Veja o que leitores de A TARDE acham da novela Velho Chico

Hoje a coluna é toda de vocês, leitores queridos. Infelizmente o espaço em papel é pequeno diante das dezenas de mensagens enviadas a respeito da novela Velho Chico. Abaixo, seguem frases tiradas de algumas dessas mensagens.
"Não é de hoje que o Nordeste, para a rede Globo, é uma região excêntrica , mas rica em situações para expor na teledramaturgia. Mas não somos seres pitorescos. Novela atemporal, confusa, são tantas combinações estranhas que se juntar tudo não dá um bom conteúdo. Mas uma coisa é fato. Quando a Globo resolve sair do seu umbigo ( Rio e São Paulo) não sabe retratar as outras regiões. Não é só o Nordeste o penalizado, todas as outras culturas de alguma forma não são bem escritas. Precisa de mais pesquisa desse pessoal que escreve novela, não basta chegar aqui, conversar com meia dúzia de pessoas, fazer de nós figurantes e dizer que é ficção."
(Flavia Bomfim)
"Sobre a atual novela das 21h, eu tenho algumas críticas, mas vários elogios. Em especial ao elenco, muito bem escalado e com grandes momentos. Acho o Antonio Fagundes maravilhoso, e a mudança do personagem que causou estranheza em muita gente, eu achei bem coerente, visto que se tratava de um homem que tinha sonhos, projetos, uma vida longe daquela cidadezinha no meio da caatinga e que caiu de pára-quedas em toda aquela loucura, endurecendo aos poucos a ponto de ele próprio não se reconhecer mais. O texto da novela é inspiradíssimo! Talvez a dificuldade em entender o que é apresentado na novela por uma parte do público esteja na falta de hábito do telespectador brasileiro de pensar um pouco mais e refletir sobre o que é apresentado."
(Sielder Paz)
"Tenho visto Velho Chico desde o começo e confesso que gostei da fotografia, e do romance inicial entre Santo e Tereza jovens, mas não deixei de observar os muitos anacronismos da trama: um jagunço nos anos 60 0u 70, vestido como um capitão do mato, criadas com turbante da época da escravidão e imagens escuras advindas de uma câmera que, pessoalmente, acho que só combina no cinema. Contudo, foi com a segunda fase que os erros e incoerências de Velho Chico, saltaram aos olhos,a começar pela escalação do elenco. Onde já se viu Domingos Montagner sendo par de Camila Pitanga e de Lucy Alves? Outro problema da novela é o preconceito contra os nordestinos. Eles são apresentados como pessoas atrasadas e ignorantes, que pararam no tempo, cuja civilidade encontra-se distante. Roupas de chita, casas com decorações do século 19 e nos jovens uma linguagem que somente os nordestinos mais velhos e de certas regiões utilizam. Nem parece que as equipes gravaram no nordeste, ou então há uma deliberada intenção de vender a imagem dos nordestinos como selvagens e signos do atraso."
(Maria Ap. Figueiredo Pereira)
"Há muito deixei de assistir novelas, em especial as da Globo. Sou um saudosista.
A nossa realidade já é dificil, portanto, o que seria um momento de descontração, acaba se tornando a continuação de nossa vida, mas de maneira ainda mais sofrida. Por que não escrevem novelas com situações mais engraçadas, como era o caso de "Que rei sou eu"? Por que temos que assistir a tantas cenas de sexo explícito numa novela? Sou do tempo em que a novela "das oito" começava às oito horas.
