Exposição ao sol eleva risco de câncer de pele em animais
Sol demais também traz malefícios à pele do animal de estimação
Sol demais também traz malefícios à pele do animal de estimação. Ou melhor, expor seu bichinho a raios ultravioletas pode desencadear câncer de pele. Mas como, se o corpo deles é coberto de pelos? Não em toda parte. Já observou a barriguinha, as orelhas e o focinho? Nessas áreas você deve aplicar protetor solar de uso veterinário e, a exemplo das recomendações para humanos, é importante evitar o sol mais forte, das 10h às 16h.
Foi por não saber disso que a corretora de imóveis Samanta Moraes foi surpreendida com o surgimento de nódulos na pele de um dos seus três cães. “Nem sabia que existia protetor solar para animais”, conta. A história começou em maio do ano passado, quando o pinscher dela Billy Nelson, 10 anos, apresentou nódulos na pele. A lesão evoluiu e foi detectado o mastocitoma, o tipo de câncer de pele mais comum em cães, segundo a médica veterinária oncologista Laila Pires. “São tumores malignos com grande potencial de agressividade”, explica a veterinária.
Billy foi submetido a cirurgia para a retirada do tumor, fez eletroquimioterapia, mas houve recidiva em mais de um local. Após quase três meses, surgiram outros nódulos e foi necessário realizar nova cirurgia. Agora ele faz quimioterapia pois os tumores estavam se espalhando pelo corpo com rapidez. “Hoje, graças a Deus, ele está superbem, teve uma resposta muito positiva ao tratamento e ainda continua...”, conta Samanta.
Pele branca
O desconhecimento dos tutores sobre os cuidados com a pele dos animais e os perigos de uma doença letal é o que mais atrapalha a prevenção. Para a médica veterinária Laís Pereira da Silva, muitos ignoram que a radiação solar pode provocar tumores cutâneos nos animais. “Nem todo câncer é causado pela radiação solar mas existe um dos tumores cuja etiologia é esta”, explica. Neste caso, os animais com pelagem mais clara (cães e gatos) são os mais vulneráveis. As áreas com menos pelos são as mais sensíveis (regiões de face e barriga). Feridas que não cicatrizam, com aumento de volume e lesões avermelhadas são indícios da doença. “O indicado é levar ao veterinário assim que notar lesões deste tipo para que ele indique a melhor conduta”, explica a oncologista veterinária.
A diretora de comunidades Larissa Novais, 30 anos, por exemplo, desconhecia a existência de filtro solar para animais quando a sua SRD Piranha, 4 anos, apareceu com o focinho esbranquiçado. Felizmente, não era câncer. “Costumo fazer viagens para locais de praia e comecei a usar protetor solar nela depois que o focinho ficou esbranquiçado e o veterinário disse que foi causado pelo sol”, contou.
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DR PET
Veja como identificar se o seu bichinho tem tumores de pele
Qual a principal causa de câncer de pele em pets (cães e gatos)?
Exposição solar excessiva, principalmente em horários de maior incidência de raios UV, e os quadros de dermatites crônicas, aumentando a predisposição aos tumores de pele.
Que cuidados o tutor precisa ter para evitar a doença?
Uso de protetor solar específico para pets, evitar excesso de exposição ao sol, cuidados com hidratação dos pelos e pele.
Quais são as principais áreas do corpo do animal que devem ser protegidas pelo filtro solar veterinário?
As áreas que mais precisam de atenção são as que tem menor quantidade de pelos, como barriga, patas e cabeça (orelhas, focinho e ao redor dos olhos).
Que outras medidas preventivas devem ser tomadas?
Banhos regulares, boa alimentação, uso de hidratantes de pelo e pele, quando indicado pelo veterinário, e nutraceuticos.
Quais são os principais sintomas da doença?
Feridas ou nódulos em pele, presença de áreas avermelhadas e pouco responsivas ao tratamento clínico. Se houver suspeita da doença, é importante levar ao veterinário pra avaliar quais os procedimentos diagnósticos que podem ser realizados, como citologia ou biópsia de pele
Quais os principais tipos de câncer de pele em animais?
Os principais tumores de pele em animais são: Mastocitoma, Carcinoma e Hemangiossarcoma.
Qual o tipo mais comum?
O mastocitoma é mais comum em cães, e são tumores malignos com grande potencial de agressividade.
Quais os principais tratamentos? Quanto custa e quais os procedimentos? Há cura?
Os tipos de tratamento mais comuns são a cirurgia e quimioterapia. A escolha de quais tratamentos podem ser feitos depende de alguns fatores, como a quantidade e tamanho das lesões, se tem presença de metástase ou não, e da condição de cada paciente. Quando diagnosticado precocemente, há grandes chances de cura. Em relação aos custos, dependerá da abordagem a ser realizada.
Animais com dermatite atópica e/ou alérgicos são mais propensos à doença?
Esses problemas de pele podem aumentar o risco de desenvolvimento dos tumores, principalmente em animais idosos.