Daqui para o mundo
Confira a coluna Made In Bahia
Outro dia assisti uma propaganda na TV Polonesa e vi o selo “Made in Bahia” no final. Ao folhear um encarte de ofertas de um supermercado português, vi o selo na última página: “Made in Bahia”. Assisti um filme de uma paleteria que faz sucesso em Miami e olha lá o selo de novo: “Made in Bahia”.
Com todo respeito ao meu amigo Carlos Falcão, usei o selo Made in Bahia para falar de propagandas criadas por profissionais baianos no exterior. A publicidade baiana é respeitada e admirada no mundo todo. Já é comum escutar, em São Paulo, que não se monta um time de criação completo se não tiver um baiano. Essa mistura de raças, crenças e hábitos fomentam uma fortíssima indústria criativa. Somos o celeiro de brilhantes redatores, compositores, instrumentistas, artistas plásticos, desingers, pintores, fotógrafos. Somos um povo com artesanato forte e com muitas habilidades musicais, cinematográficas e textuais. E é dessa mistura que a propaganda se alimenta.
A publicidade baiana tem agências grandes, algumas com mais de 200 profissionais que se espalharam pelo mundo. Os sócios são baianos, gestores habilidosos em manter suas agências competitivas e inovadoras. Outro dia eu estava em Nova York visitando as maiores agências do mundo, em reunião com o CEO de uma gigante que emprega mais de 2.500 pessoas e gerencia bilhões de dólares em mídia. Quando olhei para um lado, vi o dono de uma grande agência baiana com suas duas filhas. Do outro, um casal, dono de duas grandes empresas de comunicação do nosso estado. Pensei: “meus concorrentes são fortes e continuam buscando aprender com os melhores do mundo”.
Brincadeiras à parte, somos um grupo de empreendedores inquietos e que buscam estar à frente do seu tempo. Tenho a honra de presidir a ABAP pela terceira vez, um baitadesafio, e quando nos reunimos, lá estão as agências responsáveis por gerenciar 80% do PIB publicitário da Bahia. Cada reunião é um aprendizado, com caminhos e ideias inovadoras.
É que a publicidade baiana é uma indústria criativa que produz riqueza. Segundo um estudo da Deloitte, cada 1 real investindo em propaganda vira R$ 8,37 na economia. Nossa indústria é limpa, remunera bem e gera renda e emprego para diversos tipos de profissionais talentosos. E usamos muita, muita tecnologia.
Imaginamos como futuro para o mercado, exportar o nosso trabalho e não os nossos talentos. O que planejamos é, cada vez mais, utilizar a tecnologia e a integração possibilitada pela internet para poder atender daqui clientes do mundo inteiro. Queremos exportar a nossa criatividade! E estamos trabalhando para ampliar as barreiras geográficas de atendimento de nossas agências.
*Americo Neto é presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP-BA)