Entre tantos contratempos, a TV Record deu um banho na Globo, com sua novela "Os 10 Mandamentos", mas caiu na mesma desgraça da Globo ao inserir novos capítulos que nada tinham a ver, para se dar de bem. Por essas e outras, meu caro Feltrin, deixei asi novelas. Nada tenho contra homossexuais e/ou suas práticas, entretanto, não vou perder minhas noites de sono para ver dois homens se beijando, duas mulheres se agarrando, etc. Deixo isso para o dia a dia, que não posso e nem devo evitar. No mais, não perco nada com essas novelinhas escritas com o intuito de desfazer os bons costumes familiares: respeito, tradição, dignidade, ética, honestidade, enfim, coisas que tem nos faltado no nosso dia a dia por parte de tanta gente inescrupulosa, principalmente nossos governantes."
(Fernando Ladeia)
"Os atores são chatos (especialmente na segunda fase), a novela é chata e ofensiva aos nordestinos. Por isso já deixei de assisti-la há muito. O problema do preconceito é crônico, infelizmente. Só para você ter uma ideia, há muitos anos em São Paulo, quando participava de um seminário, pago pela empresa onde trabalhava, um participante paulista falou o seguinte para os presentes, no intervalo, em conversa descontraída : "São Paulo é uma máquina, puxando nove vagões nordestinos". E logo lhe respondi: "Cujos maquinistas são nordestinos e estrangeiros, porque paulista mesmo é preciso andar 10 km para encontrar um". Isso provocou gargalhada geral dos presentes, que incluíam pessoas de outros Estados e surpresa ao falante pela minha reação, dizendo que eu era um gozador. Agora, particularmente, creio que somos os culpados, porque os tratamos com certa subserviência e recepção digna de majestades, quando eles vêm ganhar dinheiro e curti na nossa terra. Para ser educado, não precisa ser bajulador."
(Antonio Carrilho Farias)
"Realmente a novela saiu da " realidade da ficção" . Eu e minha esposa já havíamos comentado sobre a total falta de "realidade" da novela . Meu pai , de 80 anos, já não está conseguindo entender nada . Cada dia um retrocesso maior, sem falar nas cenas onde está presente o personagem Bento dos Anjos, um disparate total . Não vou me alongar mais , mas fica minha indignação."
(Vinícius Nunes)
"Lendo seu artigo sobre a novela Velho Chico resolvi dar minha opinião: A novela realmente estar muito chata e cansativa, falam demais, discutem em demasia e nada é resolvido, nada muda. E realmente a maneira como descrevem o universo nordestino é pejorativo, e exagerado. Particularmente eu acredito que essa novela já passou anteriormente, com outro nome, sofrendo as mesmas criticas da atualidade; já tentei buscar informações pela internet diversas vezes e cheguei a pensar que a novela é uma passada há muitos anos atrás com o titulo de Terras do Sem Fim, em outro horário.Posso estar errada com o nome antigo, mas tenho certeza que atualmente é uma releitura de outra exibida anos atrás."
(Neildes Oliveira)
"Não posso deixar de trazer a minha opinião sobre essa novela que pra mim tem sido uma das melhores novelas da globo nos últimos 15 anos. Pra mim, Velho Chico se presta a ser uma novela atemporal. Creio que essa mistura de tempos é uma forma de o autor dizer: não se passa em nenhum tempo específico. Se passa hoje, como poderia se passar 50 anos atrás, pois as instituições sociais que existem hoje, já existiam lá e muita coisa não mudou desde então. Acho que Velho Chico brinca muito com a linguagem metafórica. Acho que a preocupação do autor não é retratar a realidade como ela é, mas brincar com os significados da realidade, retratando-a de uma forma tosca em alguns momentos, mas completamente poética em outros momentos. Para os admiradores do teatro, é nítida a influência deste nas construções cênicas da novela.Velho Chico pra mim é uma obra de arte, é uma novela belíssima e, acima de tudo, é uma novela de denúncia. A Globo se superou nessa produção, em minha opinião."
(Raylane Machado)
"Como você mesmo disse, Velho Chico é uma ficção, um entretenimento pra passar o tempo, mas muita gente leva isso muito a sério."
