Candomblé festeja feriado de Zumbi
Confira a coluna Tempo Presente desta sexta-feira
Encantadas e encantados em geral, entre voduns, orixás, caboclas e caboclos, saudaram com entusiasmo a aprovação pela Câmara dos Deputados, do feriado nacional para o Dia de Zumbi ou da Consciência Negra.
Suas representações aqui no Aiyê (terra dos mortais) revelaram satisfação por ampliar o significado do Vinte de Novembro, data na qual o Brasil lamenta a escravidão e seus efeitos, além de debater os meios para a justiça reparadora.
O terreiro Quingoma foi um dos primeiros a soltar fogos, quando a yiá Antônieta de Oxum, líder da comunidade em Lauro de Freitas, soube da notícia da aprovação do projeto de lei 3.268/21, ao acessar a internet.
– O Brasil recebeu pessoas negras arrancadas de sua terra natal em condição de escravo, despejadas aqui como mercadorias, estes nossos irmãos construíram toda essa Bahia, todo esse Brasil, eles pegaram no pesado – afirmou a líder religiosa, exultante pelo reconhecimento oficial, agora para votação no Senado, lembrando o fato de Salvador, cidade mais preta fora da África, não ter feriado dia 20 de novembro.
A equedji, posição de alto comando reservada apenas às mulheres, filha de Ogum, delegada de polícia Patrícia Pinheiro, observou o fato de a vitória ter sido obtida apesar de discursos típicos de escravocratas.
– Tudo é difícil para nós, teve gente que votou contra porque impactava na economia do País, outro porque não cabia mais um feriado nacional, a luta pela abolição continua – afirmou Patrícia Pinheiro.
No Terreiro do Bogum, para Mãe Índia, “nada mais justo do que ter este dia como feriado em nível nacional”, afinal, “os negros fizeram desde os povoados às grandes cidades".
Celebrar o Museu do Mar
O aniversário do Museu do Mar Aleixo Belov é motivo de festa para os soteropolitanos, tal a integração do estabelecimento com os mais diversos setores da sociedade. Como forma de comemorar, ao soprar a segunda vela no canta-parabéns de hoje, o museu oferece entrada gratuita no final de semana, além de estender o horário de funcionamento às sextas, sábados e domingos até as 20 horas. Localizado em um lindo casarão-submarino amarelo, o museu preserva peças das viagens ao redor do mundo, três delas no veleiro Três Marias, conduzido pelo ucraniano de nascença, baiano de coração, Aleixo Belov.