o lado do governo, a expectativa agora é ver como as conversas vão fluir.
Agora, o problema é federal. Carlos Lupi, o presidente do PDT, foi demitido por Lula do Ministério da Previdência e e está chateado.
José Ribamar, o novo baiano
Foi muito concorrida ontem na Alba sessão de entrega do título de Cidadão Baiano ao médico José Ribamar Feitosa, iniciativa da deputada Fabíola Mansur (PSB).
Ele é maranhense, mas fez sua trajetória em Salvador, mais ainda no Ilê Axé Opô Afonjá, onde era Obá Odofin.
– Sou eternamente grato, a Bahia me preparou uma família que cuida de mim e me acolheu como filho. Aqui experimentei novas formas de viver.
Toque Dez, a mais contratada no forró baiano, saltita no preço
Credita-se a Wilson Cardoso a maciça adesão dos prefeitos baianos ao projeto de Transparência dos Festejos Juninos, do Ministério Público. Todos os 417 municípios baianos mandaram informações e daí resultam alguns dados curiosos.
É por aí que se sabe, a banda Toque Dez é a mais contratada no São João 2026, vai tocar em 40 cidades, com um detalhe curioso, os valores por ela cobrados variam de R$ 220 mil a R$ 350 mil.
O artista mais caro é Wesley Safadão, com R$ 1,1 milhão, que vai se apresentar em Cruz das Almas, Jequié, Oliveira dos Brejinhos e Bom Jesus da Lapa.
Já o mais barato é Sandro Borges, que vai receber apenas R$ 600 da Prefeitura de Pindaí e virou piada. Dizem que se ele fosse contratado pelo preço de Safadão teria que tocar durante cinco anos todos os dias. É mole?
POLÍTICA COM VATAPÁ
Gonzagão
Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, nasceu em Exu, Pernambuco, estado que hoje reverencia o filho querido como ícone da cultura nordestina, e é.
Ele ganhou o coração do Nordeste e do Brasil, desde sempre cantando mais por gostar de cantar, como num circo, em que, segundo o próprio, ’o cachê era tão baixo que eu preferi deixar de ajuda’.
Conta a coluna Sertão Gonzaga, do Diário de Pernambuco, que lá um dia ele foi no Crato, Ceará, rever amigos. E a eles anunciou:
– Fiz uma música porreta que terei a honra de lançar aqui, entre meus amigos queridos.
Era ‘A volta da Asa Branca’, ele pegou a sanfona e tascou:
– Já faz três noites que pro norte relampeia/
E a asa branca ouvindo o ronco do trovão/
Já bateu asas e voltou pro meu sertão/...
Quando chegou nos versos ‘Sertão das muié sérias dos home trabaiador’, alguém o interrompeu:
– Gonzaga, faz mesmo muito tempo que você não vem aqui, viu?