(Marco Santana)
"A novela se perdeue rio adentro. Começou com status de novelão de Benedito, que diga-se de passagem, dispensa-se comentários. Porém, ao longo da trama, podemos ver que alguns atores da segunda fase tentaram ao máximo manter as caracteristicas dos seus antecessores, sem êxito. Além disso, a novela torna-se massiva a medida que os assuntos vão se repetindo sem grandes desfechos. Se o telespctador ficar uma semana sem assistir, não terá perdido nada de especial. Outro detalhe é a confusão do cenário quanto a época em que se desenvolve a trama. Ficção à parte, dava para fazer frente ao famosíssimo filme, De Volta para o Futuro.Parece que o tempo se mistura e faz uma confusão danada. Candeeiros com carros moderníssimos, casas arcaicas com personagens falando através de Ifone de última geração. Uma zona urbanoruralissíma, se é que existe este termo."
(Roque Gonçalves)
"Quem escreveu essa novela deveria mora no mínimo seis meses perto do rio São Francisco, para ver que o nordestino sabe respeitar às mulheres e gosta de tomar banho e se vestir. Eu assisti duas vezes, só estou esperando o último capítulo pra ficar livre disso."
(Antonio Carlos Paz Sales)
"Inicialmente, preciso deixar claro que que o título usado em sua coluna: Nordestinos se revoltam com estereótipo e "sujeira" em Velho Chico, é tendencioso principalmente porque generaliza o pensamento de um povo; entendo que, como tática jornalística, o senhor alcançou o seu objetivo: chamar a atenção do leitor e propagar suas opiniões ideológicas, fortalecidas por exemplos de leitores pouco esclarecidos e preconceituosos. Sim, preconceituosos porque se acostumaram às imagens em que os atores aparecem, por exemplo, vestidos com as marcas da moda e vivendo em apartamentos no Leblon. Esse, sim, é o estereótipo que espectadores citados pelo senhor jornalista querem para suas vidas. A novela Velho Chico exalta uma cultura rica, viva de sentimentos, apaixonada pela terra e pelo sagrado tão presente em nossa formação e tão absolutamente necessário para que esse povo sertanejo consiga lidar com as mazelas centenárias."
(Enilce Baltazar Araújo)
"Realmente essa novela é horrível por várias questões. Cito também o fato dos personagens estarem suados o tempo todo, como se estivessem na região amazônica onde a umidade do ar é altíssima, No sertão nordestino a umidade, ao contrário, é muito baixa. Realmente retrata o nordestino, como eu, de forma extremamente caricata, como personagens sujos, maltrapilhos, barbados e com cabelos desengonçados.... Parece até que nesse universo ainda não tinham inventado a lâmina de barbear. Sendo conciso sugiro um boicote à mesma pelos nordestino. Já o faço unilateralmente."
(Itabajara Vieira Rodrigues)
"Embora eu não tenha assistido todos os dias o Velho Chico,concordo que a Globo caracterizou a novela do jeito que bem quis.Imagens escuras,cômodos feios,sujos,mal pintados. Atores enfeiados com barbas,bigodes,cabelos mal penteados,um horror. Não consigo identificar a época pelo figurino.E até camisas masculinas totalmente sem estilo,nem gênero. Se os personagens envelheceram,por que aplicar massa,cera e outros elementos na face? Fica artificial. Quanto à história do rio, dos coronéis,das plantações e das cidades não me parecem que queiram representar nada.
Sou de Senhor do Bonfim,convivi com a vida dos que moravam em fazendas,e nunca vi nada parecido. Errou feio a Globo quando não fez uma pesquisa bem feita sobre a região,tão rica e tão cheia de maravilhas da natureza."
