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Resenha Rubro-Negra

Por Ângelo Paz

ACERVO DA COLUNA
Publicado Friday, 07 de June de 2024 às 6:05 h | Autor: Ângelo Paz

Uma massa que não abandona

Confira a coluna de Ângelo Paz, jornalista e doutorando em Ciências da Comunicação

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Torcida do Vitória  durante a partida contra o Botfogo no Barradão
Torcida do Vitória durante a partida contra o Botfogo no Barradão -

Em um mundo esportivo com diversos analistas e entendidos de futebol, seria até perda de tempo da minha parte discorrer aqui sobre as causas que levaram o Vitória a iniciar a Série A do Brasileiro com uma campanha tão ruim capaz de aplacar diversos recordes negativos. Os motivos são vários, mas o principal, detectável até para quem pouco entende de bola, é a fragilidade do time. Problema facilmente inidentificável, aproveito a coluna desta semana para falar sobre quem não merece passar por tal vergonha: a torcida rubro-negra.

Te explico o motivo dela não merecer: o Leão tem uma torcida que está longe de abandonar o clube quando ele mais precisa. Vamos aos números. Mesmo com seis derrotas seguidas, algo que não ocorria desde 1938, quando o clube sequer havia chegado na era profissional, o Vitória iniciou a semana com a nona maior média de público da atual Série A, com 24.867 pagantes por jogo. Com uma capacidade de pouco mais de 30 mil pessoas, o Barradão tem uma taxa de ocupação neste Brasileiro que beira os 75%. Algo que só, somente só, o Corinthians supera o rubro-negro neste quesito.

Uns dizem que torcida não ganha jogo, outros pensam o contrário, mas é fato que caso não fosse essa massa de gente que insiste em ir ao Barradão, nem para a Série A o Leão tinha voltado. Num recorte mais atual, recorro as duas últimas temporadas, quando o Vitória teve a melhor média de público tanto da Série C em 2022 quanto da Série B no ano passado. Ah, mas o time estava bem…. Essa frase não cola. Basta lembrarmos que passadas 12 das 18 rodadas da primeira fase da Série C, o Vitória ultrapassava os 50% de chances de cair pra Série D e possuía apenas 2,6% de chances de acesso.

O que vimos foi uma torcida que acreditou no improvável e levou mais de 25 mil paganes em cinco dos 13 jogos disputados em casa. Neste mesmo Barradão os rubro-negros foram o 12º jogador de um clube que iniciou a temporada 2023 eliminado na primeira fase do Baiano, da Copa do Nordeste e da Copa do Brasil. Nas 18 partidas sequentes a esta turbulência nenhum estádio da segunda divisão recebeu mais gente que o Barradão: exatos 433,992 torcedores pagantes, uma média de 22.842 por partida.

Esse histórico de forte presença no estádio ajuda a entender as palavras do técnico Thiago Carpini após a derrota para o Atlético-Go em casa no último sábado: “Em um momento desses, ver o Barradão do jeito que estava até nos constrange pelo resultado”, desabafou o treinador após amargar a sua segunda derrota em dois jogos no comando do time. Diante de um cenário como este, podemos dizer que o grande trunfo do Vitória para, quem sabe, tentar sair desta situação tenebrosa é justamente o apoio da sua torcida, que cobra, mas não deixa de estar colada.

É natural que o Barradão não esteja lotado quando o clube atinge marcas tão negativas, como vem ocorrendo neste início de Série A. Mas ao mesmo tempo é evidente que, em caso de resposta em campo, o Barradas voltará a ficar pequeno para uma torcida que se acostumou a carregar o clube nas costas quando ele mais precisa. Enquanto está difícil enxergar uma margem de melhora significativa do time, fica o alento para um elenco limitado que pode se superar, sobretudo, com o apoio da torcida. Essa, é muito de primeira.

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