Cães bombeiros são fundamentais nos resgates em tragédias
Núcleo de Operações com Cães do GBM treina animais para localizar e salvar desaparecidos em desastres
Eles não são apenas os melhores amigos dos humanos. Eles são também quem os socorrem quando ninguém mais consegue fazê-lo tão rapidamente. Exemplo disto são os cães treinados pelo Núcleo de Operações com Cães (NOC) do 3°GBM/Iguatemi para a localização de desaparecidos em geral e pessoas afetadas por tragédias climáticas como a que acontece agora no Rio Grande do Sul. Hoje, a unidade do Corpo de Bombeiros da Bahia tem cinco cães sob os cuidados de uma equipe de 10 militares. Holly (labrador), Rambo (pastor belga malinois), Rubi (labrador), Ronda (bloodhound) e Zaya (pastor alemão) integram a matilha que salva vidas.
Na última segunda-feira, 06, a reportagem do Grupo A TARDE acompanhou uma simulação de busca no Parque da Cidade, no bairro do Itaigara, em Salvador, protagonizada por uma equipe de três bombeiros e a cadela Rubi, que é um cão de varredura. “O cão de varredura é empregado em situações de desastre em que nós não sabemos quem está perdido em uma área; já o de busca por odor específico localiza pessoas que sabemos quem são”, explica o tenente Romualdo Costa Filho, 30 anos, especialista na área e responsável pelo treinamento de Rubi. A cadela é um labrador de 2 anos, filha de um casal de cães que atuou nas buscas por desaparecidos na tragédia do rompimento da Barragem de Brumadinho, ocorrida em 2019, em Minas Gerais. Durante a simulação, em menos de 40 segundos, ela localizou o “humano perdido”, neste caso um figurante, na simulação de uma situação real.
Quem não conhece a rotina pode até achar que o trabalho pode gerar estresse a esses animais. Porém, a rotina de exercícios, o contato com a natureza e o vínculo afetivo com os bombeiros tutores transforma a vida destes animais em uma agradável rotina. No caso de Rubi, após localizar o figurante em tempo recorde, ela se esbaldou num refrescante banho numa pequena lagoa. Uma bolinha é usada para simbolizar a caça, fazer a associação positiva e estimular a busca.
Solidariedade
Por enquanto, não há nenhum animal do canil dos bombeiros da Bahia nas ações de resgate em cidades gaúchas. Segundo o tenente Romualdo, neste momento, as buscas são mais focadas em áreas inundadas, com atuação maior de humanos.
O CBMBA enviou para a região uma equipe que já resgatou 212 pessoas em áreas de risco, 20 animais e recuperaram seis corpos, segundo o divulgado na quinta-feira pela corporação. Em Salvador, todos os quartéis do Corpo de Bombeiros estão recebendo doações, para os gaúchos, de água mineral, ração para animais e material de higiene e limpeza.
Veja curiosidades sobre o treinamento dos animais
Como é a rotina de treinamento dos cães no canil do Corpo de Bombeiros?
Eles têm uma rotina regular de treinos e passeios, em horários de sol brando, com alimentação de qualidade.
Como o cão de varredura atua?
Ele é empregado em situação de desastre onde não é possível ter uma identificação olfativa prévia do indivíduo desaparecido.
Como se dá a certificação do animal que o habilita a atuar em resgates?
Os animais passam por um treinamento intenso, são avaliados pela Ligabom, do Conselho Nacional de Segurança do Corpo de Bombeiros, que os habilita para atuar em situações de desastres.