(Cristina Ventura)
"Sou coroa de 80 anos, e novelista do tempo do radio, algumas historias em minha cabeça até hoje como o Direito de Nascer, que lembro até o patrocinador. Lamento que pessoas querem comparar ficção com realidade. A maior critica que tenho a Velho Chico é com a mudança de atores na 2ª parte. Com certeza é coisa difícil você se acostumar com um personagem e sua aparência passa a ser outra , por melhor que seja o ator substituto. Se convencer que Rodrigo Santoro é Antônio Fagundes, dificílimo, pior pois são tipos completamente diferentes. Eu sou fã do velho Chico, sinto dores do mal que o homem lhe causa e ainda ter que admirar o vapor que outrora navegava em seu leito, servir de enfeite em praça da nossa Juazeiro. Aos poucos fui aceitando a nova cara dos personagens (duro Carol Castro virar Cristiane Torloni) e certamente pela grande capacidade desses atores. Hoje já não lembro mais dos anteriores. Como o Marcos Palmeira aos poucos se transformou no jagunço, melhor ainda que o ator jovem que tão bem o encarnou na 1ª parte. Não é qualquer novela que assisto, e já estava cansado dos velhos chavões usados na maioria delas."
(Karl Franz)
"Resido em Aracaju, uma cidade abastecida pelo rio São Francisco. Acredito que a ideia de tempo sem dúvida seja um grande conflito pra nós, que estamos acompanhando a novela dia a dia, imagine quem esporadicamente vem fazendo o mesmo. Ver um BMW do coronel e ver aquele figurino ao mesmo tempo nos causa uma certa estranheza e confusão. A novela vem tendo seus destaques, como o Miguel; ao meu ver o garoto sem dúvida veem se superando a cada capítulo, e mostrando como a fábrica da globo eh de se impressionar… Gosto da mensagem de cuidado e preservação que veem sendo mostrada do velho CHICO, gostaria até que fosse ainda mais exarcebada. Quanto a nossa pobreza, sem dúvida eh uma cidade ribeirinha que toma como partido e cenário, mesmo assim poderia pegar sim mais leve quanto às gírias e sotaques e os aspectos de limpeza. Acredito muito na capacidade de se reinventar da globo, imagino que diversos textos como esse, venham à contribuir para que a novela se erga e tome seu caminho de sucesso como veio pra ser."
(Ygor Prudente)
"Essa novela é um equívoco. Por isso não a assisto mais. Eu, que sou noveleira, nunca deixei de assistir as novelas das 21h30. Mas essa aí me causa uma irritação e um tédio impossiveis de suportar. Por isso não conseguí passar da primeira fase. E ouví falar que ainda vai ter uma terceira fase. Mas vamos lá. Assistí a toda a primeira parte apesar de não me agradar o tratamento extravagante dado pelo diretor: ambiente escuro e tenso, profusão de velas acesas, excessos de música de fundo e de clima de suspense sem qualquer motivação e o que é pior, sobre meros figurantes sem importância na trama; figurinhos femininos incompatíveis e extemporâneos tais como as "mucamas" da cozinha e a personagem de Selma Egrei vestida como uma dama rica, à moda de 1890, em plenos anos sessenta, sob o calor do semiárido nordestino sem ar condicionado! E o personagem de Rodrigo Santoro que no dia em que pressente a morte do pai dirige um Karman Ghia de Salvador a Juazeiro pelas estradas de barro da época, incluindo uma travessia de barco pelo Rio São Francisco e aí comete a façanha de chegar a tempo de assistir ao sepultamento!"
(Francis Landim)
"Desculpe, esqueci de escrever sobre a questão da discriminação com o Nordeste, a "sujeira" em Velho Chico e sobre a validade ou não da ficção. Não sinto que haja discriminação sobre o Nordeste a cerca dos personagens. Como em toda história há bons e maus personagens, letrados e não letrados.
Quanto a ficção acho que pode haver estranheza, porém também deve haver verossimilhança."
