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Ingestão de chocolate pode levar animal de estimação à morte

Cacau contém substância altamente tóxica para cães e gatos capaz de gerar quadros graves de intoxiccação

Publicado domingo, 09 de abril de 2023 às 05:15 h | Autor: HIlcélia Falcão
Dica dos veterinários é ter sempre em casa carvão ativado para os casos de ingestão acidental
Dica dos veterinários é ter sempre em casa carvão ativado para os casos de ingestão acidental -

Não foi exatamente um ovo de Páscoa o vilão do mal estar que levou a beagle Mabel, 2 anos, a uma emergência veterinária. Mas o chocolate do biscoito recheado Oreo, devorado por ela após ter sido esquecido por uma criança no sofá, foi o motivo da intoxicação que a deixou 24 horas internada.

“Mabel comeu metade do pacote do Oreo e baixou hospital, com intoxicação”, conta  a professora Mércia Pinto, tutora da beagle. Segundo a médica veterinária Paloma Santos Santana, que na ocasião prestou atendimento a Mabel, o cacau, que é a matéria prima do chocolate, é rico em teobromina, um composto psicoestimulante e tóxico para cães  gatos.

“Por isso, com a ingestão, eles podem apresentar vômitos, diarreia, excitação, taquicardia, convulsões e até o óbito”, descreve Paloma. De acordo com a médica veterinária, quanto mais concentrado é o chocolate - por exemplo 70% cacau -, pior são esses efeitos neles. 

No caso de Mabel, foi uma situação inesperada já que a tutora tem bastante cuidado em evitar alimentos tóxicos ao animal. “Usamos ração e proteína (ovo e frango) pois desde pequena não gosta de ração pura. Mas temos cuidado em oferecer o que ela pode comer”, explica Mércia, que avisa a todos que o cão não pode consumir nada além da ração.

Mas não é só o chocolate o vilão alimentar dos cães na Semana Santa. A comida baiana servida na ceia da Sexta-feira da Paixão em Salvador é outro “veneno” para a saúde do animal pois contêm dendê, cebola e alho. “Como o teor de gordura nos pratos como vatapá e moqueca são bem altos devido à quantidade de dendê, alguns pets podem desenvolver um quadro de pancreatite aguda”, alerta.

Carvão ativado

Zelo e rigor na alimentação do animal de estimação são importantes para evitar situações desagradáveis e quadros mais graves. A chow-chow  Maya escapou por pouco de uma complicação maior por ter ingerido o chamado “mingau de cachorro”, alimento à base de farinha de mandioca e alho. Usado como remédio por algumas pessoas em Salvador para a falta de apetite, o mingau é bastante tóxico para cães. “Maya passou um tempinho doente, defecando e vomitando, sem comer nada e aí demos”, conta o autônomo Erick Cerqueira, tutor da cadelinha.

Ao ser atendida no consultório veterinário, exames indicaram - além da “doença do carrapato”, causa dos sintomas - intoxicação alimentar. Segundo Erick, a família costuma alimentar o animal com ração e comida natural. Só que os tutores não sabiam que o alho era tóxico aos cães. Alem disto, um outro problema recorrente é gerado pela convivência com crianças. “Aqui temos uma criança de quatro anos que costuma dar a ela tudo que come”, conta Erick que, após a orientação de Paloma, passou a ficar mais atento com os produtos que são tóxicos a Maya.

A dica dos veterinários é ter sempre em casa carvão ativado para os casos de ingestão acidental de venenos, alimentos ou plantas tóxicas. “O carvão ativado vai diminuir a absorção dessas substâncias tóxicas, o que dará um pouco mais de chance de sobreviver”, explica Paloma, que destaca a importância de evitar oferecer alimentos sem orientação médica. E se a ingestão de substância tóxica ocorrer, o recomendado é o de sempre: levar imediatamente ao veterinário.

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