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Descarte de animais mortos no lixo é passível de punição

Prática pode ser enquadrada como crime ambiental; Procedimento correto é semelhante ao dos humanos

Publicado domingo, 20 de novembro de 2022 às 06:00 h | Autor: HIlcélia Falcão
Afinal, o que fazer com o corpinho do seu amigo pet quando o ciclo da vida é encerrado?
Afinal, o que fazer com o corpinho do seu amigo pet quando o ciclo da vida é encerrado? -

Lidar com a perda de um bichinho exige medidas práticas para as quais, em geral, os tutores nem sempre se preparam. Afinal, o que fazer com o corpinho do seu amigo pet quando o ciclo da vida é encerrado? Se você nunca pensou nisto saiba que o procedimento correto  é semelhante ao dos humanos: sepultamento ou cremação. Se a causa da morte for qualquer  tipo de zoonose - doenças como raiva ou leptospirose -, por exemplo , a orientação é entregar ao Centro de Controle de Zoonoses  (CCZ) da cidade. 

“O descarte de animais como lixo é algo que precisa ser revisto pois a decomposição no ambiente oferece risco ao lençol freático e a destinação irregular é considerada crime ambiental”, explica a médica veterinária Gabriela Lima. Segundo ela, uma lei de 1988 considera a prática como crime ambiental, podendo gerar multas de R$ 500 a R$ 13 mil, a depender da legislação de cada cidade. Descarte próximo a rios lagos torna a situação ainda pior pois envolve maior risco à saúde humana.

Há muitos anos, os corpos dos animais eram considerados lixo comum e podiam ser descartados nos aterros sanitários. Atualmente, a orientação é que sejam levados a clínicas, cemitérios ou cremátorios para serem incinerados coletivamente. O serviço é realizado por empresas especializadas, como a Bye Bye, Pet, que cobra pelo serviço conforme o peso do animal. 

Para animais com até 10kg a cremação individual custa R$ 450 e a coletiva R$ 230. Em até 8 dias, as cinzas do animalzinho são entregues ao tutor  numa urna. Preço semelhante é praticado pelo Cemitério de Animais localizado em Campinhas de Pirajá. Há mais de 20 anos no ramo, a empresa já realizou milhares de sepultamentos ou cremações. 

É lá que esta enterrada a cachorrinha Shakira, que morreu aos 15 anos “Ela faleceu na madrugada então pela manhã entramos em contato com um cemitério de animais”, conta a estudante de Ciências Biológicas Vitoria Monise, 22 anos. Segundo ela, eles tiraram foto do local do sepultamento e até colocaram uma plantinha em cima do túmulo. 

Imagem ilustrativa da imagem Descarte de animais mortos no lixo é passível de punição
 

É nesta hora que entra o papel dos envolvidos no processo, no sentido a acolher o tutor na hora do luto. “Nos sentimos acolhidos neste momento de tristeza e percebemos que foi uma forma de agradecer a Shakira pelos 15 anos  de fidelidade e companheirismo”, relata Monise que recusou a ideia de sepultar Shakira no quintal de casa. 

Túmulo da cachorra Shakira
Túmulo da cachorra Shakira |  Foto: Arquivo Pessoal
 

Já a servidora pública aposentada Silvana Tereza Araújo Costa, teve experiências distintas. Quando perdeu  o Schnauzzser Yan, que morreu aos 15 anos, Silvana decidiu enterrá-lo no quintal de casa. Quando foi a vez de Brisinha, com 13 anos, por problemas respiratórios, a família decidiu recorrer ao Cemitério do s Animais. “Yan foi enterrado no quintal da casa da minha sogra, meu filho e meu marido fizeram, mas como foi muito difícil, com Brisa optamos pela cremação”, explica Silvana. Segundo a veterinária Gabriela, falta educação nas comunidades e fiscalização dos descartes irregulares. O combate ao procedimento depende de um trabalho de educação da população. “É uma questão cultural, exige educação, mas trata-se de uma situação difícil na vida da familia multiespécie”, analisa Gabriela.

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