(Alcir Neves)
"Inicialmente, gostaria de agradecer a oportunidade que você está dando aos leitores de se manifestarem acerca da novela Velho Chico. À sua pergunta sobre se a novela é chata apenas respondo que, na minha opinião, o nome da novela deveria ser Velho Chato! É muito chata. Uma coisa modorrenta que se arrasta em diálogos imensos e em alguns momentos panfletários mesmo. Não tem pé nem cabeça. Isso sem contar que a história não prende e não emociona. O figurino dos personagens é um samba do crioulo doido. Até parece que estamos no meio de uma história de Alice no País das Maravilhas. Não se consegue identificar a época em que a história se passa. Parece que tentaram enveredar pelo realismo fantástico mas se perderam pelo caminho. A única coisa que presta é a fotografia. As imagens são belíssimas! E, claro a magnífica interpretação de Selma Egrei e, na primeira parte da novela o desempenho de Rodrigo Santoro que foi excelente. Enfim a pergunta que não quer calar: quando acaba mesmo essa chatice?"
(Maria José Freitas)
"Inicialmente, gostaria de agradecer a oportunidade que você está dando aos leitores de se manifestarem acerca da novela Velho Chico. À sua pergunta sobre se a novela é chata apenas respondo que, na minha opinião o nome da novela deveria ser Velho Chato! É muito chata. Uma coisa modorrenta que se arrasta em diálogos imensos e em alguns momentos panfletários mesmo. Não tem pé nem cabeça. Isso sem contar que a história não prende e não emociona. O figurino dos personagens é um samba do crioulo doido. Até parece que estamos no meio de uma história de Alice no País das Maravilhas… Não se consegue identificar a época em que a história se passa. Parece que tentaram enveredar pelo realismo fantástico mas se perderam pelo caminho. A única coisa que presta é a fotografia. As imagens são belíssimas! E, claro a magnífica interpretação de Selma Egrei e, na primeira parte da novela o desempenho de Rodrigo Santoro que foi excelente. Enfim a pergunta que não quer calar: quando acaba mesmo essa chatice?"
(Nilda Pessoa)
"Fico intrigada com o fato de Miguel ter trinta anos, já que Teresa ficou esse tempo afastada de Grotas, e as filhas de Santo parecerem ser adolescentes. Como pode? Será que ele e Luzia levara aproximadamente 10 anis para se juntarem e terem as filhas? Outra coisa é o fato de Bento ser exageradamente dramático, pelo amor de Deus! De onde vem tanta ira? A Dira Paes tbm está deixando a desejar, com suas falas pouco convincentes. A atriz está subutilizada, na minha opinião ela e Bento não dão liga. Camila Pitanga, agora sem pudor algum, nem se importa em simplesmente "destruir" a família de Santo. Esse tbm não chove nem molha. A Luzia tbm é insuportavelmente chata. Afffff....Resumindo, em Velho Chico só se salvam D. Encarnação, Miguel, o padre e a mãe da professora, que fazem interpretações dignas de serem assistidas."
(Gesilda Reis)
"É visível a forma de como a Globo retrata a realidade nordestina nos dias de hoje como se não estivéssemos evoluindo e acham que estamos ainda presos em um passado reprimido, bárbaro, insensível e inconsciente. Velho Chico tinha tudo para ser uma boa obra, uma novela atrativa que pudesse surpreender o público de diversos parâmetros sociais, já que a trama é trabalhada em um cenário regional artístico e cultural e também espaço reprodutor de relações sociais, característica de um povo que necessita de oportunidades para mostrarem seus talentos e incentivos para a produção do conhecimento. A falta de criatividade é evidente; a novela não apresenta um bom humor e nem dinamismo, a história de seus personagens se tornaram monótonas, indefinidas, confusas e sem resolução. Essa contextualização absurda que a Globo idealiza o modo de vida do povo nordestino é ofensiva e distorcida perante a realidade mal retratada elaborada por autores que insiste não mostrar com clareza a verdadeira linguagem funcional e a identidade regional dos nordestinos."
