Perspectivas para o mercado da construção baiano em 2025 - desafios e oportunidades
Confira a coluna Made in Bahia
O ano de 2025 trará muito trabalho, novidades, pontos de atenção, oportunidades e novos parâmetros para o mercado da construção civil. Avalio que uma das alavancas é o aumento do volume de obras, sobretudo as públicas. Este ano, assistimos a um destravamento do setor público que voltou a anunciar grandes obras e muitas delas devem começar em 2025 – destaque para as de mobilidade, saneamento e educação.
A Ponte Salvador-Itaparica, tão aguardada, ainda é uma incógnita, mas entendo que, caso comece no próximo ano, a demanda por material virá com mais força em 2026.
E além do aumento de obras públicas, vislumbro o aumento de obras imobiliárias. Os lançamentos cresceram em 2024 com a expectativa de redução de taxa de juros – que veio ao contrário – e ainda vimos uma entrada forte de empresas no setor econômico acima do MCMV. Nesse sentido, então, os novos empreendimentos devem aquecer a mão-de-obra e a demanda por materiais em 2025. Vale pontuar que esse aumento do volume de obras, fortalece a demanda, mas deve trazer consigo a inflação de materiais.
Um dos desafios do próximo ano é essa possível inflação de materiais com a desvalorização do real somada a uma política monetária mais frouxa do “novo” Banco Central. A demanda estará fortalecida, mas com o baixo investimento da indústria para aumentar a oferta devido à falta de perspectiva do Governo Federal, somado aos juros altos dos financiamentos, temos um possível aumento da inflação. Além desse motivo, ainda acredito num efeito da reconstrução do Rio Grande do Sul também na inflação.
Esses fatores que listei acima que deverão agitar o setor e aquecer os canteiros que irão enfrentar, porém, uma escassez de mão de obra. O desemprego diminuiu no país e muitos trabalhadores da construção civil migraram para outros trabalhos menos pesados e de horários flexíveis. Esse cenário já é conhecido em São Paulo e deve chegar com mais força na Bahia no ano que vem.
E a mão de obra insuficiente acaba gerando uma oportunidade para a industrialização da construção – o que já é visto na maior cidade do país. Recentemente, orcei uma obra em São Paulo em que a estrutura pré-moldada já estava mais barata que a convencional e isso nunca aconteceu. Ela sempre foi mais rápida, mas nunca mais barata. O motivo: custo de mão de obra de fôrma por m² hoje é quase três vezes mais caro do que foi há cinco anos.
Outro tema que estará em alta será a descarbonização do setor por causa da COP 30 que será no Brasil. Vale a pena prestar a atenção nos eventos que irão anteceder a COP30 ao longo do ano e nas mudanças de legislação que serão propostas, além das possibilidades de financiamentos com taxas menores para obras sustentáveis.