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Central do Carnaval: uma ideia, um sistema e uma marca

Confira a coluna Made In Bahia desta terça-feira, 6

Publicado terça-feira, 06 de fevereiro de 2024 às 05:10 h | Autor: Joaquim Nery Filho
Joaquim Nery Filho
Joaquim Nery Filho -

A Central do Carnaval surgiu em 2000. Consequência da evolução na forma como o folião passou a consumir os blocos e camarotes de Carnaval a partir das novas possibilidades tecnológicas que surgiram na década de 90.

Naquele tempo, a fantasia predominante era a mortalha. Cada bloco disponibilizava uma para o folião brincar os três dias. Quando surgiu o abada, rapidamente passaram a oferecer aos seus clientes, um para cada dia. Os turistas não tinham a fidelidade do público baiano e preferiam experimentar vários blocos em um único carnaval, gerando feiras de troca-troca na porta dos hotéis.

Um abada para cada dia e a vontade de brincar em blocos diferentes democratizou o consumo do carnaval, pois o folião podia optar por sair cada dia em um bloco diferente, com artistas e preços diferentes. Faltava um sistema e uma empresa para organizar essa venda mais democrática. Assim surgiu a Central do Carnaval.

O sucesso inspirou um avanço para o Carnaval do ano 2000. A ideia foi poder combinar abadas de seis blocos diferentes: Camaleão, Beijo, Crocodilo, Nana Banana, Acadêmicas e Cerveja e Cia. Seis blocos e 18 dias diferentes de carnaval, davam múltiplas possibilidade, que somente poderiam ser viabilizadas com um sistema robusto de informática.

Faltava uma marca para denominar o sistema. Foi aí que entrou a criatividade do designer e publicitário Pedrinho da Rocha. Surgiu assim a Central do Carnaval. Uma ideia, um sistema e uma marca. Já no primeiro ano alcançou 15 mil foliões e mudou a forma de se consumir o Carnaval de Salvador.

No seu momento maior, chegou a ter sete lojas espalhadas pelos shoppings center da cidade. Em 2020, antes da pandemia, a Central atendeu a 120 mil foliões que se dividiram entre 23 blocos e 11 camarotes.

Hoje viabiliza o carnaval dos sonhos de qualquer folião, reunindo os melhores blocos, as principais atrações, além de camarotes estrategicamente distribuídos nos principais pontos dos circuitos.

Quem cuida da Central do Carnaval são 20 colaboradores diretos ao longo do ano, incrementando substancialmente esse número para 500 empregos, somente nas áreas de vendas e Entregas de Abadás, quando uma grande estrutura é montada no Shopping da Bahia, ocupando uma área de mais de mil metros quadrados.

A responsabilidade social também é um foco da Central do Carnaval, que costuma ajudar instituições como o GACC, o NACPC, o Instituto dos Cegos da Bahia, o HAM e o Comboio da Esperança, através do programa Carnaval Solidário.

O carnaval da Bahia é muito mais que um Trio Elétrico arrastando uma multidão. É um pouco de tudo isso que está aí: organização, geração de emprego e renda, inovação, criatividade, e muita festa.

Joaquim Nery Filho é socio da Central do Carnaval

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