(Valdir Rocha Santana)
"Diferentemente do que se explicita em seu artigo, não vejo esse "apelo" pesar tanto na narrativa, tampouco observo a "sujeira" comentada por muitos de vocês no texto. Percebo, sim, a força com que a temática da "terra", do "chão", da cor marrom, ganha destaque na história. Percebo que Benedito Ruy Barbosa mantém uma certa simpatia tácita pela temática rural, marxista, socialista. É impossível olhar para aquele vereador de oposição, Bento dos Anjos, e não lembrar do pensador marxista Antonio Gramsci e de seus fundamentos acerca do que se denomina "intelectual orgânico", cuja base filosófica deu incentivo às primeiras organizações e representações sindicais no campo da política. Gosto imensamente de como as personagens se expressam do ponto de vista sociolinguístico e de como se vestem. Não acho caricato tampouco clichê."
(Jober Pascoal)
"Li com carinho seu brilhante comentário a respeito do que a Globo vem fazendo com os nordestinos, especialmente por intermédio das novelas, carro-chefe da Emissora. Talvez a Globo não seja a lider de audiência, como dizem, mas é a mais famosa, sem sombra de dúvidas. E isso nós sentimos, até porque, pelo menos eu, não ouço ninguém comentar sobre as novelas das outras emissoras que perdem tempo e gastam dinheiro nesse particular. Quando se fala em novela, é com a Globo. Por isso mesmo esta emissora faz o que quer com seus trabalhos, especialmente novelas. Aqui em nossa casa não assistimos novelas há mais de 20 anos. Preocupamo-nos com programas jornalisticos, religião, humorismo (que, por sinal, está em decadência), um pouco com futebol, etc Para terminar, não posso deixar de ressaltar a razão da Globo, já que a sua grande audiência vem das periferias, das pessoas que as vezes não tem um sofá em casa para sentar, mas que tem um televisor e assiste as novelas diariamente. Você chega numa clínica, num hospital, as pessoas, na fila só falam em novela e da Globo. Por isso a Globo faz o que quer, desenvolve seus enredos da forma que quer. Infelizmente é assim. Desculpe pela prolixidade do texto. Um abraço."
(Roque Oliveira)
"Moro em Petrolina e sei o que se passa por aqui. Essa novela, por um lado é interessante por chamar a atenção da região, como um todo, e da problemática da agricultura irrigada. Pois bem! É tudo uma piada, uma ficção difícil de engolir por nós, ribeirinhos. As épocas tratadas, as fases, todas esterotipadas demais, misturando produtos, objetos de uso pessoal, etc, em anos trocados. Onde já se viu se usar as indumentárias no calor do sertão? Falo de bombachas do Rio Grande do Sul, sobretudos, paletós carnavalescos, coletes, gravatas… tudo no dia-a-dia. Ridículo! Sem comentar da peruca e do sempre charuto cubano do coronel.... Que ainda passa a informação que charuto é bom, que fumar é salutar...O pulmão dele deve estar terrivelmente sujo de nicotina. Os artistas só vivem suados, mal arrumados, indumentárias do século XIX. O coronel, bem, o coronel é caso que saiu da idade média, no mínimo. O tom avermelhado/amarelado das imagens gravadas mostram um ar de sujeira, peles excessivamente queimadas (de quê?). O cavalo ainda é meio de transporte. O rio não é o Velho Chico. Os diálogos são ridículos, caducos. Por aqui não se fala "visse" (só em Recife). Pois, uma novela chata, sem graça. A começar pela musica de abertura...fora de propósito. Cadê o xote, o xaxado, forró?"
(Antonio Fernando Aquino)
"A respeito do texto "Estereótipo e 'sujeira" em Velho Chico revoltam nordestinos" publicado na sua coluna do jornal A Tarde no último domingo (17), devo dizer que este representou muito bem como me sinto, enquanto nordestino, ao assistir às representações do povo nordestino em produções da Rede Globo. Nas produções da Globo o povo nordestino é, de forma recorrente e porque não dizer insistente, representado como o risível, aquele de quem se ri, seja por um sotaque caricato esdruxulo e que mistura expressões dos diversos estados como se fossemos todos um único povo, seja pela representação das empregadas domésticas nordestinas que, na Globo, me parecem sempre alguém desprovido de inteligencia e que se mostra muito orgulhoso e feliz por servir os seus íntegros patrões cariocas ou paulistas. Enfim, já não dá mais pra engolir a visão "sudestecentrista" da Rede Globo reforçando diariamente o estereotipo ofensivo, caricato e preconceituoso do povo nordestino. Grato pelo texto e pela atenção,"
(Lucas Peixoto)
"Acho que os textos da novela em questão pobres, independentemente de tratar de temas do Nordeste. As cenas são apelativas, e entendo que o objetivo é vender! Somos um povo, na grande maioria intelectualmente pobres, desinformados e facilmente manobrados. Assim, o apelo ao sexo como atrativo, ao ridículo como o papel do Coronel e seus capangas, às figuras do tipo pau mandado do prefeito e seus pupilos ou do deputado... Além das costumeiras denúncias do tipo vazias, como a de projetos absurdos como desvio do Velho Chico, certamente poderiam ser muito melhor aproveitados se fossem desenvolvidos por pessoas capacitadas e que dominassem cada um deles o que nos parece não ser o caso. Assim, vamos todos mais uma vez engolindo seis por uma dúzia e trabalhando cada um da forma que puder para um dia conquistar seu lugar ao sol."
(Marcelo Gazar)
"A mistura de épocas, sinceramente achei desnecessária (ou é na década de 60/70, 90 ou mesmo 2000). Contudo, aborda assuntos pertinentes como a agricultura orgânica e a seca do Rio São Francisco, mas volto a afirmar que essa mistura não tem agradado ao nordestinos, porque em uma cena que traz a cultura como a expressão cultural de uma região, é estragada pela continuidade de cenas grotescas de agressão, autoritarismo. Além de capítulos que se estendem sem objetividade.
Enfim teria outras coisas a serem expressadas, mas afirmo que foi uma perda para todos."
(Mércia Santos da Hora)
"A novela é horrível e insuportável… As pouquíssimas vezes que parei na frente da TV e assisti por acaso à trama fiquei indignada com o que vi. A globo resolveu mostrar "cenas de um São João que até hoje me pergunto onde se passava, e em que época "aquilo" acontecia...Luiz Gonzaga deve ter se revirado do túmulo com tanta aberração. Não sei de onde tiraram aquelas roupas que os atores vestem, também não sei em que época se passa a novela, pois ao mesmo tempo que as atrizes se vestiam à moda Carlota Joaquina, as pessoas usavam computadores e celulares de última geração...Resumindo, fiquei "I am perdida"!"
(Neila Almeida)
"Sobre a matéria, acho que é um exagero a respeito de como fazem o papel dos nordestinos. Nem tudo vale na ficção. Um povo sujo, mal vestido... Sou do interior, moro na capital baiana e sempre estou indo a minha cidade, percebo que o povo tenta "encampar" a moda, estão com celulares de ultima geração, sempre conectados com a tecnologia. Me poupem, viu!"
(Silvania Santos)
"Não concordo com as críticas à novela Velho Chico no que diz a caracterização dos personagens e a sujeira mencionada. Sou visitante frequente de um povoado no interior da Bahia, que não está nem próximo do rio São Francisco, mas está as margens do Itapicuru, e posso confirmar que vejo muita relação entre a ficção e a realidade que vejo lá na roça. Principalmente, o vocabulário, com palavras e xingamentos idênticos aos da novela. Lá também as pessoas quase sempre estão suadas pela lida do dia dia. Andam de cavalo, trabalham na cultura do coco e das frutas da região e pescam nos rios próximos. Acho um exagero esta crítica e apesar de também sentir uma diferença pro negativo quando mudou a fase da novela, gosto muito de acompanhar os capítulos, até pela diferença dos demais folhetins dos últimos anos."
(Josué Campos)
"Bem,sou suspeita em falar da programação da Rede Globo,por ser uma exímia assídua da mesma. Para mim não há emissora melhor. Agora sem sombras de dúvidas, a novela Velho Chico é muito chata,com conteúdo indefinido. Não consigo assistir, fico mudando de canal.Teve uma única cena que conseguiu me emocionar, foi o encontro de Miguel com o pai Sento dos Anjos.Também só foi isso e nada mais."
(Rosilda dos Santos Oliveira)
"Das visitas e leituras sobre o Velho Chico, julgo que a novela aproveitaria mais as belezas do São Francisco, a vivência dos ribeirinhos e dos seus chefes políticos, caso o autor Benedito Ruy Barbosa consultasse os escritores Wilson Lins, João Ubaldo Ribeiro, Jarbas Carvalho de Oliveira, ou o escritor e poeta João Justiniano da Fonseca. Poderia inclusive informar-se sobre os chefes políticos Geraldo Rocha, Antônio Balbino, Manoel Novais e o Coronel Franklin Lins de Albuquerque. Creio que a trama deveria explorar melhor a atual situação do "Rio da Unidade Nacional" e apontar soluções, como uma apresentada pelo Engenheiro Sylvio Geiger de Pinho, que sugere, há muito tempo a revitalização do Rio São Francisco, de forma muito mais rápida e econômica."
(Emilton Moreira Rosa)
"Não sou fã de novelas, na verdade, não gosto mesmo, mas, ver sua coluna com esses tipos de críticas sobre a novela Velho Chico (uma das poucas que achei interessantes) não foi nenhuma surpresa. De fato, há diversos fatores irritantes. Os personagens sempre suados e o péssimo sotaque do ator que interpreta Santo são os principais, em minha opinião. Domingos Montagner chega a falar a mesma palavra de formas diferentes em uma mesma cena. Porém, se formos analisar, os figurinos bizarros são em personagens específicos e, diria, mais fantasiosos. Computadores antigos, se formos a Grotas, veremos sim. O interior do nordeste tem muita gente que veste trapos sim. Somos de uma terra de gente guerreira e batalhadora, mas, de poucos com condições de se vestir bem. Acho que poderíamos perceber o conceito que nos foi dado, de forma bem humilde ainda, mas existente, como no caso da trilha sonora. A novela é um tanto confusa, porque faz com que se pense um pouco mais do que as que estão acostumados a exibir. Agora, que caiu muito após a mudança de geração, caiu sim."
(Paulo Ricardo)
"Lí e concordo com todas as observaçõs feitas pelo amigo. Porém, o que me irrita nessa novela, que comecei assistindo pensando que seria muito boa para o Velho Chico, infelizmente ainda não vi nenhuma cena que exponha os seus problemas. Trata-se tão somente de velhos e conhecidas fofocas, traições de mulheres, de homens, violência, etc. Parei de assistir esta semana e não devo voltar a assistir. Nenhum brasileiro, deveria perder uma chance dessa para reportar os problemas tão graves mas, infelizmente, acho que autores e personagens não sabem de nada. Incrivel e indescupavel, não ?"
(José Carlos Sampaio)
"Acho Velho Chico uma novela acima da média esperada, sobretudo no que tange à direção artística, fotografia, trilha sonora e qualidade dos diálogos, Ainda é notável algumas interpretações como as das personagens Dona Encarnação, Dona Piedade e Bento. A novela réune muitas virtudes e trabalha de forma alegórica com várias faces do Brasil. Guarda aquele poder da arte de divertir e advertir... Audiência nem sempre é sinônimo de qualidade!"
(Alana de O Freitas)